6: A Organização de Investigação à Inconsistências

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ALERTA DE GATILHO

Na manhã seguinte, fui até a biblioteca cansada e frustrada, ainda sem acreditar no que Lenny dizia. Sentei no balcão como todos os dias e mais ou menos dez minutos depois, um rapaz de costeletas entrou com um olhar curioso e banhado de ansiedade.

"Olá, bom dia," ele disse olhando para mim e se aproximando, "eu gostaria de saber onde fica a sessão de terror, pode me dizer, por favor?"

"Claro, terceiro corredor à esquerda, se não achar o livro que está procurando, me avise, alguns ainda estão espalhados por aí," eu disse com um sorriso. O homem de camisa xadrez foi até o lugar indicado.

Cerca de dois minutos depois, Lenny entra na biblioteca, usando sua farda da escola pública e meio bagunçada. Eu olho o relógio e vejo que já são 9:40, então ela deveria estar na escola.

"Você não era pra estar no colégio?"

"Eu pulei o muro," disse como se fosse algo que acontecesse todo dia, "preciso falar contigo sobre algo muito sério," ela deu a volta e sentou ao meu lado em uma cadeira velha, em seguida, tirou dois cadernos de dentro da bolsa, um eu reconheci como o diário do meu bisavô, o outro, eu nunca vi na vida, "Verônica, eu sei que agi o tempo inteiro como se soubesse tanto quanto você, mas a verdade é que eu sei muito, muito mais do que está nesse livro," ela levantou o diário, "há seres muito mais poderosos que podemos imaginar, seres que mesmo que morram, permanecem vivos. Há uma divisão, Os Profetas, Os Proxy e os que estão no meio disso, não se deve confiar em nenhum, Profetas são aliados a Zalgatoth, Proxys ao..." Ela foi interrompida pelo homem com costeletas.

"Com licença, eu achei o livro que eu estava procurando," ele disse com um sorriso e parecendo estar passando um pouco mal. Seu rosto estava vermelho e parecia tonto.

"Ah sim, vai querer aluga-lo?" Eu disse estranhando a chegada repentina dele.

"Sim eu vou sim..." Ele mal me entregou o livro e desmaiou.

Com um movimento rápido, eu e Lenny demos a volta no balcão vendo o cara convulsionar eu pedi que a garota ligasse para a ambulância, mas ela parecia estática olhando para um ponto atrás de mim, quanto mais eu chamava ela, mais aterrorizada ela parecia. Eu olhei para onde ela olhava e pude ver então o que a assustou.

Um homem alto usando um terno. Não era qualquer homem, diferente de qualquer um que visse por aí, ele não tinha um rosto. Seus membros eram esticados e ele parecia ainda mais esguio, tentáculos saiam de suas costas, rasgando o ar como se fossem agulhas e quanto mais se olhava para seu rosto, mais você sente a necessidade de continuar fazendo isso. Perturbada com a visão, eu fechei meus olhos agarrei o braço do homem que ainda convulcionava, com meu braço livre, empurrei Lenny que pareceu se acordar de um transe e gritou.

"Agarra o outro braço!" Eu disse levantando e olhando para trás, vendo o ser começar a andar até nós, "RÁPIDO LENNY!" Minha amiga fez o que pedi e começamos a arrastar o cara para fora da biblioteca. O posto de saúde, para nossa sorte, era bem próximo e arrastamos o cara até lá.

Quando chegamos, diferente do esperado, ao olhar para trás, eu pude ver não o ser sem rosto que assombra as histórias dessa cidade, mas sim um homem alto comum, arrumando seus óculos no rosto e colocando uma mecha de seus cabelos loiros-escuros cacheados atrás da orelha. Ele arrumou a gravata e saiu andando rua abaixo. Eu voltei a me concentrar em ajudar o cara.

Depois que os médicos o levaram, fiz seu check-in, mas não sabia seu nome ou idade, então pediram para que eu voltasse caso ele acordasse.

Eu e Lenny ficamos no quarto trocando olhares nervosos até que o rapaz acordou.

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