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Lana Martínez:

Eu olhava aquela cena incrédula, não conseguia esboçar nenhuma reação, era como se eu tivesse levado um tiro no peito e não pudesse fazer nada, apenas cair e apagar. Assim que Gavi me viu, vi Júlia parar quase perto de mim por causa do empurrão que ele lhe deu, eu estava prestes á gritar e chamá-lo de tudo quanto é coisa, mas Luara estava ali e eu não conseguia pensar em nada, só na parte que ele havia me dito que estava tentando mudar e pelo visto, o esforço estava sendo mínimo.

Observei um sorriso de canto nos lábios de Júlia enquanto ela vestia a blusa que havia pegado do chão, eu tentei me avançar contra ela e arrancar seus cabelos sedosos fio por fio de sua cabeça, mas parecia que eu estava impedida de me mexer, de repente tudo começou a girar e eu comecei a me sentir mal, essa havia sido à pior dor ao ver Gavi com uma garota, pois agora, ele era meu.

— Lana... — Ouvi sua voz, mas parecia que estava distante, pois eu ainda estava longe. O Olhei com desgosto.

— Sempre soube que eu não podia confiar em você. — Cuspi as palavras. — Você sempre vai ser o mesmo podre de sempre e por mais que eu te ame com todas as minhas forças, eu não ficarei aqui para ver você me fazer sofrer. — Falei saindo do quarto, mas logo senti uma mão puxar meu braço, era Gavi, óbvio. — ME LARGA. — Gritei. — Não quero ver sua cara nunca mais, me esquece. — Chorei. — Eu sabia que essa puta não iria dar certo aqui.

— Olha como você fala. • Ela me repreendeu e eu meti minha mão na cara dela, fazendo seu rosto virar com força. Ela veio para cima de mim e então eu me agarrei em seus cabelos e a concedia socos e chutes. Gavi me segurou e em seguida Pedri e Alice saíram do quarto assustados e pararam no corredor junto com a gente, Ansu e Ferran também apareceram, Ferran fez questão de segurar Júlia que tentava vir com tudo para cima de mim.

— O que aconteceu? — Ansu perguntou assustado enquanto Alice fechava a porta do quarto de Gavi para que Luara não acordasse e abrisse o berreiro.

— O seu amiguinho estava quase comendo a babá. — Eu disse em um tom enojado e Gavi abaixou a cabeça fitando o chão.

— Desculpa. — Ele soprou. — Eu... Eu juro que tentei sair das mãos dessa cobra, mas...

— MAS VOCÊ É IDIOTA E NÃO RESISTIU. — Gritei.

— OLHA O RESPEITO, PORRA. — Ele logo gritou também. — VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME OFENDER DESSE JEITO.

— TENHO SIM, VOCÊ ME TRAIU. — Limpei as lágrimas de meu rosto. — Vamos embora, Alice. — Olhei para ela que apenas assentiu.

— Lana. — Gavi tentou recuperar o tom normal de sua voz. — Nós temos que conversar com calma. — Ele disse se aproximando.

— TIRA ELE DE PERTO DE MIM, ANSU. — Gritei, eu estava completamente louca, não acredito que depois de tudo que eu passei com ele, ele ainda iria me fazer sofrer, Gavi não serve para ser apenas de uma, o lugar dele é fodendo o mundo. Eu tinha que me contentar com isso. Me apaixonei pela pessoa mais errada do mundo, acontece. — Vamos de uma vez, Alice. — Supliquei.

— Vamos, Martínez. — Ela lançou um olhar furioso para Gavi. — Uma vez vacilão, sempre vacilão.

— Não se meta, sua putinha, vai dar para Pedri que você ganha mais. — Ele disse para Alice e eu parei de caminhar, virando-me e olhando firme para ele.

— Quem você acha que é para falar assim da minha amiga? Se liga, Pablo. Você é um merda, não merece nada do que tem, você sempre estraga tudo, quero ver quando você ficar mais velho, não vai ter família, não vai ter ninguém, suas putas não estarão mais com você, pois você perderá sua disposição por causa da idade, vai ser apenas você... e seu caixão. — Falei e ele veio em minha direção agarrando meus braços com força, Alice tentou soltá-lo de mim, mas ele era mais forte. Depois foi a vez de Ansu tentar mas ele levou um soco na cara.

— Você não pode me deixar, Lana, você me pertence, lembra? Você é minha, sempre será minha. — Seu olhar tinha um tom escuro, apavorante. — Eu não quero essa puta, foi só um deslize, não acontecerá mais, mas é que, porra, eu sou homem. — Ele respirou por fim e minha mão foi parar na cara dele, ele olhou-me para mim furioso. — NUNCA. MAIS. ENCOSTE. EM.
MIM. — Ele gritava pausadamente, sua face estava vermelha de ódio. — ENTENDEU, LANA? AS COISAS NÃO MUDARAM TOTALMENTE, SE EU TIVER QUE TE ESFOLAR TODINHA, EU TE ESFOLO. — Ele disse cravando as unhas em meus braços, dei um grito fino de dor.

— Se você fizer isso, Pablo, esqueça que um dia eu fui seu melhor amigo. — Ansu disse com uma mão em seu olho roxo por causa do soco que havia levado. — AGORA LARGA ELA, PORRA. — Ele disse puxando afastando Gavira de mim, massageei meus braços doloridos com as mãos.

— Você foi a pior coisa que aconteceu na vida da minha amiga. — Alice falou para ele, Gavi tinha a respiração ofegante. Lágrimas escorriam desesperadamente em meu rosto, eu só queria ir embora dali.

— Você vacila demais, Gavira. — Ferran disse descontente. — Lana é boa demais para você.

— CALEM A BOCA, CARALHO. — Gavi tornou á gritar. — EU NÃO PRECISO OUVIR VOCÊS, NÃO PRECISO DE PORRA NENHUMA E NEM DESSA PUTA QUE ENTROU NA MINHA VIDA SÓ PARA FODER COM TUDO. — Pensei que ele estava falando de Júlia, mas não, ele estava se referindo à mim. — Você não vai se livrar de mim tão fácil, Lana. — Isso soou como uma ameaça. — Você verá isso a partir de amanhã, você me pertence, namorando comigo ou não. SAI DA FRENTE, SUA MÚMIA. — Ele gritou e empurrou Júlia, logo entrando novamente em seu quarto e batendo a porta com força, em seguida, ouviu-se o choro de Luara. Ansu saiu correndo para tirá-la de perto de Gavi.

— Vamos, Martínez. — Alice disse triste. Pedri observou toda a confusão numa normalidade sem fim. — Você não pode mais ficar aqui. —
Assenti desconsolada.

Cheguei em casa e atirei-me em minha cama afundando a cara no travesseiro e chorando até não poder mais, quebrei uma boa parte de minhas coisas, minhas bonequinhas de porcelana que enfeitavam minha escrivaninha estavam estilhaçadas no chão.

Meu coração doía, eu nunca havia sido traída de verdade, já peguei Gavi com Gabriela, mas era uma época onde ele não tinha compromisso comigo, e agora doía o dobro, pois ele tinha aceitado ser meu também, ele tinha me entregado seu coração, eu achava que nós daríamos certo. Mas todos sabem que eu e Gavira somos completamente diferentes.

Corri para a sacada e a fechei o máximo possível, eu não queria que Gavi aparecesse, eu não queria vê-lo tão cedo, eu estava com ódio, toda hora a cena daquela puta só de sutiã e calça jeans agarrada nele lhe dando beijos no pescoço o fazendo ficar louco vinha em minha cabeça e então era choro atrás de choro, Alice me ligara umas dez vezes, de certo para ver como eu estava, mas não atendi nenhuma.

Em seguida, recebi uma mensagem de meu pai dizendo que ele voltaria tarde e fiquei aliviada, eu precisava ficar sozinha, precisava dar um jeito em minha vida, eu não iria tentar mais nada com Gavi. Eu queria acreditar que nós só estávamos no início de nossa relação e que eu deveria me acostumar, assim como então não iria doer tanto assim, mas seria mentira, todos sabem que nossa relação já vem de muito tempo, só não era algo concreto.

Eu estava decidida à me desfazer de Gavira, eu não poderia investir nesse relacionamento, era suicídio, Gavi nunca largaria essa vida, ainda mais que ele tem sei lá quantas boates por aí, ele é o rei da foda e pode ter certeza, ele não largaria esse cargo tão cedo e muito menos por mim.

possessive - pablo gavira.Onde histórias criam vida. Descubra agora