CAPÍTULO 06

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P.O.V. ROSALINA

RUA RESIDENCIAL - INÍCIO DA NOITE

Caminho pelas ruas de Castanheiras com Téo ao meu lado. Ainda não acredito que ele se ofereceu pra me acompanhar até em casa. Confesso que fiquei um pouco surpresa quando ele se aproximou, mas acho que foi bom ter aceitado a companhia. Pelo menos não vou ficar sozinha remoendo meus pensamentos.

ROSALINA: Então, você mora aqui em Castanheiras há muito tempo?

TÉO (sorrindo): Ah, sim, a minha família é daqui. Eu e a Nath crescemos nesse bairro.

ROSALINA: Entendo. Meus pais moram aqui há anos, mas eu voltei faz pouco tempo, depois de fazer um intercâmbio.

TÉO (compreensivo): Deve ter sido uma mudança grande, então. Voltar pra casa depois de um tempo fora não é sempre fácil.

ROSALINA: (suspirando) É, às vezes eu me sinto um pouco perdida. Mas acho que está me fazendo bem sair um pouco de casa e explorar o bairro.

TÉO (sorrindo): Que bom! É importante a gente se sentir confortável no lugar onde a gente mora.

Continuo andando ao lado dele, tentando me distrair um pouco. Téo parece ser um cara legal e eu gosto da maneira como ele me ouve. Não sei por que, mas me sinto à vontade perto dele.

De repente, meu celular escorrega da minha mão e cai no chão. Téo é rápido e o apanha antes que eu possa fazer algo.

TÉO (sorrindo): Deixa que eu pego pra você.

Nossos dedos se tocam levemente quando ele me entrega o celular. Sinto uma sensação estranha, como se uma corrente elétrica tivesse passado pela minha pele. Nossos olhos se encontram por um breve momento, e eu percebo o quanto Téo é bonito. Há algo nele que me atrai, mas eu não sei dizer o que é.

ROSALINA (sorrindo sem jeito): Obrigada.

Continuo andando, tentando disfarçar o fato de que fiquei um pouco nervosa com aquele breve contato. Téo parece não ter notado nada, o que me deixa aliviada.

Mas, de repente, uma lembrança me invade a mente, e eu sinto meu coração apertar. Preciso ficar sozinha por um momento para pensar.

ROSALINA (hesitante): Bom, acho que é aqui. Obrigada por ter me acompanhado, Téo.

TÉO (sorrindo): Ah, foi um prazer! Fico feliz que tenha aceitado a companhia.

ROSALINA: Sim, foi bom. Até mais.

Aceno rapidamente e fico parada na rua, observando Téo se afastar. Quando ele some de vista, sinto uma mistura de emoções me invadindo. Algo que aconteceu no passado volta a me atormentar, e eu preciso lidar com isso.

Respiro fundo, tentando me preparar para enfrentar os meus próprios demônios. Seja lá o que for, eu vou ter que encarar. Fico parada na rua, observando Téo ao meu lado. Quando vejo meu pai, Henrique, se aproximando, sinto um aperto no peito.

ROSALINA (preocupada, olhando para Téo): Ai, não... O meu pai não pode me ver com você aqui. Isso vai dar tanta confusão.

HENRIQUE (tom autoritário): Rosalina, o que está acontecendo aqui?

ROSALINA (tentando explicar): Pai, calma, não é nada demais. Eu só...

HENRIQUE (interrompendo): Quem é esse rapaz? O que ele está fazendo aqui com você?

TÉO (retorna ao ouvir tranquilo): Boa noite, senhor. Eu sou Téo, amigo da sua filha. Eu a acompanhei até aqui porque ela não se sentia bem.

HENRIQUE (menosprezando): Amigo? Não quero você perto da minha filha. Respeite-a!

Dilemas Cruzados (Teolina/Roteo)Onde histórias criam vida. Descubra agora