O plano

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Milena entrou no local apressada, o coração acelerado. Ao abrir a porta, parou abruptamente ao ver Sara caída no chão, com marcas roxas profundas em volta do pescoço. A cena a deixou em choque.

"Sara!" Milena correu até ela, ajoelhando-se ao seu lado. "O que aconteceu?"

Sara ofegou, tentando se levantar, mas a dor ainda a debilitava. "Ele... me atacou. Michael... eu tentei seduzi-lo." As palavras saíram entrecortadas, e a expressão de Milena se transformou em confusão e raiva.

"Você o quê?" Milena perguntou, incrédula. "Você tentou seduzi-lo?"

Sara se esforçou para explicar, a voz trêmula. "Eu pensei que, se eu o atraísse, ele pudesse se juntar a nós. Queria convencê-lo a ficar do nosso lado. Mas ele ficou furioso. Eu não imaginei que ele... que ele me machucaria."

A frustração tomou conta de Milena. "Sara, você sabe que ele não é de confiança! Como você pôde achar que isso funcionaria?"

Sara baixou a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu pensei que poderia mudar as coisas, fazer ele ver que somos mais fortes juntos. Mas eu estava errada."

Milena balançou a cabeça, a preocupação misturada à raiva. "Agora ele te feriu e está solto. Precisamos agir antes que ele faça algo pior. Com agente."

Sara alertou, o medo evidente em sua voz. "E se ele acabar com agente?"

Milena respirou fundo, a determinação tomando conta. "Não vamos deixar que isso aconteça. Ninguém machuca você e sai impune. Vamos atrás dele."

Sara olhou nos olhos de Milena, percebendo a determinação que emanava dela. Por um momento, ela se sentiu mais forte. "Certo. Vamos pegar ele. Juntas."

"Isso mesmo," Milena respondeu, sentindo a chama da determinação reacender. "Vamos mostrar a ele que não pode fazer o que quiser. Não com você."

As duas se entreolharam, a conexão entre elas mais forte do que nunca. Elas não eram mais apenas vítimas; agora, eram parceiras em busca de justiça.

Milena pegou o celular e, enquanto digitava, pensava em como o jogo havia mudado. O que antes parecia ser apenas um conflito de interesses agora se transformara em algo muito mais pessoal. Ela não apenas queria confrontar Michael; queria recuperar o controle sobre suas vidas.

"Eu vou chamar o pessoal," Milena disse, decidida. "Vamos nos preparar. Ele não sabe com quem está lidando."

Sara assentiu, sentindo a adrenalina crescer. Juntas, elas se levantaram, prontas para enfrentar o que estava por vir.

Sara sentou-se em um canto da sala, com as marcas roxas ainda visíveis em seu pescoço, tentando processar o que tinha acontecido. Milena a observava, um plano começando a tomar forma em sua mente.

"Precisamos fazer algo com Elena," Milena disse, quebrando o silêncio. "Se Michael a ama tanto, sequestrá-la pode ser a nossa melhor chance de controlá-lo."

Sara olhou para Milena, a ideia começando a soar tentadora. "Você realmente acha que isso funcionaria? Ele vai ficar fora de si se souber que fizemos algo com ela."

"Exatamente," Milena respondeu, seu olhar firme. "A dor que ele causou a você não pode ficar impune. E se conseguirmos que ele se preocupe mais com ela do que conosco, teremos a vantagem."

"Mas como vamos fazer isso?" Sara perguntou, hesitante. "Ele está sempre cercado de pessoas."

"Vamos precisar de uma isca," Milena disse, com um sorriso astuto. "Alguém que possa atrair Elena para um lugar isolado. Uma vez que a tivermos, podemos pressioná-lo para que faça o que queremos."

Sara pensou por um momento. "E se conseguirmos que ela se encontre com alguém, um encontro aparentemente inocente? Podemos intervir antes que ela perceba."

"Perfeito," Milena concordou. "Precisamos de alguém em quem possamos confiar. Alguém que não levantará suspeitas."

"Eu conheço uma pessoa que pode ajudar," Sara disse, lembrando-se de um conhecido que tinha acesso às redes sociais de Elena. "Se conseguirmos criar uma situação que pareça legítima, poderemos atraí-la."

"Ótimo. Vamos agir rápido," Milena disse, sua mente já formulando os próximos passos. "Precisamos que tudo pareça normal até o último minuto."

Enquanto as duas começavam a delinear o plano, a tensão na sala aumentava. Elas estavam decididas a levar a cabo seu plano e, assim, devolver a dor que sentiram por Michael.

Sara olhou para Milena, determinada. "Vamos fazer isso. Para que ele sinta o que nós sentimos."

Milena sorriu, satisfeita. "Sim, e não vamos parar até que ele pague por tudo que fez."

Com o plano em andamento, as duas se prepararam para agir, unindo forças em uma aliança inesperada e sombria.

________

Michael estava na cozinha, olhando para a despensa vazia. A situação na casa estava tensa, e ele sabia que não podia deixar de lado as compras. Virando-se para Elena, que estava sentada no sofá, ele disse:

— Preciso ir ao mercado. Tem algumas coisas que estamos sem. Você se importa de ficar aqui?

Elena olhou para ele, uma expressão de preocupação em seu rosto.

— Não sei, Michael. Você está indo sozinho? Não acha que seria melhor eu ir com você?

— Está tudo bem, amor. Eu vou rápido. Além disso, você tem muito o que fazer por aqui.

Elena hesitou, mas Michael, percebendo sua inquietação, deu um sorriso tranquilizador.

— Eu vou ficar bem, prometo.

Minutos depois que Michael saiu,vElena estava na sala de estar, absorta em seus pensamentos, quando seu celular tocou. Ela olhou para a tela e viu um número desconhecido. Hesitante, atendeu.

— Alô? — disse, um tanto desconfiada.

Do outro lado, uma voz feminina e apressada respondeu:

— Elena Hayles? Seu noivo está no hospital! Ele disse que estava apenas indo ao mercado, mas algo deu muito errado. Você precisa vir rápido, ele não está bem!

O coração de Elena disparou. Ela se levantou rapidamente, a preocupação estampada em seu rosto.

— O que aconteceu? Ele… ele está ferido? Onde eu posso encontrá-lo?

A voz continuou, sem dar espaço para dúvidas:

— Ele pediu para você vir sozinha. Estou aqui na frente do hospital, me encontre na rua. Rápido, por favor!

— Mas quem é você? — Elena perguntou, tentando manter a calma, mas a ansiedade estava se apoderando dela.

— Sou a médica de Michael. Por favor, não perca tempo. Ele precisa de você!

A ligação caiu, e Elena ficou paralisada por um momento, a mente correndo. Ela pegou as chaves do carro e, sem pensar duas vezes, saiu pela porta, decidida a ajudar seu marido.

Enquanto isso, em um canto escuro da cidade, Milena e Sara observavam de longe, escondidas. Milena soltou uma risada baixa.

— Ela caiu direitinho na nossa armadilha. Agora é só esperar.

Sara sorriu, satisfeita com o plano que estavam prestes a executar.

— Assim que ela sair, nós a pegamos. É uma questão de minutos.

Elena acelerou em direção ao hospital, seu coração batendo descontroladamente. A ideia de que Michael estava em perigo a deixou desesperada. A imagem de seu marido ferido e sozinho a perseguia, e ela não podia permitir que isso acontecesse. Ao chegar, ela olhou ao redor, procurando pela mulher que havia falado ao telefone.

Mas, ao invés de encontrar alguém conhecido, ela se viu cercada pela escuridão de um plano que nem imaginava estar prestes a se concretizar.

PRISON BREAK|•EM BUSCA DA VERDADE L.LOnde histórias criam vida. Descubra agora