TWO

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Roubo - Dia D
Sexta-feira, 05:35

Sofía Pov

Eu definitivamente odiava minha vida, não bastava eu viver um inferno com a minha mãe, os dois filhos dela mais o encosto que era o marido dela, ainda tive que vir morar com meu pai por que segundo ela: "Só o meu pai da um jeito no monstro que eu sou". Eu não odiava tanto o meu pai, talvez uns 60%, ele sempre foi um pai ausente, com a desculpa de que trabalha muito e blá blá blá.

- Sofía García Hernandez, se você não levantar em 10 segundos, jogo você pela janela - Falando no diabo.

Me remexo na cama incomodada com o barulho e afundo no colchão me escondendo dele.

- Você não é mais criança, querida. - Ele senta na cama e faz carinho no meu cabelo. Fofo mas não muda o fato de ser ausente. - Hoje é o passeio a casa da moeda, pago uma fortuna aquele colégio de mauricinho para você ter um bom futuro.

Bom futuro. Um trabalho de dezoito horas recebendo um salário de merda.

- Não pedi para me por lá, gostava muito do meu antigo colégio. - Mentira, odiava aquela porcaria. - Papa, não estou me sentindo bem, sinto que algo vai acontecer, não quero ir.

Não era totalmente mentira, sentia que algo ia acontecer. Só não sabia se era bom...

-Você deu essa desculpa ontem, vamos, antes que eu te jogue água. -  Puxa minha coberta com tudo e fecho meus olhos com raiva.

Levanto a contra-gosto e olho pela janela vendo o sol nascer lentamente, suspiro e fecho as cortinas, meu pai podia ser um escroto mas tinha dinheiro o suficiente para bancar uma cobertura em Madrid e mesmo assim largou a filha naquele fim de mundo. Caminho em direção ao banheiro, não me preocupando com o uniforme, a moça que me pai contratou, Maria, resolve tudo aqui, confesso que eu estranho demais isso, não fui criada assim, fui criada na simplicidade, culpa da minha mãe óbvio, largou meu pai por um vagabundo usuário de droga que no fim só acaba com o dinheiro que meu pai da a ela. Meu pai também não aceitava muito bem eu ter nascido e enfim, estou cercada por belos pais.

Ligo o chuveiro e tiro meu óculos pondo em cima da pia, entro em baixo do chuveiro e sinto as gotículas de água caminhar como se fosse uma trilha pelo meu corpo, o choque térmico me fez lembrar dele, dos momentos que vivemos juntos, tudo me lembrava ele.

Andrés de Fonollosa.

Só de pensar nele, meu corpo responde com a saudade do seu cheiro e do seu toque, passei a mão pela minha barriga sentindo um leve volume fazendo me lembrar de o porque ter vindo morar com meu pai, o desespero me bateu de uma forma tão grande que eu vomitei tudo do jantar anterior.

Desgraçado, me largou sozinha e grávida. Aquele bastardo!

Terminei meu banho e sai do chuveiro em direção a pia, escovo meus dentes enquanto vejo meu reflexo no espelho, como pude ser tão ingênua? Quando um cara mais velho que eu, ia me assumir? Ainda mais um ladrão de espírito livre e ousado como ele. Lembrei de uma de milhões de promessas dele.

*Flashback on*

2 meses antes do Dia D.

Observar a paisagem de Toledo por cima, se tornou uma das minhas coisas preferidas, nunca cheguei a vir aqui e me arrependo profundamente, esse lugar é lindo, estávamos em uma clareira vendo o sol se por sentados em cima de um pano tomando vinho e comendo alguns queijos importados do Andrés, coisa de rico.

- Não gosto disso. - Me levanto de seu colo e me ajeito olhando para o mesmo confusa. - Quando você está quieta demais e mordendo os lábios, sei que está nervosa.

𝑷𝑨𝑹𝑰𝑺 - 𝐴𝑛𝑑𝑟𝑒𝑠 𝐹𝑜𝑛𝑜𝑙𝑙𝑜𝑠𝑎 Onde histórias criam vida. Descubra agora