Nightmare

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O mundo estava mais cinza naquele dia.

Achei estranho.

Caminhava em passos rápidos. Estava cansada, havia acabado de sair do hospital e só queria descansar, contudo, ao chegar nas ruas movimentadas de Seul, vi o povo agitado.

Eles gritavam e corriam fugindo de algo. O que estava acontecendo?

No telão de um prédio, apareceu o jornal, que estava sendo gravado ao vivo nessa mesma rua.

—Hoje, nesta quinta-feira o mundo acaba de virar um verdadeiro caos. — a jornalista começa — um novo tipo de doença esta se espalhando e ninguém sabe onde isso começou, as pessoas atingidas se transformam em algo assutador. Pele de coloração esverdeda, os olhos completamente brancos, elas andam lentamente e tem fascínio por carne humana. Segundo um homem que não quis se identificar, a doença é transmitida após uma mordida e há cinquenta por cento de chance de se tornar um deles, e cinquenta por cento de chance de morrer se eles comerem o seu corpo inteiro.

Céus. Como isso aconteceu. Doença? Pele esverdeada? Canibalismo? Não faz sentido...

— Recomendamos que todos fiquem em casa para sua segurança, aguarde para mais informações. — a jornalista termina.

Meu irmão...Céus, o meu irmão!

Corri para casa desesperadamente e no caminho eu pude ver um monte daquelas pessoas estranhas se alimentando de outras. Foi assutador. Mas se eu ficasse pra ajudar, me juntaria a eles.

Quando cheguei em casa, tranquei a porta e fechei as janelas. Gritei por Taehyung e já estava chorando de tanto desespero.

—Eii, estou aqui — diz Taehyung aparecendo na sala onde eu estava.

—Meu deus, eu fiquei tão preocupada — eu o abraço forte e ele retribui.

Ele é a minha unica família já que os nossos pais nos abandonaram em um orfanato, não posso me dar ao luxo de perdê-lo.

— Você já esta sabendo né? — ele pergunta.

— Sim, eu fiquei com tanto medo.

— O que nós vamos fazer Nini? Pelo o que eu entendi, é perigoso sair de casa agora, mas...nós não temos comida o suficiente para nos manter nem por uma semana — ele diz preocupado e eu fico mais ainda.

— Mas vamos ficar com o que temos, se acabar, vamos ter que sair em busca Tae... — eu digo e volto ao choro.

Sinto ele me abraçar novamente e chorar junto comigo.

Aquela situação era torturante.

Sempre ouvi que a morte vem para todos um dia, mas é diferente quando a morte vaga na frente da sua casa, e em pensar que podemos morrer a qualquer momento...

— Eu não vou te deixar sozinha nunca...ouviu? Eu vou lutar por você — ele diz me confortando.

— Eu também vou lutar por você...vamos lutar um pelo outro.

Nos afastamos e sentamos no pequeno sofá e fiquei pensando.

O que são essas coisas?

E de repente. Todas as luzes se apagam. Vejo Taehyung ir olhar pela janela.

— Está um breu lá fora...e em pensar que o meu jogo favorito era o de zumbis, e agora eu vivo dentro do jogo.

— Zumbis...— eu repito a palavra embreagada.

— Sim, também percebi agora, essas coisas tem o mesmo comportamento que zumbis, como diziam nos filmes e nos jogos, só que bem pior e assutador.

—Tae, você é viciado nesse jogo, o que você sabe sobre zumbis?

— Só o básico, era apenas um jogo e, bom, eles se alimentam de carne humana e se resolverem não comer a pessoa inteira, ela vira um zumbi também. É como se tivesse duas vidas, e nessa segunda elas só morrem se atingir a cabeça, e além da mordida, se eles te arranharem você também vira um zumbi.

Isso é um pesadelo. Só pode ser um pesadelo.

— Tae...nós não temos nada para nos defender dessas coisas... — eu falo roendo as unhas em nervosismo.

— Tem os facões que você tinha comprado, sei que temos zero abilidades com facas, mas uma hora vamos precisar sair e lá fora está cheio de zumbis que estão mortos de fome...literalmente.

Ele tem razão. Não temos mantimentos o suficiente, vamos precisar sair a qualquer momento.

Por que tão do nada?

Agora somos só nós dois. Um pelo outro.

Eu não quero morrer...e não quero que meu irmão morra.

Já do outro lado da cidade, estava S/n, a jovem policial lutava contra um monte de zumbis e chorava raivosa. O ódio dominou o seu corpo e matou dezenas de zumbis sem errar um tiro.

Não era a toa que era conhecida como rainha dos alvos. S/n era a melhor policial que já tiveram um dia. Mas agora, ela estava sozinha.

Vários zumbis invadiram a sua casa, e levaram a unica pessoa que ela tinha: sua irmãzinha de dez anos. Foi morta por aquelas coisas e voltou a vida como um deles.

S/n nunca se sentiu tão tola como hoje. Não conseguiu protejer a própria irmã e, além disso, ela mesma teve que atirar na cabeça na pequena.

A dor era insuportável, e agora, ela estava no meio daquele bando de zumbis mortos olhando para o horizonte.

O mundo estava destruído. Carros quebrados e pegando fogo, as casas e os prédios danificados. Muito sangue pelo chão; cheiro era insuportável, sobretudo, nada era pior do que estar sozinha, pois aquele que havia a treinado morreu, e seus colegas tiveram o mesmo destino.

Um verdadeiro pesadelo

Não havia ninguém, e por isso ela vive em função da própria sobrevivência já que não há a quem proteger.

S/n estava morta por dentro, mas lutaria pela sua vida até o último segundo, pois prometeu a sua mãe que nunca iria desistir, não importa o que houvesse, ela lutaria pelo o que fosse, e nesse momento, ela vai lutar pela sobrevivência, e vai dar orgulho a sua mãe e a sua irmã...de onde quer que elas estejam.

Zombie Apocalypse - Jennie x You G!POnde histórias criam vida. Descubra agora