CAPÍTULO NOVE

XIAO ZHAN


DOUTOR CHANG DEU UM BEM-VINDO A nós em seu escritório. — Como vocês dois estão?—  perguntou. —Yibo, você está ótimo!
Ele se sentou em um dos dois assentos em frente à mesa dela; Eu peguei o outro. —Oh, obrigada.
—Não há scooter hoje?
—Não, está na moda, mas eu pensei em andar. Vou precisar de uma soneca quando chegar em casa, mas é bom não precisar disso o tempo todo.
O médico sorriu. — E como está sua semana? Você já teve outras lembranças ou outros avanços?
—Memórias, sim. Flashes de alguns, lembranças cheias de outros.
—Isso é ótimo! Eles eram lembranças felizes?
Ele olhou para mim e corou. —Bem, sim. Íntimos.
—Oh.— O sorriso dele se contorceu, divertido. —E como você se sentiu?
—Hum—. Ele deu uma risada e pegou minha mão. —Amado. Isso me fez sentir amado.
Mais do que isso, lembro como me senti. A lembrança não era. . . Vazia, como uma foto de coisas que eu não lembrava. Eu estava lá, lembro de estar lá, o que fizemos, como foi. — Ele colocou a mão livre no coração. —Eu lembro.
—A correlação entre memória e emoção é muito forte—, disse Chang. —Experimentar algo em primeira mão e lembrá-lo ajudam a fornecer uma conexão entre a memória e o eu, que você é.
Yibo assentiu. —Eu tive outras lembranças, mas essa era. . . Quero dizer, todos elas significam algo, mas esta significou mais.
—Por causa da conexão emocional.— O Dr. Chang sorriu orgulhoso para Yibo, depois voltou sua atenção para mim. —E Xiao Zhan, como foi sua semana?
Apertei a mão de Yibo. —Tivemos alguns altos e baixos. Mais altos do que baixos, mas terminamos em alta.
—Quais eram os baixos?
—Eu fui um idiota—, respondeu Yibo.
Eu ri. —Não, você não foi. Ele não estava — falei ao doutor Chang. — Ele estava cansado e sobrecarregado e um pouco assustado com o que tudo significava. Era totalmente compreensível, e conversamos sobre isso até que ele se sentisse melhor.
Ela fez uma careta. —Assustado? Yibo, com o que você estava com medo?
Ele me deu outro olhar e seu aperto na minha mão foi esmagador de ossos.
—Sexo. Eu não tinha pensado em sexo, não realmente, nem uma vez. Desde o acidente. E quero dizer, como eu não poderia pensar sobre isso? —Ele fez uma careta. —Ser lembrado de que sexo era algo que eu fazia era como me dizer que eu falava outra língua antes do acidente, só que não conseguia me lembrar. Toda a consciência disso se foi. Quero dizer, sabia que era uma coisa, mas não havia pensado em fazê-lo.
—A perda da libido não é incomum—, disse o médico gentilmente.
—Não é que eu não queira fazer sexo. Agora que me lembrei, é só. .  Eu quero. Eu acho que não. Deus, eu não sei.— Yibo encontrou meus olhos. —E Xiao Zhan foi muito bom nisso. Quero dizer, Xiao Zhan é bom em tudo. Mas ele foi paciente e me disse para não me preocupar com isso até que eu estivesse pronto e não houvesse pressa. Mas então eu me preocupei que houvesse algo errado comigo. —Ele olhou para o médico então. —Existe? Algo de errado comigo?
—De jeito nenhum, Yibo—, ele respondeu. —É muito comum.
—Eu quero tentar—, ele admitiu. —E meu corpo é como um RC 390, mas meu cérebro é o freio de mão, sabia?— Ele fez uma careta. —Desculpe, um RC 390 é rápido.
Doutor Chang sorriu com isso. —Você acha que algo está te segurando?
—Você quer dizer meu cérebro partido?
—Seu cérebro não está quebrado, Yibo—, ofereci.
—Então, por que meu cérebro está sendo estúpido? Por que eu surto só de pensar nisso?
Isso foi algo que eu não pude responder. Eu olhei para o médico. Ele sorriu gentilmente e disse: —Nossas mentes emitem avisos quando percebem o perigo. É um mecanismo de defesa.
—Perigo?— Yibo perguntou.
—Medo—, ele respondeu. —Você tem medo de alguma coisa?
Os olhos de Yibo brilharam e seu aperto na minha mão pulsou. Doutor Chang acertou em cheio e Yibo pareceu em pânico. Deus, isso era algo que ele queria discutir em particular?
Não queria que ele se sentisse desconfortável.
—Você quer que eu espere lá fora?— Eu perguntei.
—Não—, ele retrucou rapidamente, puxando minha mão para seu corpo como se quisesse me manter perto. —Por favor fica.
—Ok—, eu murmurei, assentindo.
Ele engoliu em seco e levou um segundo antes de olhar para o doutor Chang. —Eu acho que sim. E não sei por quê.
—Você não sabe por que, o quê?— ele perguntou pacientemente.
—Não sei por que estou com medo. Eu não deveria estar. Eu já fiz isso antes.
—Do que você está com medo?— Eu perguntei.
Yibo parecia preso, incapaz de responder, assim como o doutor Chang.
—Depois de uma experiência traumática, em que alguém experimentou níveis significativos de dor, não é incomum que ela rejeite qualquer cenário em que possa experimentar novamente qualquer tipo de dor.
O quê? Dor? Oh Deus . . .
—Yibo—, eu respirei. —Eu nunca te machucaria.
Seus olhos dispararam para os meus, cheios de medo e honestidade. —Eu sei. É por isso que não faz sentido.
—Faz sentido—, disse Chang. —E é completamente justificado. O que você passou foi uma provação significativa, onde você passou muitas semanas em todos os tipos de dor. E você ainda tem dor, sim?
Ele assentiu. —Minha perna. Meu braço não dói muito, a menos que eu o torça ou use demais.
—E sua cabeça?
Ele piscou lentamente como se até a menção de suas dores de cabeça a fizesse doer. —Minha cabeça dói na maioria dos dias. Os remédios ajudam.
—A gravidade da dor está diminuindo? — ela perguntou.
—Acho que sim—, respondeu ele. —Quero dizer, sim. Eu acho.
Doutor Chang explicou através de algumas técnicas e sinais de reconhecimento e basicamente sugeriu que se era algo que ele realmente queria fazer, ele usaria o sistema de pequenos passos.
Prossiga devagar e pare quando se torne demais e, é claro, pratique a paciência e se abrir com o que nós dois sentíamos.
Mas Yibo fez a coisa certa ao admitir seu medo e esse foi o primeiro passo, o médico disse, e ficou feliz por estarmos falando sobre isso. Muitos casais não o fizeram e ele disse que mostrava o quanto nós nos importávamos.
—Existe um vínculo muito forte entre vocês—, disse doutor Chang quando nossa reunião terminou.
—Eu o amo—, disse Yibo, suas bochechas um rosa rico. Ele olhou para mim e riu, seus dedos entrelaçados nos meus. —Eu sempre fiz, eu acho. Mesmo quando ele estava sentado na minha cama no hospital e eu não tinha certeza de quem ele era, nunca quis que ele fosse embora. Suas visitas eram o destaque de todos os dias e, quando eu tinha que sair do hospital e ir para casa, queria ir com ele. Não sei dizer por que, além do fato de que ele me fez sentir seguro, mas sinceramente acho que meu coração sabia.
Eu o teria beijado se não estivéssemos no consultório médico.
— Eu também o amo.
Sempre foi, sempre será.
Yibo sorriu tímido e soltou uma risada. —Sempre foi, sempre será—, ele repetiu.
Por um breve momento, acho que nós dois esquecemos que estávamos sentados em frente ao doutor Chang. Quando olhei, ele estava sorrindo para nós, todo o rosto macio. —Vocês dois me matam.
Yibo prometeu manter seu fisioterapeuta e escrever novos desenvolvimentos em seu diário e, é claro, não exagerar em nada, e com outra promessa de vê-lo novamente na próxima semana, estávamos a caminho.
No meio do caminho para casa e Yibo ainda não tinha dito nada.
—Você está bem?— Eu perguntei.
Ele se virou e me deu um sorriso cansado.
—Sim. Sinto-me bem, na verdade. Melhor agora que conversamos com ela.
—Estou feliz. Eu também me sinto melhor. Aliviado, eu acho.
—Sim.— Ele assentiu. —Você sabe como doutor Chang me disse para ir devagar, com sexo, e ver com o que eu estou confortável?
—Sim? Que tal isso?
—O que você acha que ele quis dizer com ir devagar?
—Ah bem . . . Acho que ele quis dizer que deveríamos começar a namorar e, à medida que você se sentir mais confortável, progredir a partir daí, mas apenas um passo de cada vez, esse tipo de coisa.
Ele sorriu. —Bem, acho que devemos tentar isso.
— Você acha?
—Sim. Tecnicamente, é uma ordem do médico.
Eu ri. —Verdade. Isso foi.
Ele deu um sorriso largo. — Vamos tentar. Na cama. Esta tarde.
—Isso está certo?
—Ou no sofá. Eu não posso decidir.
Eu ri de novo. —Menos pressão no sofá—, sugeri, pensando que a idéia de que em nossa cama pode ser demais, que pode levar ao sexo.
Ele olhou para mim. —Eu me lembro do que fizemos naquele sofá no nosso fim de semana fora, lembra? No Hallidays? Havia um sofá de couro e eu me lembro do que você fez comigo nele. —Então seu lábio inferior se abaixou. — Também me lembro do que fizemos na cama. . . Deus, existe algum lugar em que não fizemos sexo?
Eu bufei. —Hum. . .
—O banheiro?
Eu fiz uma careta.
—Deus. A cozinha?
Eu fiz outra cara.
—Cristo. A mesa de jantar? Você sabe o que? Não responda isso. Nós fizemos sexo em todo lugar?
—Bastante.
Ele suspirou. —Bem, talvez devêssemos começar com o sofá.
Peguei sua mão e levei-a aos meus lábios, beijando seus dedos. —Tenho certeza que vamos descobrir.
—Você tem que trabalhar hoje?
—Sim.
— Que pena.
Eu gemi. —Você é cruel.
Ele riu. — Me desculpe. Eu não deveria provocar. —Então ele ficou sério.
—Honestamente, porém, não sei se posso continuar com isso. . . Xiao Zhan, me desculpe.
—Não se estresse, e não pense demais.— Dei de ombros. —E, de qualquer forma, você é uma paquera e uma provocação é como o seu velho eu, então eu não me importo nem um pouco.
—Sim, mas dizer coisas é uma coisa. Continuar com isso é outra coisa.
Deus.
—Ei—, eu disse, beijando seus dedos novamente. —Se você quer dizer algo, diga. Não quero que você se censure. Não vou pressioná-lo a fazer sexo porque você diz algo quente.
Ele suspirou e caiu em seu assento.
— Obrigado. É estranho. Eu tenho esses momentos em que me sinto completamente normal, como se nada fosse diferente e não houvesse acidente. Como se meu cérebro estivesse jogando algum jogo idiota antes e depois. E vou querer dizer algo ou fazer algo, mas a realidade entra em cena e eu congelo porque não sei se é algo que eu faria ou diria.
—Seja você, Yibo—, eu disse. —O que parecer certo.
Eu não queria dizer nada, mas o reconhecimento dessas mudanças foi enorme. Que ele pudesse reconhecer o que era antes e depois, e se adaptar ao terno, era um grande negócio.
Embora isso o confundisse um pouco, seu cérebro estava mudando de marcha e seus pensamentos eram mais rápidos e claros.
Puxei a porta perto da escada dos fundos e Yibo caminhou até o apartamento. Se ele trabalhasse hoje tudo dependeria de como ele se sentiu esta tarde. Suas consultas médicas sempre o drenavam. Eu o segui e ele se jogou no sofá enquanto eu pegava uma garrafa de água e alguns biscoitos e uvas.
Coloquei-os no assento ao lado dele e ele apertou o botão para ativar a poltrona.
Coloquei o cobertor sobre ele e ele me deu um sorriso cansado.
—Obrigado, amor—, ele murmurou.
Amor? Esse termo de carinho me deixou bem quente no coração e ele era tão fofo que eu simplesmente não pude evitar. Coloquei meu joelho na beira do sofá e me inclinei sobre ele, beijando-o. Ele respondeu imediatamente aprofundando o beijo e eu o deixei sentir parte do meu peso em seu corpo. Quando ele colocou a mão na minha cintura e gemeu, quase me fez entrar em combustão. Mas parei e me afastei. — Durma um pouco, bebê—, murmurei.
Ele soltou um gemido descontente e eu sorri quando me levantei. Seus olhos se voltaram para minha virilha, onde eu estava muito consciente da minha excitação. Ele claramente gostou do que viu e lambeu os lábios.
Quase dobrou meus joelhos, mas soltei uma risada, tentando me controlar.
Pequenos passos, Xiao Zhan.
—Eu vou estar lá embaixo—, eu disse, esperando até que eu estivesse fora de vista antes de me reajustar.
—Agora quem é a provocação?— ele murmurou quando cheguei à porta.
Eu ri enquanto descia as escadas e ainda estava sorrindo quando Yizhou e Haiukan me viram. —Bom dia, eu acredito—, disse Haiukan , sorrindo para mim.
—Sim, não é ruim.
—É bom ouvir isso—, ele disse. —Agora comece a trabalhar; temos duas motos para fazer isso.
Eu ri e bati no ombro dele. —Claro, chefe.
Yizhou riu e nós três nos juntamos e nos esforçamos para fazer tudo com tempo de sobra.
Fiz algumas tarefas administrativas nos poucos minutos em que os garotos estavam
Terminando, verifiquei minha conta bancária e vi os pagamentos atrasados de um cliente, o que significava que eu poderia pagar salários sem ter que entrar no meu cartão de crédito e talvez adiar a venda meu ute por mais uma semana. Parecia um jogo de xadrez financeiro que eu não estava apto a jogar.
Confirmei mais algumas reservas para a próxima semana, graças a Deus, e verifiquei meus e-mails em busca de algo da companhia de seguros sobre o acidente.
Nada ainda.
Então ouvi Haiukan e Yizhou conversando com alguém, e uma voz e uma risada familiares passaram pela porta. Foi o Yibo. Alguns segundos depois, ele apareceu na porta do meu escritório, sorrindo. —Ei.
—Ei—, respondi. —Você ficou entediado lá em cima?
—Tão entediado.— Ele entrou e estacionou sua bunda na minha mesa ao lado da minha cadeira. —O jantar está no forno. Fiz torta de pastor.
—Oh uau, obrigado.
Haiukan pigarreou na porta. —Você, uh, você quer que eu tranque vocês dois aqui de novo?
Eu ri. —Não, acho que estamos bem, obrigado.
Yibo estava sorrindo também. —Na verdade, eu não me importaria se você fizesse.
Haiukan começou a rir. — Vejo vocês amanhã. Vou trancar o portão atrás de nós.
—Obrigado, companheiro.
Yizhou acenou para nós, deixando-nos sozinhos. Fechei meu laptop e olhei para onde Yibo ainda estava encostado na minha mesa. Coloquei minha mão em sua coxa.
—Como você está se sentindo?
—Muito bem. Eu dormi por um tempo.
—Você quer me ajudar a fechar?
Ele sorriu. —Sim.
Fizemos isso, garantimos que o portão estivesse trancado e, em seguida, abaixamos as portas do rolo, trancando tudo à medida que avançávamos. Ajudei Yibo a subir as escadas, não que ele precisasse. Ele realmente estava ficando muito melhor. Eu duvidava que ele subisse as escadas duas de cada vez  alguma vez novamente, mas pelo menos cada passo não era uma montanha.
O jantar foi incrível, e ele me mostrou o que havia adicionado ao diário enquanto comíamos. Depois, limpei a cozinha e disse-lhe para ficar confortável e escolher algo para assistirmos na TV. E quando terminei e apaguei as luzes, ele não estava usando a parte reclinável do sofá, mas estava deitado longamente no sofá. Ele tinha uma almofada enfiada debaixo da cabeça e estava apontando o controle remoto para a TV.
—Posso dizer uma coisa que não mudou em cinco anos—, disse ele. — Não há nada para assistir na TV.
Ele colocou um documentário sobre a natureza e jogou o controle remoto.
—Você está confortável?— Eu perguntei. Ele parecia confortável em seus shorts e moletom. —Onde eu devo sentar?
—Sem sentar—, ele murmurou, batendo no sofá na frente dele. —Deite aqui comigo.
—Oh.
—Eu estava pensando que você poderia me beijar de novo, como você fez esta tarde.
—Nós já nos beijamos antes.
—Mas não com seu corpo em cima do meu.— Ele se mexeu um pouco para ficar de costas e não muito do lado dele.
Oh cristo. —Você quer que eu deite em cima de você?
—Sim. Você sabe, o médico disse que deveríamos.
Eu ri. — Aceito.
—Você só precisa ter cuidado com minha perna—, disse ele. Sua perna direita estava dobrada no joelho e pressionada contra as costas do sofá, o que, sim, mantinha isso longe do caminho, mas significava que, se eu deitasse nele, estaria entre as pernas dele.
Claro que sim . . .
—Eu vou ter cuidado—, eu sussurrei. —E você pode me dizer para parar a qualquer momento. Se eu te machucar, como se eu acidentalmente bato na sua perna ou no seu braço, me diga.
— Sim. —Ele estendeu a mão para ela.
Então, com muito cuidado, coloquei um joelho no sofá e gentilmente me abaixei em cima dele. Eu estava entre as pernas dele, segurando meu peso nos braços, mas meus quadris estavam alinhados com os dele. Não havia como ele não sentir meu pau semi-duro. —Como é isso?
Ele assentiu rapidamente. —Muito bom.
Enfiei meus lábios nos dele, lentos e macios, e ele levantou a cabeça para perseguir minha boca. Isso me fez sorrir. —Pequenos passos, bebê.
—Cale a boca e me beije.
Eu soltei uma risada, porque isso era uma coisa tão Yibo para dizer. Mas eu dei a ele o que ele queria. Eu o beijei com força, abrindo seus lábios com os meus, provando sua língua e sugando-a na minha boca.
Ele gemeu e revirou os quadris, depois ofegou.
Eu parei e me afastei. —Você está bem?
Ele assentiu sem fôlego. Suas bochechas estavam coradas e suas pupilas sopradas. —Sim.
Isso foi quente.
Eu o beijei novamente, mais devagar desta vez, menos urgente. Ele deslizou a mão por baixo da minha blusa e pelas minhas costas, e foi preciso um pouco de autocontrole para não levantar a perna, torcer os quadris e entrar nele.
Estremeci de contenção e ele sorriu para o nosso beijo. —Você gosta disso? — ele perguntou.
Coloquei minha mão na lateral do rosto dele, passando o cabelo pelos cabelos. —Gosto de tudo o que estamos fazendo agora.
— Eu também gosto. Isso parece. . . certo.
Isso rendeu a ele outro beijo, depois outro, e nos acomodamos em uma sessão de beijos preguiçosos. Não havia apalpadas apressadas, nem pressões para conseguir um ao outro.
Era lânguido e sonhador. Eu podia sentir sua ereção contra a minha, mas simplesmente nos deleitamos com a proximidade, a intimidade.
Eu nem queria gozar. Eu só queria superar essa incrível sensação pelo maior tempo possível. E quando o beijo terminou, simplesmente nos abraçamos e trocamos toques e sorrisos até que ele estava cochilando.
—Nós devemos levá-lo para a cama—, eu sussurrei.
—Você também—, ele murmurou, com os olhos ainda fechados.
— Claro.
Ele era pegajoso; mesmo quando escovamos os dentes, ele queria estar me tocando, e quando subimos na cama, ele se aninhou contra mim. Ele descansou a cabeça no meu ombro, seu hálito quente no meu pescoço. Ele sempre foi meu coala fofinho do jeito que se agarrou a mim, e eu o puxei ainda mais perto. Eu beijei o lado de sua cabeça. — Eu amo você.
—Também te amo—, ele murmurou.
Eu sorri na escuridão e o segurei um pouco mais apertado.

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PIECES OF ME ( LIVRO DOIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora