Bem-vindos ao Inferno

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Dan, Daniel e Liz se reuniram em um canto do mercadinho, o ar estava denso de tensão. Liz, sempre a mais sensível, olhava para Samara com preocupação, enquanto a garota se mantinha retraída, com medo estampado no rosto.

— Não podemos deixá-la aqui — Liz sussurrou, os olhos marejados. — Ela é só uma criança. Se esses homens a encontrarem, sabe-se lá o que farão com ela.

Dan assentiu, seu olhar fixo no chão. Ele sabia que Liz tinha razão. Deixar Samara ali seria como entregá-la ao perigo, mas a situação estava longe de ser simples.

— Concordo com você, Liz. Mas precisamos ser realistas — respondeu Dan, a voz grave. — Se sairmos agora, eles podem estar lá fora, esperando. Podemos ser pegos, e aí não seremos só nós, mas Samara também.

Daniel, sempre prático e acostumado a situações de combate, passou a mão pelo cabelo, visivelmente frustrado. Ele sabia que a decisão precisava ser bem pensada, mas o tempo não estava a favor deles.

— Podemos tentar sair pela parte de trás do mercadinho — sugeriu Daniel, olhando para Dan. — Se a gente se mover rápido e em silêncio, talvez consigamos despistá-los. Mas vai ser arriscado, muito arriscado.

Dan olhou para a porta do fundo, como se estivesse pesando todas as possibilidades. Ele sabia que não havia garantias. Mesmo assim, não tinham muitas opções. A cidade estava deserta, e o grupo do pai de Samara parecia estar em todos os lugares.

— Não podemos ficar aqui muito tempo — disse Dan finalmente. — Eles vão voltar, tenho certeza. Precisamos sair, mas com cuidado. Talvez dividir o grupo seja uma opção... um de nós pode atrair a atenção deles enquanto os outros levam Samara para longe.

Liz arregalou os olhos, claramente desconfortável com a ideia de separação, mas sabia que Dan estava certo. O plano envolvia risco, mas manter-se parado era igualmente perigoso.

— Eu posso ser a distração — disse Daniel, determinado. — Eles não estão atrás de mim. Eu os distraio enquanto vocês levam Samara.

Liz olhou de um para o outro, hesitante. Ela sabia que qualquer erro seria fatal.

— Tudo bem — ela finalmente concordou, respirando fundo. — Mas, por favor, cuidado.

Dan olhou para Daniel e depois para Samara. Havia uma mistura de culpa e responsabilidade no olhar de ambos. Eles sabiam que estavam prestes a enfrentar algo muito maior do que mortos-vivos.

— Vamos fazer isso rápido — disse Dan, levantando-se. — E que Deus nos ajude.

A tensão na sala era quase palpável enquanto se preparavam para agir.

Dan e Liz saíram pelos fundos do mercadinho, movendo-se lentamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível. O coração de Dan batia forte no peito, enquanto Liz, com Samara a seu lado, tentava manter a calma. O plano parecia perfeito — Daniel iria distraí-los pela frente, dando tempo para que eles escapassem com a menina.

No entanto, algo estava errado.

Ao se aproximarem da saída dos fundos, Dan parou repentinamente. Seus instintos, afiando-se por anos de experiência, captaram algo. Ele olhou para Liz e Samara, que pararam imediatamente. Foi quando ele ouviu um clique suave de uma arma sendo destravada.

— Não se mexa — uma voz fria e ameaçadora soou atrás deles. Dan virou-se lentamente e viu dois homens armados, vigiando a porta dos fundos. Eles estavam cercados.

Ao mesmo tempo, na parte da frente do mercadinho, Daniel saiu com determinação, pronto para cumprir sua parte do plano. Mas assim que seus pés tocaram o asfalto fora da loja, ele foi cercado. Dois homens armados estavam esperando por ele, com sorrisos maliciosos no rosto.

Ecos na Escuridão: A Jornada de SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora