VISAO DUDA
Um raio de luz invade meu quarto e vai direto aos meus olhos. Meu corpo está colando de suor seco e meu cabelo completamente desordenado. A ressaca e a manhã seguinte sempre serão grandes inimigas. Não consigo conter um sorriso quando o peso no meu peito começa a fazer sentido — por milésimos de segundos, esqueci o que fiz durante a noite.
Um cheiro doce e reconfortante invade meu nariz, e a presença de Sofia deitada comigo se torna evidente. Mais uma vez, não consigo conter o sorriso no rosto. Estaria mentindo se dissesse que não esperei por isso há muito tempo. Apesar das circunstâncias, do nosso estado físico e mental, estar com a Sofi sempre é especial, independente da forma.
Sinto os movimentos sonolentos de Sofia ao acordar no meu ombro. A maneira como ela desperta, com o rosto tranquilo, me traz uma paz imensa. Ela é ainda mais bonita — se possível — pela manhã, e afirmo isso ao vê-la assim pela primeira vez.
— Bom dia — ela diz, sorrindo. — Cadê a minha camisa?
Apenas respondo com um sorriso e ajeito seu cabelo para trás da orelha.
— Onde será que você jogou ontem, quando estava desesperada para transar comigo? — digo sorrindo, levando a mão ao queixo. — Vamos pensar!
— Vai se foder, Duda! — Ela gargalha, fazendo meu dia começar da melhor forma. — Foi péssimo, só para deixar claro! — ela completa, enquanto passa a mão pelo meu braço, analisando cada centímetro de pele.
— O que você estava pensando quando fez essa? — a mais velha pergunta ao notar uma tatuagem de um palhaço.
— Só achei bonita e fiz. Não achou gangster, não? É minha arma secreta!
— Arma secreta pra quem?
— Para as mulheres. Elas veem a tatuagem e acabam no mesmo lugar que você agora, fazendo a mesma pergunta.
Ela apenas se levanta na cama, jogando a coberta em mim entre risos e com uma expressão de deboche, e eu amo a forma que ela sorri.
VISAO SOFIAEu estava acordada há meia hora, notando cada respiração de Duda, mas me fazer de idiota e apenas me reconfortar naquela situação foi maravilhoso. Amo cada centímetro do corpo dela, e digo isso sem malícia alguma. Por mais amigas que somos, esperei que esse dia chegasse desde sempre — não com ansiedade (talvez um pouco), mas com uma espécie de conformidade. Sempre foi, mesmo que não parecesse, óbvio.
Agora, sentada na cama, observo o quarto meio bagunçado, com vestígios da noite passada espalhados por aí. Duda está no banheiro, e o som da água correndo me dá uma estranha sensação de paz. Eu deveria estar pensando em outras coisas, em todas as responsabilidades que me aguardam do lado de fora dessa porta, mas estou aqui, esperando por contato físico. É engraçado, talvez até um pouco bizarro, mas é isso: estou ansiosa pelo simples toque dela.
Esses últimos minutos me fizeram esquecer completamente a existência do meu celular. Quando finalmente o desbloqueio, sou lembrada de toda a bagunça do dia anterior, e, de repente, a tela brilhante se torna assustadora. As notificações me encaram como se estivessem zombando de mim, me puxando de volta para a realidade. Lidar com o ontem me assusta, e, sinceramente, o presente agora é tão bom que não vejo razão para abrir meu aplicativo de mensagens e me afogar em problemas.
O som da porta do banheiro se abrindo me traz de volta. Duda surge, ainda com o cabelo um pouco molhado, secando o rosto com a toalha. Ela tem uma energia diferente agora, como se a leveza da manhã tivesse apagado qualquer vestígio de cansaço ou dúvida. Ela me olha de relance, e um sorriso brinca no canto dos lábios dela — como se soubesse exatamente o que estou pensando.
— Vai ficar aí, porquinha? — Ela pergunta, com aquela voz doce que me desarma toda vez.
Eu sorrio de volta, tentando disfarçar o quanto o momento me afeta. Tento me convencer de que é apenas mais uma manhã qualquer, mas o frio na barriga não deixa. Decido, por enquanto, ignorar o celular e tudo o que ele representa. Hoje, pelo menos por enquanto, quero só isso: o agora, com ela.
Duda se aproxima da cama e se joga ao meu lado, o peso do corpo dela afundando o colchão, trazendo de volta o conforto da noite passada. Ela se aproxima, e nossas peles se tocam de novo, como se não houvesse outro lugar no mundo em que eu devesse estar.
— Tá pensando no quê? — ela pergunta, deitando a cabeça no meu colo
Eu passo os dedos pelo cabelo dela, agora mais suave e quente depois do banho, e suspiro.
— Nada... Eu só repensando tudo que aconteceu ontem
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um pré pros próximos capítulos, se preparem!!
amo vocês, obrigada pela paciência e pelos comentários, eu amo todos!! continuem ❤️❤️🫦🫦
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daylight - soarda
Romancesofia e duda sempre foram amigas e, em tirando algumas festas, manteram essa pose para seus fãs e amigos. Até que após um episódio de mais um pograma alcoolizado, duda é forçada a dormir na casa de sofia.