𝑷𝑨𝑹𝑰𝑺 - 𝐴𝑛𝑑𝑟𝑒𝑠 𝐹𝑜𝑛𝑜𝑙𝑙𝑜𝑠𝑎

FIVE



4 meses e 3 semanas para o assalto

Sexta-feira

Berlim Pov

Era uma noite silenciosa, mas eu não conseguia dormir. Havia algo inquietante em meu peito, uma mistura de ciúmes e frustração. Eu só tinha encontrado aquela garota uma única vez, mas o impacto dela foi imediato. Mesmo que eu tenha sido casado por cinco vezes, esse sentimento era diferente, nunca sentido antes.

Agora, para melhorar minha noite Denver estava completamente encantado por ela, sem saber que já nós conhecíamos, mesmo que breve. A lembrança do sorriso dela tem me perseguido a uma semana e a ideia de que outro pudesse se aproximar me deixava ainda mais irritado. O que fazer com esse misto de sentimentos? Eu sabia que precisava fazer algo, mas a incerteza e o medo de por tudo a perder por uma obsessão me  mantinham acordado, perdido em pensamentos sobre como poderia lidar com essa situação delicada.

Toda vez que me lembro do que ouvi esta tarde, uma raiva toma conta do meu coração. Nunca fui de me envolver em fofocas; sempre achei isso ridículo. No entanto, enquanto caminhava em direção à cozinha para pegar algo para comer, ouvi Denver e Rio tramando algo.

- Denver não parava de flertar com ela, e ela nos convidou para a festa de São João que acontecerá hoje à noite.

Hmm, o Professor não ficaria feliz com isso.

- Ótimo, preciso beber! -  Tokyo exclamou, batendo as mãos com Nairóbi e rindo como se fossem duas doidas.

- Qual era o nome dela? - Nairóbi perguntou, enquanto eu me encostava na parede, curioso.

- Sofía García, uma verdadeira deusa.

Desde então, sinto uma irritação crescente em relação a Denver.

Levanto determinado a perturbar a felicidade alheia. Coloco uma camisa de manga longa vinho, uma calça social cinza com um cinto preto, e finalizo com um sapato social e um blazer pretos. Me olho uma última vez no espelho e sorrio sabendo o quão elegante e bonito eu era.

Saio do cômodo que denomino como meu quarto e ando silenciosamente em direção ao quintal, sabendo que em alguns minutos os quatro tentariam sair. Ouço risadas abafadas e alguém dizendo para falar baixo.

- Ora, que coincidência, não? - Exclamo, vendo os sorrisos desaparecerem de seus rostos. - Presumo que não vão ficar aqui fora, já que seus trajes dizem o contrário.

- O que você quer, Berlim? - Tokyo cruza os braços e levanta o queixo em minha direção. - Vai ser dedo-duro agora?

Levo a mão ao peito, fingindo surpresa.

- Eu? Sou muitas coisas, minha querida. Dedo-duro não está entre elas.

Eles se entre olham, desconfiados.

- Então, o que você quer? - Nairóbi pergunta, a irritação já visível em sua voz.

- Irei com vocês.

Sorrio, o mais inocente possível. Denver e Rio soltam uma gargalhada, e Nairóbi os repreende. Tokyo continua me observando, desconfiada.

- E quem disse que vamos sair? Acho que você anda bebendo demais, Berlim.

Rio debocha, seguido por Denver. Sorrio da ingenuidade deles.

- Sério? Jurei ter ouvido algo sobre uma festa de São João... - Vejo os sorrisos sumirem e o meu apenas aumenta. Jogo a chave para Nairóbi e começo a andar em direção ao carro. - Você dirige, Nairóbi.