O Internato Saint Claire era mais do que uma escola para os futuros herdeiros do mundo - era um santuário de luxo e prestígio, onde os filhos e filhas dos mais ricos aprendiam a carregar o peso de seus sobrenomes. Entre eles, estava Eva Ferrari, cuj...
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EVA FERRARI
Ela riu baixinho, com aquele sorriso presunçoso que já começava a me irritar. Mesmo que tentasse disfarçar, eu sabia que a partir daquele momento, minha vida no Internato Saint Claire jamais seria a mesma. A presença de Billie O'Connell seria um problema... um problema do qual eu mal podia esperar para descobrir até onde nos levaria.
Logo após sua apresentação, o professor indicou para que ela se sentasse. Meu coração acelerou ao ver Billie caminhar calmamente em minha direção, escolhendo a cadeira logo atrás de mim. Com um toque leve em meu ombro, ela sussurrou:
— Acho que vamos ser melhores amigas, Eva Ferrari.
Aquilo foi a gota d'água. Não pensei duas vezes. Levantei de uma vez, fazendo a cadeira arrastar com um estrondo no chão. O professor, surpreso, mal teve tempo de reagir.
— Senhorita Ferrari, onde pensa que vai? Volte já para o seu lugar ou eu terei que...
— Me suspender? — respondi com sarcasmo. — Boa sorte com isso.
Saí da sala sob os olhares chocados dos outros alunos e fui direto para a direção. Estava furiosa, e ninguém, nem mesmo a senhora Dallas, diretora do internato, iria me obrigar a dividir um quarto com aquela lunática.
Cheguei à recepção e, sem rodeios, dirigi-me à secretária:
— Quero falar com a diretora. Agora. — disse com firmeza.
Ela ergueu os olhos do teclado, claramente surpresa pela minha abordagem.
— Não é assim que funciona, senhorita Ferrari. A diretora está ocupada no momento, mas posso agendar...
— Eu não estou perguntando como funciona. Estou dizendo como vai ser. E vai ser agora. Anda logo, garota. — cruzei os braços, impaciente, e pude ver o medo nos olhos dela.
A mulher, hesitante, pegou o telefone com as mãos trêmulas e sussurrou algo para a diretora. Após alguns segundos, desligou e, nervosa, indicou a porta com um gesto:
— Pode entrar.
Abri a porta com um sorriso vitorioso.
— Viu como foi fácil?
A diretora estava sentada atrás de sua imponente mesa de mogno, os óculos na ponta do nariz enquanto revisava alguns papéis. Quando me viu entrar, fechou os documentos e me encarou, sua expressão rígida.
— Bom dia, senhorita Ferrari. Este não é o modo apropriado de...
— Eu quero que a senhora tire a O'Connell do meu quarto — interrompi, sem paciência para formalidades. — Quero ela o mais longe possível de mim.
A diretora suspirou profundamente, como se já estivesse antecipando essa conversa.
— Isso não é possível, senhorita Ferrari. Todas as acomodações estão completas, e a decisão de alocá-las juntas foi cuidadosamente planejada.
