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Lana Martínez:

— Olha, Gavi... Já está tarde e acho melhor eu ir embora. — Falei, tentando fugir.

— Não. — Ele disse grosso e autoritário. — Você vai subir. — E por algum motivo, eu obedeci.

Sentei-me no sofá enquanto observava Gavi servir um copo de Uísque.

— Você quer? — Ele me ofereceu.

— Eu não bebo. — Pensei ele já sabia.

— Tá, você não sabe o que está perdendo. — Ele deu de ombros.

— É, devo estar perdendo muita coisa mesmo. — Murmurei ao ver sua careta após dar um gole na bebida. — Você pode ser um pouco mais direto? — Falei.

— Ah, claro... — Ele deu mais um gole. — Você é uma vadia, está sabendo e se envolvendo demais nas coisas... — Ele disse, naturalmente.

— Vadia, não! — Levantei-me. — Eu sou ouro perante das putas que você pega, e pode confessar que você também acha isso, Gavira. — Cheguei mais perto, o encarando.

— Ah, não se iluda, Lana. Você não está com essa bola toda. — Ele disse largando a taça com a bebida.

— Não estou? — Falei logo tirando a blusa e ficando apenas de sutiã. — Tem certeza? — Ri ao ver o olhar de Gavira parar em meu corpo enquanto mordia os lábios hipnotizado. Ele avançou o sinal me pegando com tremenda
força.

— Tá, talvez um pouco... — Ele sussurrou em meu ouvido.

O empurrei e me agachei para pegar minha blusa de volta. Inútil. Gavira foi mais rápido e pegou antes de mim.

— Me devolve! — Gritei.

— Mal tirou e já quer colocar? Ah, que sem graça.— Gavi disse com um sorriso totalmente malicioso.

— Me devolva, Gavira. Eu não estou brincando. — Falei séria.

— Ninguém mandou você tirar. — Ele disse, indiferente.

— Ah, é? Então eu vou sair assim mesmo na rua. — Falei indo até a porta, a abrindo e depois indo até o elevador apertando o botão.

— Volta aqui. — Pablo veio até mim e me pegou a força. — Você não vai sair assim. — Ele disse me colocando para dentro do apartamento e trancando a porta. E dessa vez, as coisas haviam mudado, eu estava gostando.

— Nossa Gavira. Como você é possessivo. — Falei provocativa. — E olha que eu nem sou sua.

— Você não é minha? Tem certeza?

— Absoluta. — Exclamei. — Por que eu seria sua?Você é grosso demais. Tem que ter romantismo, onde estão as rosas vermelhas? Hm, que fora hein, Gavira. — Me fiz de boba e cruzei os braços.
Ele riu irônico.

— Aí que está. — Ele começou a falar. — Um dia eu estava pensando...

— Não, espera um pouco... — Interrompi. — Você pensa? Ai, meu deus, que orgulho. — Impliquei.

— Cala a boca, porra. Não me interrompe, eu odeio que me interrompam. Já não basta eu estar com o cu entalado de tanta raiva por causa das drogas das suas intromissões nos meus assuntos, e não é a primeira vez que você me impede de acabar com o seu amiguinho boiola. — Tentei falar algo, mas ele não deixou. — Ah, e sem contar, que você é uma burra... — Ele partiu para as ofensas. — Preferiu a vida do seu amiguinho em troca da sua virgindade, sendo que ele é um cuzão e nem te valoriza, só sabe pisar em você... E hoje, estava prestes a morrer. Inútil isso né? — Gavi estava sabendo como me atingir perfeitamente.

— Você não cumpriu seu trato. — Falei.

— Cumpri sim e muito bem, desde quando eu quebro tratos? — Ele disse firmemente. — No dia seguinte eu não lembro de ter batido nele.

— Seu pau no cu! — Gritei. — Você me enganou.

— Eu não te enganei, gata. Você que foi burra e acabou entendendo tudo errado. Nosso trato só valia para eu não acabar com o Bellingham no dia seguinte e não para a vida toda. Ridícula. Ou você acha que Jude ia mandar cinco homens baterem em mim, mandar invadir meu cofre, roubar quinze milhões, entre outras merdas e eu, Pablo Gavira, ia ficar batendo palmas pro show dele porque você passou uma noite comigo? Se liga garota, vadias é o que menos falta para eu comer. — Meus olhos se encheram de lágrimas por causa da enorme raiva que me consumia, peguei um vaso médio de vidro que enfeitava a mesa de Gavi e quando me dei conta, o vaso havia atingido no braço e o quebrado. Eu estava inconsequente.

Gavira levou a mão esquerda ao seu braço direto que agora sangrava, logo ele olhou incrédulo com os olhos em chamas de tanto ódio, foi aí que eu percebi: eu nasci para fazer merda.

— Eu vou matar você. — Gavira tirou a arma da cintura. Engoli um seco. Pedri adoraria estar presente naquele momento. Gavi apontou aquele troço para mim, chegando mais perto e mirando bem na minha testa. Todo o medo que eu não havia sentido dele em todo esse tempo, estava ali. Eu tremia e me sentia fria, mas em nenhum momento deixei de olhar Gavi nos olhos. — Ninguém, ninguém mesmo, tem direito de tocar em mim causando algum tipo de estrago. — Olhei para seu braço sangrando.

— Na verdade, foi o vaso que tocou em você... — Como tive coragem de falar aquilo?

— Você adora brincar né, Lana? Até nas horas erradas, desculpe dizer mas, ninguém faz meu sangue escorrer e sai vivo.

— Mas aqueles caras que Jude mandou te bater em você...

— Estão mortos. — Gavi gritou, em nenhum momento ele tirou a arma da minha testa, eu odiava aquele seu jeito, eu o odiava. Comecei a entender mais ainda porque as pessoas o temiam.

— Gavi, pa-para com isso. — Disse nervosa e tremendo.

— Você quer que eu pare, vadia? Repete, quero ver você sofrendo. — Ele riu.

— Eu não sou vadia. — Não suportava quando ele me chamava assim.

— Você realmente não tem medo de morrer mesmo né? — Ele disse.

— Pablo, pare de enrolar, me mate logo. — Falei, já cansada daquilo.

— Seria muito fácil. — Ele abaixou a arma. — Eu não gosto de coisas fáceis. — Mentira, ele não tinha coragem de me matar, eu podia ver e sentir aquilo. — Deveria ter deixado para Pedri. — Ele largou a arma em cima da mesa. — Respirei novamente, eu havia me esquecido como era bom respirar. — Agora pegue algo para fazer um curativo na merda que você fez, antes que eu mude de ideia. — Gavi disse autoritário e eu peguei minha blusa a vestindo novamente.

possessive - pablo gavira.Onde histórias criam vida. Descubra agora