Capítulo 6: Entre Máscaras e Destinos

145 15 80
                                    


Capítulo 6: Entre Máscaras e Destinos

G7 estava em seu escritório na boca do morro de Heliópolis. O ar estava pesado, como sempre, carregado de tensão e de decisões que só ele poderia tomar. Sentado atrás de uma mesa simples, cheia de papéis e telefones, G7 mantinha sua máscara no rosto, aquela que ele nunca tirava. A máscara era mais do que um acessório — era uma barreira entre ele e o mundo, um símbolo de quem ele se tornara.

A porta se abriu de repente, e Dedé entrou com seu jeito descontraído, rindo.

— E aí, G7, ainda escondendo o rostinho bonito, chefe? — brincou Dedé, já se jogando em uma cadeira em frente à mesa, cruzando os braços atrás da cabeça. — Tá com vergonha de quê? Você deve ser muito feio por isso esconder seu rosto na máscara né pai ?

G7 ergueu os olhos lentamente, lançando um olhar sério por trás da máscara.

— Dedé, se tu continuar nessa palhaçada, eu vou te fuzilar todinho, moleque. — A voz de G7 era fria, mas Dedé já estava acostumado com isso. Ele sabia que por trás daquela máscara e daquela ameaça, havia um toque de proteção.

Dedé levantou as mãos, se rendendo com um sorriso maroto.

— Eu já parei de brincar, papai. — disse ele, zombando, levantando-se da cadeira enquanto saía do escritório rindo. — Fica na paz!

G7 observou Dedé sair, mas desta vez, algo o fez ficar pensativo. Ele continuou olhando a porta fechada por alguns segundos, até que as memórias vieram à tona.

G7, pensativo:

— Eu vejo esse moleque como um filho... mas não posso mostrar isso, tá ligado? Se eu demonstrar, ele vai ficar se achando demais. Ele é novo, só tem 18 anos, e eu não quero ver ele nessa vida. Por mim, ele teria estudado, teria saído dessa vida do crime... — G7 respirou fundo, balançando a cabeça. — Mas ele não quer sair. E quem sou eu pra dizer alguma coisa, né?

A máscara que G7 usava não era só física. Era também uma maneira de esconder seus sentimentos, de não se deixar vulnerável. Ele sabia o que era perder tudo, sabia o que era estar sozinho.

— Nós dois não temos família. Fui abandonado pelos meus pais quando eu tinha 7 anos. Os pais dele morreram num acidente quando ele tinha 13. Só sobrou eu pra ele, mas eu não posso mostrar esse carinho de pai que eu tenho por ele. — G7 olhou pela janela, encarando o morro lá fora. — Posso morrer a qualquer momento. Não quero que ele fique apegado a mim... eu luto todo dia para não morrer porque se eu cair ele vai ficar sozinho sem ninguém ele não tem família a única pessoa que ele tem e eu   

Eu  não posso morrer e deixar esse moleque no mundão abandonado sem ninguém  ser ta ligando

G7 lembrou do antigo dono do morro. Um homem duro, que nunca demonstrava afeto, mas que, no fundo, o via como um filho. G7 entendia agora por que o antigo dono fazia isso.

— O cara que mandava aqui antes... Ele me via como filho, e eu via ele como pai. Mas ele nunca mostrava isso. Sabia que podia morrer a qualquer hora, e não queria que eu ficasse triste quando isso acontecesse. — G7 deu um suspiro pesado. — Eu fiquei destruído quando ele morreu. E agora... faço o mesmo com Dedé.

G7 voltou a se sentar, olhando para a mesa como se ali estivesse o destino de Dedé.

— Eu não quero que ele se apegue a mim. Se eu morrer hoje ou amanhã , ele vai ter que continuar no mundão, sozinho. Mas... se um dia eu morrer, Dedé vai ser o novo dono do morro. Ele não sabe disso, mas se eu cair, ele assume meu lugar.

Enquanto isso, no apartamento do levi

Levi, animado:

— Hoje vou pro shopping comprar umas roupas novas e um iPhone que tá me esperando. Vou gastar uns 11k fácil! — disse ele, com um sorriso de satisfação, enquanto conferia a lista de compras. — Roupas, sapatos, maquiagem... Ah, e o celular novo, claro.

Entre o crime e o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora