29. mommy issues

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Depois de oito anos, ela estava ali

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Depois de oito anos, ela estava ali. Eu fiquei admirando o quanto éramos parecidas, mas ainda assim, a beleza dela era inquietante, poderosa. Sem dúvidas, aquela mulher era uma força da natureza. Era compreensivel o porquê dela ser o ponto fraco do meu pai até hoje.

- Acho que isso é um assunto de família... – Elena disse, ainda tremendo, e levando a Jenna até a porta. – Vamos embora, tia Jenna. Obrigada, Hanna e Sr. Winchester. 

Quando a porta se fechou, só havia nós três naquela sala. Uma família que costumava ser feliz. Um caçador e uma vampira que eram loucamente apaixonados um pelo outro, mas agora agiam como se fossem desconhecidos. Uau, por que isso me soa tão familiar? Talvez seja real aquela história que os filhos tendem a repetir os erros dos seus pais.

- Você ficou maluca, Rebekah? – Meu pai colocou a arma sobre a mesa e a encarou com raiva. – O que deu na sua cabeça?

- Eu queria ver a Hanna. Aliás, ela é a única razão pela qual estou aqui.

- Ah, que gracinha! Só que você não pode aparecer quando quer. – Dean balançou a cabeça, frustrado. – Já conversamos sobre isso, é arriscado, porque se o seu pai...

- Mikael está morto.

Aquela revelação caiu como uma bomba sobre nós, nos deixando em silêncio por um tempo. Mikael Mikaelson atormentou seus filhos por séculos, então para a minha mãe, a morte dele era sinônimo de liberdade.

De um modo estranho, eu estava feliz por isso. E feliz por vê-la também, mas isso não mudava o fato dela ter tentado matar a minha melhor amiga há algumas horas atrás.

- Por que você atacou a Elena e a Jenna? – Dei um passo à frente. – Elas são minhas amigas.

- Eu pensei que fosse aquela megera da Katherine Pierce. Sabem que eu não a suporto.

- Você não mudou nada, Rebekah. – Meu pai cruzou os braços. – Continua a mesma mimada de sempre.

- Que engraçado você dizer isso, Dean. – Um sorriso provocador surgiu em seus lábios. – Isso sempre foi o que você mais gostou em mim.

- Olha, o meu dia foi horrível. – Intervi antes que o clima esquentasse mais. – Que ótimo que você está aqui, mas agora tudo que eu quero é dormir e fingir que nada disso aconteceu.

- Eu sei. Você tem razão. – Meu pai assentiu e forçou um sorriso para mim. – Pode ir para o seu quarto.

- Será que você pode me dar um abraço antes? – Ela deu um passo a frente, seus olhos estavam brilhando. – É só isso que eu quero.

Eu realmente não estava no clima para aquilo. Hesitei por um momento, mas o desejo de me conectar, de estar perto dela, falou mais alto que o meu orgulho. Me aproximei e demos um abraço apertado, e logo em seguida, senti uma pequena lágrima caindo sobre o meu ombro.

- Eu sinto muito, querida. – Ela murmurou, sua voz tremia levemente. – Por tudo. Não teve um dia se quer em que você não esteve nos meus pensamentos.

- Está tudo bem, mãe. Eu amo você, mas preciso de um tempo sozinha.

Fui para o meu quarto sem saber se me sentia aliviada ou confusa. Eu queria que tudo fosse mais simples, que ela pudesse voltar para a minha vida sem todas essas complicações dos Mikaelsons. A ideia de que a felicidade estava ao meu alcance, mas que também trazia dor e discórdia, era desconfortável.

Não demorou muito para que o som da discussão entre os dois começasse a invadir as paredes do meu quarto. Sei que é errado, e eu não devia ouvir nada daquilo, mas decidi me encostar na parede para ouvir melhor.

- Você não pode simplesmente voltar para a vida dela como se nada tivesse acontecido.

- Eu voltei porque agora é seguro para nós e eu tenho oito anos para recuperar. Eu sou a mãe dela, Dean.

- Jura, Rebekah? Mas eu tive que ser o pai e a mãe dela ao mesmo tempo! – A raiva em sua voz era cada vez mais evidente. – Onde você estava quando ela tinha pesadelos toda a noite? Onde você estava quando um babaca do time de futebol partiu o coração dela pela primeira vez? Onde, hein? No colo do Marcel?

- Isso é injusto.

- Como acha que tem sido pra gente? Fácil?

- Eu sinto muito.

- Não, não sente. Você fez a sua escolha.

- Você sabe muito bem o que aconteceu. Não seja infantil, Dean.

- Não quero mais olhar pra você hoje, Rebekah. Eu odeio você. Então, pela última vez, peço que saia da minha casa.

- Ok. Diga para a sua nova namoradinha, Lisa, que eu mandei lembranças.

Me desencostei, em choque com tudo que tinha acabado de ouvir. As palavras dele foram duras, mas havia uma verdade profunda por trás de toda a sua frustração. Meu pai sempre foi o meu porto seguro, e a ideia de que minha mãe poderia estar de volta, após tanto tempo, parecia mais um pesadelo do que um sonho. Não era nada do eu que tinha imaginado.

Hunter Baby GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora