"Cativeiro e Conspiração"

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O líder do grupo se aproxima com um sorriso controlado, o ambiente carregado de tensão. Ele é um homem de presença dominante, de olhar frio e calculista, com uma barba bem aparada e vestes simples, mas limpas. Sua postura mostrava que ele tinha o controle total sobre a situação.

"Bem-vindos à Nova Ordem," ele começou, sua voz soando com um misto de arrogância e autoridade. "Meu nome é Genesis." Ele fez uma pausa dramática, observando Dan, Liz e Daniel com uma espécie de superioridade. "É o nome que escolhi para este novo mundo. O nome que reflete a recriação da sociedade, sob as minhas regras."

Dan o olhava com desconfiança, seus olhos apertados. Genesis continuou, como se estivesse saboreando cada palavra.

"Vocês devem estar se perguntando quem eu sou, mas isso não importa mais. O homem que eu era antes, morreu junto com o antigo mundo. Agora, sou o arquiteto de algo maior... Eu e meus homens," ele acenou com a mão, apontando para Simon e os outros. "Nós somos a Iniciativa Genèse, a força que irá recriar a civilização, purificar os fracos, e estabelecer a verdadeira ordem. Neste novo mundo, aqueles que são fortes sobrevivem e governam. E eu sou quem guia esse processo."

Dan, apesar da dor do tapa, encarava Genesis com firmeza. Liz e Daniel também trocavam olhares de alerta, já cientes da insanidade daquele homem. Genesis se aproximou de Dan e, com um sorriso cruel, disse:

"E agora, como hóspedes da nossa Nova Ordem, vocês terão uma escolha: se unirem a nós e contribuírem com a construção deste novo mundo, ou... bem, sempre há o outro caminho. Eu espero que façam a escolha certa."

Genesis se move pelo escritório com passos lentos e calculados, seus olhos frios analisando cada um deles. Ele sorri, mas o sorriso não alcança seus olhos. Em um tom afável, quase acolhedor, ele se dirige a Dan, Liz e Daniel.

"Vocês não precisam temer. Aqui, todos têm um propósito. Vocês podem fazer parte de algo maior. Pensem nisso: um lugar seguro, onde o caos do mundo lá fora não pode nos tocar. Um novo começo. Aqui, somos uma família, e eu cuido de todos como um pai cuida de seus filhos." Ele os encara, esperando alguma resposta, mas encontra apenas o silêncio desconfiado de Dan.

Genesis continua, com um tom mais persuasivo. "Vocês têm habilidades que podemos usar. Dan, pelo que ouvi, você já foi um líder... um capitão. Sei que, no fundo, você entende a importância da ordem, do controle. E você, Liz, enfermeira, alguém capaz de curar e salvar vidas. Daniel, um soldado, alguém que pode proteger nossa comunidade. Vocês têm algo a oferecer e, em troca, terão proteção, comida, segurança. Não é isso que todos queremos nesse novo mundo?"

Dan observa Genesis, seus olhos calculando cada palavra, mas sua mente estava em outro lugar. Ele finalmente fala, com uma calma aparente. "E Samara? Onde ela se encaixa nesse seu... mundo?"

O sorriso de Genesis vacila por um momento, e uma sombra de irritação passa por seu rosto. "Samara é apenas uma criança. Ela é fraca agora, mas todos nós passamos por provações. Ela terá o que merece com o tempo, como todos nós." Ele tenta retomar o controle, mas a irritação começa a se infiltrar em sua voz.

"Ela é sua filha," Dan insiste, ignorando o olhar de advertência de Liz. "O que você realmente pretende fazer com ela?"

Genesis aperta os punhos e respira fundo, seus olhos agora fixos em Dan com uma intensidade perigosa. "Você não entende, Dan. No novo mundo, as fraquezas são eliminadas. Todos têm que se provar. Samara tem que aprender que o sangue que corre em suas veias a tornará forte, ou... ela será descartada, como tantos outros."

A atmosfera no cômodo muda de uma tensão controlada para algo muito mais sombrio. Genesis, claramente irritado, se aproxima de Dan, olhando-o diretamente nos olhos, o sorriso desaparecendo completamente. "Eu dou as ordens aqui, Capitão. Samara é minha responsabilidade. E eu não permito questionamentos."

Dan, por dentro, estava fervendo, mas ele sabia que qualquer movimento errado ali poderia ser fatal.

Genesis se aproxima de Dan, o olhar sombrio fixo nele, seus dentes apertados enquanto a raiva transborda. "Eu ofereci a vocês um lugar seguro, uma nova vida, e é assim que me respondem? Questionando minhas decisões, minhas escolhas?" Sua voz começa a aumentar, ressoando pelo pequeno escritório.

Dan mantém o olhar firme, sem se abalar, o que apenas irrita Genesis ainda mais. Ele vira de costas e, por um momento, parece tentar se recompor. Mas então, sem aviso, ele se vira novamente, o rosto contorcido pela fúria.

"Vocês parecem precisar de um tempo... para pensar nas suas opções. Talvez depois disso, estarão mais dispostos a colaborar."

Genesis faz um gesto brusco com a mão, e Simon e outros dois homens armados se aproximam rapidamente, agarrando Dan, Liz, e Daniel sem cerimônia. Liz tenta lutar, mas é contida facilmente, enquanto Dan, mesmo irritado, percebe que resistir agora seria inútil. Daniel, com o rosto endurecido, se mantém em silêncio, guardando sua raiva para o momento certo.

"Tranque-os até que estejam prontos para ver a realidade," Genesis ordena com frieza, e Simon solta um sorriso satisfeito, claramente gostando do papel de executor.

Dan, Liz, e Daniel são empurrados pelos corredores sujos do antigo prédio comercial até uma escada que desce para o que antes poderia ter sido um depósito ou porão. Lá embaixo, o cheiro de mofo e esgoto é sufocante, as paredes descascadas pela umidade e o abandono. Eles são levados a uma cela improvisada com grades enferrujadas, e a porta se fecha com um som metálico, seguido pelo estalo da chave girando na fechadura.

A cela é pequena e mal iluminada, com apenas alguns colchões sujos espalhados no chão. Em um canto, há um grupo de pessoas, algumas machucadas, outras famintas. Seus rostos estão sujos, as expressões de medo e desespero. Liz fica visivelmente abalada ao ver o estado delas, enquanto Dan tenta manter a calma, observando tudo com atenção.

Uma mulher de aparência frágil, com um hematoma no rosto, olha para eles e murmura com a voz rouca: "Vocês também desafiaram o 'líder'? Todos aqui... tentaram lutar, e olha o que aconteceu." Ela solta uma risada fraca, sem humor. "Bem-vindos ao inferno."

Dan respira fundo, seus olhos correndo pelo lugar. Ele sabe que precisam sair dali, mas, antes de mais nada, precisa entender a situação. Ele se aproxima das pessoas ali, tentando obter mais informações, enquanto Liz e Daniel se aproximam, buscando algum sinal de esperança.

O ar na cela é pesado, sufocante, e as paredes parecem se fechar ao redor deles. Dan sente que o tempo está contra eles. Ele olha para Liz e Daniel, seus olhos sombrios, mas determinados. Eles precisam de um plano — e rápido.

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Ecos na Escuridão: A Jornada de SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora