Meu Melhor Amigo

~Capítulo 10~

-POV LUCAS

Que porra de ciúme era esse que eu estava sentindo do Amaury, hein? Fala sério! Desde o dia que ele me contou da sua momentânea aventura amorosa com o tal do Bruno que eu não conseguia mais pensar em outra coisa. Tudo ficou ainda pior, depois de eu ter presenciado aquele beijo desentupidor de pia na sala dele. Eu não conseguia mais tirar aquela cena da minha cabeça. A coisa estava tão feia pro meu lado, que eu percebi que preferia mil vezes a presença de Samuel do que a do senhor sorriso na vida do Amaury. O Samuel pelo menos, não enfiava a língua dele na goela do meu melhor amigo. O que me dava mais raiva era o modelo ser sempre tão legal comigo, mesmo eu não merecendo. Eu queria muito identificar algum tipo de maldade, oportunismo ou cinismo da parte dele, mas não. O cara era do bem de verdade e eu estava ficando louco com a possibilidade do Amaury acabar se apaixonando por ele pra valer. Até o cliente do Amaury que era um tremendo pé no saco com todo mundo, pareceu se encantar pelo rapaz, ele  gostou tanto do peguete do Amaury que decidiu fazer um mega evento de lançamento da sua nova coleção e nos pagou um cachê extra para desfilar em sua festa. Eu tentava detestar o Bruno com todas as minhas forças, mas me sentia um babaca todas às vezes que eu fazia isso. Eu realmente deveria estar feliz pelo Amaury ter encontrado alguém tão bacana e que o fizesse feliz, mas a verdade é que eu estava arrasado. Eu era egoísta demais para aceitar ele ficar tão íntimo de alguém além de mim.

-Não gosto do seu lance com o Bruno. - falei, repentinamente. Amaury estava digitando algo no seu notebook e ergueu os olhos para me encarar.

- Como é?

- Eu estava pensando aqui e decidi que não gosto do seu envolvimento com o modelo. - Amaury riu.

- É? E você decidiu isso assim, do nada? - perguntou descontraidamente.

- Não gostei de vê-lo te beijar aqui aquele dia.

- Por quê? Ficou com nojo?

- Não. Fiquei com raiva mesmo. - Amaury riu ainda mais.

- Aquela não foi a primeira vez que você viu beijar alguém.

- Mas foi a primeira vez que eu vi você beijar alguém com vontade. Não gostei. - quando algo me incomodava, eu falava mesmo. Não estava nem aí.

- Eu também não gosto de ninguém que você fica e nem por isso, você deixa de trepar com elas por minha causa.

- É diferente. - tentei justificar.

- Diferente, por quê?

- Porque eu não fico de romance com ninguém  depois.

- E eu estou de romance com quem?

- Você tá de quatro pelo simpático. -ele riu de novo.

- Eu estou é?

- Não se faça de sonso Maury, você sabe que está.

- Você anda tão doido ultimamente, que não consegue enxergar nem as coisas que estão no seu nariz.

- Do que você está falando?

 - Quantas vezes você me viu ficar com ele  depois do ocorrido na minha sala semana passada? - parei pra pensar e percebi que o Amaury  realmente não tinha saído mais com o grandão. Depois que o contratante  bateu o martelo na escolha, Amaury fechou um contrato com ele e o Simpatia havia se tornado oficialmente funcionário da empresa. Os dois viviam de conversinha pra lá e pra cá, riam o tempo inteiro aqui no escritório, mas analisando melhor agora, eles não pareciam muito com duas pessoas que estavam tendo um caso na escadaria de emergência do prédio. Já visitei muito a escadaria de emergência do prédio para saber como funcionava esse processo.