Quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

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CHEGUEI EM CASA QUASE DUAS DA MANHÃ. Tive companhia na maior parte do caminho de volta: três rapazes embriagados e duas das namoradas deles vinham por acaso na mesma direção que eu, então me juntei a eles, batendo papo com uma das meninas, Chrissie, que descobri ser prima de Sam.

Depois só precisei seguir sozinha por um curto trecho da Queen’s Road; e não foi de todo ruim. O vento amainara um pouco, e, embora estivesse gelado, eu havia bebido vodca suficiente para me manter parcialmente aquecida. E meu casaco de lã era quente e aconchegante. Eu bem que poderia tomar uma boa xícara de chá quando chegasse em casa, eu estava pensando, e depois ficar na cama até bem tarde amanhã...

Havia alguém sentado à entrada da minha casa. Ele se levantou quando me aproximei.

Lee.

— Por onde você andou? — perguntou ele.

Peguei minhas chaves no fundo da bolsa.

— Saí — respondi. — Não estava a fim de ficar em casa. Faz tempo que você está aqui?

— Dez minutos. — Ele me deu um beijo no rosto. — Vamos entrar? Estou congelando aqui fora nesse frio do cão.

— Por que você não usou sua chave?

— Você me disse para não fazer isso, lembra?

— O quê?

— Você falou para eu não entrar e bagunçar as suas coisas.

— Não foi isso que eu quis dizer. Claro que você pode entrar.

No corredor, ele me virou e me empurrou para a parede, abrindo meu casaco, sua boca invadindo a minha. Seu beijo foi vigoroso, seco, com o seu sabor — não de álcool. Ele não estava bêbado, então. Apenas enérgico.

— Não consegui parar de pensar em você hoje — sussurrou ele no meu pescoço, sua mão deslizando pelo cetim do meu vestido. — Este seu vestido me deixa louco.

Soltei seu cinto e abri sua calça, descendo-a um pouco por sobre seu traseiro. Bem aqui no corredor, pensei comigo mesma. Um lugar tão bom quanto qualquer outro.

— Só me diga — falou ele, gemendo com a boca encostada no meu cabelo —, me diga que você não trepou com nenhum outro cara usando esse vestido.

— Não — respondi. — Só você. Ele é seu. Eu sou sua.

No escuroOnde histórias criam vida. Descubra agora