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Lana Martínez:  

— Lana... — Ele começou a falar. — Você sabe...
Esse é meu jeito, infelizmente, mas é. Eu sou impulsivo, e se eu falo algo, não quer dizer que eu realmente pense ou seja aquilo...

— Mas dói... Dói muito. — Desabei novamente.

— Desculpa. — Congelei ao ouvir aquela palavra vindo de Gavira. Ele me deu um selinho longo. — Mas você continua sendo chata.

Me aproveitei da situação.

— Posso ir com você agora? — Ele me olhou, travando o maxilar e em seguida revirando os olhos. Aquilo foi sexy. — É que eu não quero ficar sozinha com esses pensamentos ruins. — Fiz um drama.

— Então pensa em mim. — Ele disse e piscou. Mas ele fazia parte dos meus pensamentos ruins.

— Mas Gavira... — Ele bufou.

— Como você é irritante, puta que pariu. E ainda por cima me deixa louco quando me chama de Gavira. — Eu mordi o lábio inferior. — Mas lá é perigoso para você... — Ele respirou fundo. — Por isso não quero que você vá. — Por fim ele disse.

— Você tem medo de me perder? — Perguntei o olhando.

— Vou pegar algo para beber. — Ele mudou totalmente de assunto, saindo do quarto.

Fui atrás, porém fiquei pela sala e ele foi para a cozinha. Sentei-me naquele sofá e logo peguei meu celular que estava lá atirado. Setenta ligações perdidas de meu pai.

— Caralho, setenta ligações perdidas do velho. — Comentei alto para que Gavira pudesse me ouvir da cozinha, em seguida ele veio com um copo contendo algum tipo de bebida alcoólica nas mãos e sentou-se ao meu lado, em uma curta distância, cheguei mais perto ainda o mostrando as chamadas.

— Ele está mesmo atrás de você. — Deu um gole na bebida. — Só não quero que sobre para mim depois.

— Por que sobraria? — Perguntei.

— Ele pode simplesmente colocar a polícia atrás de você.

— Será? — Perguntei tensa, ele deu de ombros, peguei a bebida de suas mãos e dei um gole, fazendo uma careta horrível, minha garganta queimava. Gavi riu.

— O que é essa porra?

— Vodka pura, coisa boa. — Ele disse e deu outro gole terminando com a bebida.

— Que horror. — Falei ainda sentindo aquele gosto horrível.

Gavi pegou meu celular e começou a ver minhas fotos, deitei minha cabeça em seu ombro e meus pensamentos foram longes.

— Essa é aquela sua amiga? Alice? Sei lá. — Ele perguntou mostrando uma foto onde eu e Aurora fazíamos caretas.

— É Alice. — Disse e dei uma risada de leve. — Não é mais amiga.

— Ainda não fizeram as pazes? — Ele perguntou. — Tudo por minha causa, assim é que eu gosto.

— Não. — Respondi seca.

— Não vão fazer?

— Não sei.

— Por que?

— Porra. — Perdi a paciência, aquilo era um assunto delicado para mim.

— Viu como é bom. — Gavira disse rindo. — Perguntas demais irritam, e é isso que você faz.

— Mas eu posso. — Disse simples.

possessive - pablo gavira.Onde histórias criam vida. Descubra agora