Último ano da sua faculdade de letras e Sadie gosta de viver em seu próprio mundo, onde ela fica mais feliz em casa do que sair com os poucos amigos. Ela ama ficar em sua própria "bolha".
Millie se mudou no final do ano para o Canadá, e agora que e...
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Sadie
O relógio em cima da minha escrivaninha marcava exatamente 04:47 da manhã e eu ainda não fechei os meus olhos. Depois de conversar com Jenna, a menor acabou dormindo e eu fiquei acordada, até agora.
Eu revirei os olhos e decidi me levantar da cama, peguei a minha toalha e entrei em meu banheiro, afim de tomar um banho quente. Com esse frio todo, nem morta que eu me atreveria a tomar um banho gelado.
Depois de longos minutos, eu decidi sair do banho e fui escovar os meus dentes. Vesti uma calça de moletom da cor preta e uma blusa branca, e por cima da blusa um moletom também branco. Botei meu tênis branco e peguei a minha mochila.
Sem fazer barulho, procurei por um pano dentro da cômoda e coloquei dentro da mochila. Peguei meu celular e olhei as horas, 05:09 da manhã.
Abri a porta e depois a tranquei novamente, passando a chave por baixo da fresta que tinha ali e empurrando o metal pequeno para dentro do quarto.
Desci as escadas em silêncio e fui até a cozinha, para pegar alguns salgados que tinham lá.
- O que faz acordada a essa hora? - Escutei uma voz rouca e me virei para olhar ao redor, vendo Maggie sentada no sofá com algo em mãos, que eu deduzi ser o seu celular.
Meu coração decidiu acelerar mais rápido e eu pensei em mantê-lo calmo.
- O que você faz acordada a essa hora? E por que está aqui em baixo? - Eu perguntei, me virando novamente e procurando pelo pacote de salgados que eu queria.
- Respondendo uma pergunta com outra. Típico de seu pai! - Escutei Maggie resmungar e eu revirei os olhos.
- Típico dele. Não meu. Não me compare a ele! - Falei, ainda de costas para a mais velha.
- Sadie, querida... quando iremos conversar de verdade? - Fechei a mochila e apoiei uma das alças em meu ombro.
- Vamos conversar "de verdade" quando você decidir falar a verdade e não ficar falando "entenda meu lado". - Falei meio baixo, olhando para Maggie.
- Você não entenderia... - Maggie falou colocando o seu celular em cima da mesinha de centro e me olhou séria.
- Me fala a porra do teu lado. - Falei firme e escutei o seu suspiro alto.
- Não sei se você sabe, mas eu tenho uma filha. Na época em que seu pai conheceu a sua mãe, a minha filha tinha 15 anos... - Maggie começou e olhou em meus olhos, eu apenas desviei e encarei os meus pés.
