~Capítulo 11~

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-POV AMAURY

Eu nunca tinha visto o Marcio  tão bem humorado em toda minha vida. Meu cliente conhecido por sua habitual arrogância e ignorância, estava tão agradável que eu nem o reconheci. Ele  havia escolhido um dos locais mais luxuosos da cidade para realizar a festa de lançamento da sua nova coleção Moda Praia e havia pago um belo cachê adicional aos meninos para realizarem um mini desfile de apresentação de algumas das peças exclusivas desenhadas por ele mesmo. Depois do desfile, iria rolar a balada com comes e bebes inclusos para os convidados.

-Qual é o seu segredo, hein? - perguntei descontraídamente para Bruno que estava se arrumando no camarim. Ele riu.

- Segredo do quê?

 - Que raio de feitiço foi esse que você jogou em cima do Marcio que o fez se lembrar que boca também foi feita pra sorrir?

- Eu não fiz nada não e ele também não é tão ruim assim, vai... - Bruno abriu um sorriso envergonhado e eu gargalhei.

- Ai meu Deus, você está afim do cara também?

- Depois que eu percebi que era carta totalmente fora do seu baralho, tive que partir para outra. - brincou. - Deus me livre, estressar o Diego... - disse fazendo o sinal da cruz. Comecei a rir.

 -Diego é meio doido.

- Sei bem por quem ele é doido. - pensei em perguntar o que ele queria dizer com aquilo, mas o Diego  entrou no camarim, me interrompendo.

- Ainda vai demorar muito pra se trocar, Simpatia? Não quero te apressar não, mas tem uma festa cheia de cachaça esperando só a gente desfilar pra começar, viu? Mas, vá no seu tempo viu... - Diego  já estava vestido com seu roupão branco, incrivelmente sexy, pronto para desfilar. Se ele soubesse cada pensamento pecaminoso que eu já tive com ele vestido naquele roupão, tomaria mais cuidado ao ficar perto de mim. Ele era gato demais. Ele percebeu meu olhar pra ele e sorriu pra mim. Ele me quebrava no meio toda vez que sorria pra mim.

- Juro que eu não entendo vocês dois. - falou Bruno alternando o olhar entre Diego e eu.

- O que foi? - perguntei desviando os olhos pra ele.

- Eu não sei se vocês se fazem de cegos ou se são só burros mesmo... - ele se levantou da cadeira e fechou o roupão. - Vamos. - disse saindo do camarim. Diego abriu a boca, indignado.

- É impressão minha ou eu ouvi esse irrititante  chamar a gente de burro?

- Acho que sim.

- Aí ó... Isso é o que dá ficar dando ousadia para os seus funcionários. Bem feito! Esse aí chegou ontem e amanhã já está dando na sua cara.

- Cala a boca, Diego. Você foi pago pra desfilar, não pra dar palpite.

- Na verdade, hoje eu fui pago pra encher a cara de graça! Eu já disse o quanto eu amo meu trabalho?

- Alcoólatra.. -Falei e Diego deu uma gargalhada saindo pro desfile.

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O desfile tinha sido um verdadeiro sucesso e Marcio estava radiante com o retorno que recebeu dos convidados sobre sua nova coleção. A festa estava rolando solta e o salão da Vitrinne se transformou numa espaçosa pista de dança, cheia de luzes com a temática tropical. Bruno e Marcio pareciam estar se conhecendo melhor no espaço que havia sido reservado para eles e eu sorri com a audácia do meu cliente. No final, o maior objetivo dessa festa, tinha sido bem sucedido pra ele. Apesar de ser um evento fechado, o local estava lotado de gente. Como eu não curtia muito esse negócio de tumulto, preferi ficar sentado na mesa reservada para minha equipe, só observando o decorrer da festa. Na verdade, o decorrer da festa pra mim, significava acompanhar o meu melhor amigo, levemente alcoolizado, se sentindo a dançarina do "É o Tchan" no meio da pista com as garotas. Toda vez que Diego decidia colocar aquela raba enorme dele pra jogo, era sempre a mesma coisa. As pessoas ficavam parecendo um bando de urubus em cima dele. Ele era hipnotizante. Ele dançava sabendo que era o centro das atenções e provocava na sensualidade de suas caras e bocas, enquanto rebolava até o chão. Aquele cretino sabia bem como tirar o juízo de alguém. Eu estava no meio da minha reflexão sobre o quanto meu melhor amigo era fodidamente gostoso, quando seu olhar se encontrou com o meu e ele riu. Diego segurava um copo de cerveja na mão que foi entornado em menos de um minuto em sua boca e entregue vazio, na bandeja do garçom que estava passando no local. Ele me chamou com o dedo para ir dançar com ele e eu neguei, balançando a minha cabeça. Diego sabia que eu detestava aglomeração em volta de mim. Ele sorriu em resposta e começou a caminhar, vindo até mim.

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