Entre Ódio e Saudade - Apollo MC

13.

Na manhã seguinte, Mariah acordou com a cabeça latejando, ainda sentindo o efeito das emoções e acontecimentos da noite anterior. Ela se espreguiçou no sofá, tentando afastar os pensamentos sobre Apollo, Larissa, e aquela festa que parecia nunca ter fim em sua mente. Suspirou fundo, desejando que as coisas fossem diferentes, que tudo pudesse simplesmente desaparecer. Mas, como sempre, as lembranças continuavam ali, firmes.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Apollo acordava com um peso diferente. Não era o cansaço ou o excesso de álcool que o deixavam assim, mas uma tristeza que o consumia lentamente. A imagem de Mariah indo embora, as mensagens secas e a frieza que ela demonstrou ainda o perturbavam. Mesmo tentando se convencer de que estava superando tudo, aquela sensação de perda estava ali, cada vez mais forte. Ele olhou para o teto, perdido em pensamentos, até que o celular vibrou.

BOB: "Passa aqui em casa mais tarde. Preciso falar com você. É importante."

Apollo leu a mensagem e deu de ombros. Bob era sempre direto, então, provavelmente, era algo sobre a próxima batalha ou algum projeto novo. Não tinha ideia do que o esperava.

Enquanto isso, Mariah também recebeu a mesma mensagem. Ainda enrolada em seus pensamentos e emoções, não estava com a menor vontade de sair, mas conhecia Bob. Se ele estava chamando, era melhor ir. Depois de um banho rápido e um café da manhã apressado, ela se preparou para sair. Talvez fosse bom mudar de ambiente e parar de pensar tanto.

Quando Mariah chegou na casa de Bob, Apollo já estava lá. Ela parou de repente, surpresa ao vê-lo. Seus olhares se cruzaram por um instante, e ambos sentiram o ar pesar. Mariah não disse nada, apenas entrou, tentando ignorar a presença dele, enquanto Apollo, com o coração acelerado, tentou disfarçar a súbita alegria ao vê-la ali.

Bob os observou por um momento, percebendo o desconforto evidente, mas sem perder tempo com formalidades, foi direto ao ponto.

"Eu chamei vocês aqui porque eu preciso de ajuda," começou ele, com um tom sério. "E isso envolve os dois."

Mariah cruzou os braços, desconfiada. "O que você quer, Bob?"

Bob sorriu de canto, um pouco nervoso, antes de continuar. "Então, é o seguinte... vocês sabem que o aniversário da BDA tá chegando, né? Vai ser um evento grande, cheio de mídia, e tem uma galera muito interessada no que vocês dois vão fazer."

Mariah franziu o cenho, confusa, enquanto Apollo prestava mais atenção, começando a entender aonde aquilo poderia estar indo.

Bob respirou fundo antes de soltar a bomba: "Eu preciso que vocês finjam um romance. Só por um tempo. Pros fãs, pra mídia. Vocês sabem que a internet adora esse lance de ex-casal voltando. E, bem, seria ótimo pra visibilidade de vocês, e também pro marketing do evento."

A sala ficou em silêncio por alguns segundos.

Mariah ficou imóvel, seu cérebro tentando processar o que havia acabado de ouvir. "Você tá brincando, né?" ela disse, incrédula. "Isso é ridículo, Bob. Fingir um romance? Eu e o Apollo? Não faz sentido!"

Apollo, por outro lado, tentava conter a leve satisfação que sentia. Ele não esperava essa proposta, mas a ideia de estar ao lado de Mariah, mesmo que de forma encenada, despertava algo dentro dele. Ele tentou não demonstrar muito entusiasmo, apenas inclinando-se para frente e olhando para Bob com um leve sorriso. "E como exatamente você acha que isso vai funcionar?"

Bob levantou as mãos, tentando acalmar os ânimos. "Eu sei que parece loucura, mas acreditem, os fãs de vocês dois estão enlouquecidos por isso. Desde aquela festa, os comentários explodiram, todo mundo quer ver vocês juntos de novo. Eu só estou tentando aproveitar essa onda."

Mariah balançou a cabeça, incrédula. "Isso é tão absurdo. As pessoas realmente se importam com isso?"

"Mais do que você imagina," respondeu Bob, com um tom sério. "Eu já recebi mensagens de patrocinadores perguntando se vocês vão aparecer juntos no evento. Todo mundo tá de olho. Seria ótimo pro evento e também pra imagem de vocês."

Mariah se levantou, começando a andar de um lado para o outro, claramente desconfortável. "Eu não sei se consigo fazer isso, Bob. Fingir algo assim... é demais. Ainda mais depois de tudo."

Apollo a observava com atenção. Sabia que aquele pedido era complicado para ela, mas ele também sabia que, no fundo, essa poderia ser uma chance de resolver as coisas de uma forma ou de outra. Ele olhou para Bob e depois para Mariah, tentando medir suas palavras.

"Eu entendo que não é fácil, Mariah," disse Apollo, com um tom mais suave do que o normal. "Mas, pensa nisso como uma oportunidade. Não só pra gente, mas pra nossa carreira. E não precisamos fingir algo exagerado. Apenas aparecer juntos, manter as aparências."

Mariah parou e o encarou, surpresa pelo tom mais calmo que ele usava. Ela esperava uma reação diferente dele, talvez algo mais arrogante ou indiferente. Mas ali estava Apollo, sugerindo algo que, de certa forma, parecia até razoável.

"E o que você acha disso, Apollo?" ela perguntou, cruzando os braços e estreitando os olhos. "Acha mesmo que isso é uma boa ideia?"

Ele deu de ombros, tentando parecer mais neutro do que se sentia. "Eu acho que a gente pode tirar algo bom disso. Não é como se a gente fosse precisar fingir o tempo todo. Só... estar juntos no evento e deixar a galera falar."

Mariah hesitou, seu coração acelerando. Ela sabia que aquilo poderia abrir feridas antigas, mas também sabia que era uma oportunidade importante. Bob estava certo em uma coisa: o público estava de olho, e aquilo poderia ser bom para todos.

"Eu não sei..." Mariah disse, sua voz mais baixa agora, seus pensamentos divididos entre o que ela realmente queria e o que parecia ser necessário.

Apollo a olhou nos olhos, esperando sua resposta com uma expectativa que ele não demonstrava externamente. Bob olhou para os dois, sentindo a tensão no ar.

O silêncio pairou pesado sobre a sala.

E então, sem que ninguém esperasse, Mariah respirou fundo e disse...