Seis

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— Onde você está indo? — Brahms gritou choroso ao ver o dono de cabelos [claros|escuros] saindo do banheiro, a água escorrendo pelo seu corpo, caindo no chão de madeira.

Você gritou, a voz ecoando pelo corredor:

— Eu vou pegar as coisas para cuidar de você, não vem atrás! — Ele não queria ser seguido, principalmente por causa daquele mal cheiro que aquela bola de pelos obtinha. Bem, seu pedido foi caído em ouvidos surdos.

Não demorou muito até que ele ouvisse os passos pesados atrás de si. O som era inconfundível, e logo veio o cheiro — aquele inconfundível cheiro de cachorro molhado, ácido e insistente, se espalhando pelo ar. [Nome] fechou os olhos por um instante, respirando fundo, já prevendo o caos que se aproximava.

— Puta que pariu — grunhiu baixinho continuando a caminhar, tentando ignorar o homem maior atrás de si.

Demorou um pouco até que ele retornasse à adega, tomando cuidado para não escorregar no chão úmido. Pegou mais algumas garrafas de vinho e, sem rodeios, obrigou o homem ao seu lado a carregar a maior parte delas. Brahms hesitou por um momento, mas acabou cedendo. Juntos, seguiram em direção à lavanderia da casa, onde o ar estava impregnado com o cheiro de sabão e roupas recém-lavadas. Lá, ele pegou um grande litro de detergente, sem dar muita atenção ao motivo — talvez por achar que seria útil ao banhar aquele ser enorme.

Agora, de volta ao banheiro, [Nome] tomou um grande gole de água enquanto olhava para Brahms sentado da banheira, que parecia pequena para o grande homem que ele é.

— Primeira vez que me vejo em tal situação — ele resmungou baixinho, fechando os olhos por alguns apenas para os abrir novamente. — Porém, quem sou eu para questionar.

[Nome] pegou o litrão de detergente com firmeza, retirando a tampa em um movimento decidido. O líquido viscoso e espesso escorreu sobre o corpo peludo e nu de Brahms, espalhando-se por entre os pelos enquanto assistia o sabão formar pequenas bolhas.

Sem hesitar, ele alcançou a escova de roupas, segurando-a com a mesma determinação, e começou a esfregar com vigor, seus movimentos precisos. O som áspero da escova contra os pelos, a água preta escorrendo e a espuma se formando enquanto esfregava mais e mais.

Brahms resmungava, sua voz grave entrecortada de reclamações, enquanto se contorcia levemente sob os movimentos vigorosos da escova.

— Você está sendo bruto! — ele murmurava, a cada passada firme que [Nome] fazia, seus olhos se apertando em desconforto.

O escritor manteve o ritmo, sem dar muita atenção ao desconforto do outro, respondendo com firmeza:

— É pra tirar essa sujeira nojenta. Se vai conviver comigo, que seja limpo! Não tolero encosto fedorento! — Vocé continuava seu trabalho, esfregando com força, arrancando a imundície que havia se acumulado durante anos. Cada palavra de Brahms parecia apenas reforçar a determinação de [Nome] em limpar até o último vestígio.

Foi difícil. As cracas, duras e escuras, pareciam estar ali há anos, incrustadas como se fizessem parte do corpo de Brahms. O escritor esfregava com força, os músculos tensos, sentindo a resistência obstinada daquelas sujeiras antigas.

Cada pedaço que caía parecia levar consigo uma pequena porção de pelos, deixando buracos irregulares em meio ao peito que antes parecia uma densa floresta de fios. O som abafado das cracas se desprendendo ecoava quando caia na água, misturado com o ranger da escova e os suspiros cansados de ambos.

O braço de [Nome] já ardia como se estivesse em chamas, uma dor crescente se espalhando pelo músculo conforme o esforço persistia. E, para piorar, nem sequer havia chegado na metade do trabalho. Estava preso a duas tarefas exaustivas: limpar a sujeira incrustada e tentar desembaraçar aquela massa de pelos emaranhados, que mais pareciam ninhos de ratos. Cada puxão revelava novos nós, densos e resistentes, e a frustração aumentava conforme o tempo passava, sem sinais de que o fim estivesse próximo.

— Porra! Você não toma banho a quantos anos? — Questionou irritado esfregando as costas do homem tentando remover tudo, porém já havia desistido. Jogando a escova no chão, você ligou o chuveiro, lavando as mãos com a água limpa.

[Nome] soltou um suspiro cansado, os músculos tensos do esforço prolongado. Com um gesto brusco, mandou Brahms se levantar.

— Tira o tampão da banheira — ordenou com firmeza, enxugando o suor da testa. Brahms, relutante, obedeceu, e logo a água negra e espessa começou a descer pelo ralo, carregando consigo a sujeira que estava impregnada há anos. Enquanto o nível da água baixava, a água continuava a cair sobre o corpo dele, agora saindo mais limpa.

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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