Desafio 3 - Poema relacionado a Cores e Sentimentos

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A chuva caía forte, cobrindo a cidade com um manto negro e pesado. As luzes dos postes pareciam lutar contra a escuridão, projetando sombras dançantes nas calçadas molhadas. Clara estava encostada na parede de um café, observando as gotas escorregarem pela janela. Seu coração, como o céu, estava carregado.

— Por que você não vem comigo? — perguntou Lucas, sua voz suave quebrando o silêncio.

— E para onde eu iria? — respondeu Clara, sem desviar o olhar da chuva. — Para um lugar onde tudo ainda é preto?

— Não, Clara. Você está vendo tudo errado. O preto pode ser o começo de algo novo.

Ela virou o rosto para ele, a frustração evidente em seus olhos.

— O preto é a cor da perda, da solidão. É a cor do que não pode ser recuperado.

Lucas deu um passo à frente, a intensidade do olhar fixo nela.

— Mas é também a cor da noite, da calmaria. É onde as estrelas brilham. Você só precisa abrir os olhos.

— Estrelas? — Clara riu, mas o som era seco e triste. — Não há estrelas quando você está no fundo da escuridão.

— Às vezes, precisamos mergulhar no preto para descobrir a luz que ainda temos dentro de nós — ele disse, sua voz firme, mas cheia de compaixão. — Eu não quero que você enfrente isso sozinha.

O silêncio se instalou entre eles, pesado como a chuva. Clara finalmente olhou para Lucas, sentindo uma mistura de dor e esperança.

— E se eu não conseguir? — sua voz falhou, quase um sussurro.

— Você conseguirá. Juntos, podemos transformar o preto em um caminho. E então, as estrelas vão aparecer.

Ela respirou fundo, sentindo a tempestade dentro de si se acalmar um pouco. O preto não era apenas solidão; era também a promessa de um recomeço.

— Está bem — murmurou. — Vamos encontrar essas estrelas.

Lucas sorriu, um brilho de determinação em seus olhos, enquanto a chuva continuava a cair, mas agora, de algum modo, parecia um pouco menos pesada.

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