Roubo?

42 2 0
                                    

Caroline estava sentada à mesa da cozinha, o aroma de café fresco preenchendo o ar enquanto ela folheava distraidamente uma revista. À sua frente, Sucre preparava o café da manhã com a mesma dedicação de sempre, colocando ovos e torradas no prato dela. Ele estava sem camisa, o que a fazia sorrir por dentro ao observar seus músculos trabalharem enquanto ele cozinhava. Momentos simples como aquele eram os que Caroline mais valorizava.

— Aqui está, minha princesa — Sucre disse, servindo o prato diante dela e lhe dando um beijo leve na testa.

— Você sabe como me mimar, hein? — Caroline brincou, olhando para ele com um brilho de carinho nos olhos.

— Sempre, amor — ele respondeu, sentando-se ao lado dela com seu próprio prato.

Os dois começaram a comer em silêncio confortável, o som das garfadas e dos pássaros do lado de fora sendo as únicas interrupções na paz da manhã. Caroline adorava essas manhãs tranquilas, apenas ela e Sucre, sem preocupações. Tudo parecia perfeito.

Até que uma batida forte na porta ecoou pela cozinha.

Caroline franziu a testa. — Quem será a essa hora?

Sucre também parecia surpreso, levantando-se para verificar. Quando ele abriu a porta, seus olhos se estreitaram ao ver quem estava ali. Liv Jensei, a prima de Caroline, estava encostada casualmente no batente, com aquele sorriso irritante que Caroline conhecia bem.

— Bom dia, prima — Liv disse, sua voz doce, mas carregada de segundas intenções. Ela passou os olhos por Sucre, ainda sem camisa, e mordeu o lábio como se fosse um gesto involuntário. — Ah, parece que interrompi um café da manhã íntimo.

Sucre manteve-se firme na porta, bloqueando parcialmente a entrada de Liv. — O que você quer, Liv?

Caroline se levantou da mesa ao ouvir a voz da prima e se aproximou, a expressão fechada. — O que você está fazendo aqui, Liv?

Liv passou por Sucre sem ser convidada, entrando na cozinha como se fosse dona do lugar. Ela olhou ao redor, como se estivesse inspecionando o apartamento, antes de lançar um olhar descarado para a mesa do café da manhã.

— Eu estava por perto e pensei em fazer uma visita à minha querida prima — Liv respondeu, o sorriso malicioso nunca deixando seu rosto. — Vejo que você e Sucre estão... bem ocupados.

Caroline cruzou os braços, tentando controlar a raiva que crescia dentro dela. — Não estamos interessados na sua companhia, Liv. O que você realmente quer?

Liv deu de ombros, andando pela cozinha com um ar relaxado. — Nada demais, só queria ver como vocês estão. — Ela parou em frente a Sucre, lançando-lhe um olhar descarado. — E pelo visto, estão muito bem.

Sucre respirou fundo, mantendo-se calmo. — Liv, não tenho tempo pra joguinhos. Se você veio aqui pra causar problemas, pode sair agora.

Liv soltou uma risada baixa, girando nos calcanhares para olhar Caroline nos olhos. — Problemas? Eu? — Ela colocou uma mão no peito em um gesto exagerado de inocência. — Só estou aqui pra ver minha família.

Caroline não acreditava em uma palavra. Sabia que Liv não apareceria sem um motivo oculto. E o jeito como ela olhava para Sucre deixava suas intenções bem claras.

— Liv, chega de fingir. Eu sei que você está tentando estragar o que eu e Sucre temos — Caroline disse, a voz carregada de frustração. — Mas não vai funcionar.

Liv deu um pequeno sorriso, os olhos brilhando de diversão. — Ah, Caroline, querida... — ela deu um passo para mais perto, sussurrando com uma voz quase doce. — Você realmente acha que ele é só seu? Homens têm desejos, e você sabe tão bem quanto eu que eles sempre acabam se voltando para o que é mais... interessante.

Caroline sentiu o sangue subir à cabeça, o corpo inteiro fervendo de raiva.

— Chega, Liv — ela disse, a voz grave e firme. —

Liv olhou para ele por um momento, como se estivesse analisando suas palavras, e então deu um sorriso de canto. — Tudo bem. Eu vou sair. — Ela se virou para Caroline, os olhos carregados de veneno. — Mas não se esqueça, prima... nem todo homem é tão fiel quanto ele parece.

Caroline ficou parada por alguns segundos, tremendo de raiva e frustração, enquanto o som da porta ecoava pelo apartamento após a saída de Liv. Mas antes que Caroline pudesse processar completamente a situação, a porta se abriu de novo, e Liv voltou a entrar, com um sorriso ainda mais arrogante.

— Ah, só mais uma coisinha, prima — Liv disse, encostando-se casualmente à parede. — Eu quase me esqueci de mencionar... sabe, você tem um histórico interessante com homens. Eles sempre acabam me preferindo, não é? A gente sabe como isso sempre termina.

Caroline a encarou, o rosto corando de raiva, enquanto Liv cruzava os braços, claramente se deliciando com o desconforto da prima.

— Não começa, Liv — Caroline sibilou, sentindo o sangue ferver nas veias. — Isso não vai acontecer com o Sucre. Ele não é como os outros.

— Não é? — Liv arqueou uma sobrancelha, fingindo surpresa, enquanto lançava mais um olhar provocativo para Sucre, que estava ao lado de Caroline, agora visivelmente incomodado. — Eles sempre dizem isso no começo, prima. Mas, no final... eles percebem o que realmente querem. E adivinha? Nunca é você.

A tensão no ar ficou palpável. Sucre deu um passo à frente, os olhos fixos em Liv. — Você está enganada — ele disse com firmeza. — Eu estou com a Caroline porque eu a amo, e nada que você diga vai mudar isso.

Liv soltou uma risada leve, quase cínica. — Veremos, Sucre. Veremos. — E com um último olhar desdenhoso, ela virou-se e saiu, deixando a porta bater atrás de si.

Caroline ficou em silêncio, sentindo a raiva misturada com uma angústia profunda. As palavras de Liv a machucaram de uma maneira que ela não queria admitir. Por mais que soubesse que Sucre a amava, a insegurança plantada por sua prima ainda latejava em seu peito.

Sucre se aproximou, tocando de leve o ombro de Caroline. — Não dê ouvidos a ela, Caroline. Ela só quer te machucar.

— Eu sei... — Caroline suspirou, ainda olhando para a porta por onde Liv havia saído. — Mas Liv... ela sempre soube como mexer comigo. Ela sabe exatamente o que dizer para me fazer duvidar.

— Você não tem que duvidar de nada. Eu estou aqui com você, e nada vai mudar isso — Sucre falou com convicção, puxando-a para mais perto, envolvendo-a em um abraço reconfortante. — Não importa o que sua prima diga ou faça.

Caroline fechou os olhos, deixando-se afundar nos braços de Sucre, mas a voz de Liv continuava ecoando em sua mente. "Eles sempre acabam me preferindo"

PRISON BREAK|•EM BUSCA DA VERDADE L.LOnde histórias criam vida. Descubra agora