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Mariah acordou no dia seguinte àquela festa com uma sensação de cansaço emocional que ela não conseguia explicar. A conversa com Apollo e tudo o que tinha acontecido na noite anterior a deixaram desgastada. Então, ela decidiu que precisava de um tempo sozinha, longe de tudo e de todos. A praia, sempre seu refúgio, parecia o lugar perfeito para escapar de seus pensamentos. O som das ondas, o vento fresco e a sensação de liberdade sempre a acalmavam.

Pegou seu bronzeador e escolheu um biquíni amarelo que destacava o tom da sua pele. Mariah sempre soube que qualquer cor lhe caía bem, e aquele amarelo não era exceção. Chegou à praia, e o sol quente sobre sua pele imediatamente fez com que ela se sentisse em paz. Ela encontrou um lugar tranquilo, estendeu sua canga na areia e olhou para o mar. O horizonte parecia interminável, e aquilo a fez pensar em como tudo que estava acontecendo na sua vida, por mais intenso que fosse, era pequeno comparado à imensidão do mundo.

Quando as coisas fugiam do seu controle, Mariah sempre se lembrava de que era apenas uma pequena parte do universo. "Eu sou menor que um grão de arroz", ela pensou, rindo sozinha. Essa reflexão a ajudava a colocar as coisas em perspectiva. Nem tudo precisava estar sob seu controle. Algumas coisas simplesmente tinham que seguir seu curso natural.

Sem pensar muito, ela se levantou, tirou a canga e correu em direção ao mar. A água fria a recebeu de braços abertos, e ela se jogou, deixando as ondas levarem seu corpo. Por um momento, ela se sentiu livre, leve, como se todas as preocupações desaparecessem. Até mesmo quando uma onda mais forte veio e a derrubou, ela não se importou. O mar tinha esse efeito nela. Mariah riu de si mesma enquanto emergia da água, o cabelo todo bagunçado e o corpo coberto de água salgada.

Ela passou mais alguns minutos flutuando nas ondas, sentindo-se conectada ao oceano e ao mundo ao seu redor, antes de finalmente sair da água. O sol brilhava intensamente, e Mariah sentia o calor do sol sobre sua pele molhada. Caminhou até um quiosque e pediu uma água de coco. Enquanto esperava, sentou-se na areia, observando o movimento ao seu redor. Famílias, crianças, casais, todos aproveitando o dia à sua maneira. Aquilo a fazia lembrar de como a vida seguia para todo mundo, independentemente dos seus próprios problemas.

Sem pensar muito, Mariah pegou o celular e configurou a câmera para tirar uma foto. Ela posicionou o celular na areia, ativou o temporizador de 10 segundos e correu de volta para a água. Quando olhou para o resultado, sorriu satisfeita. A foto capturava exatamente o que ela queria: o momento em que ela caminhava para fora do mar, com o sol iluminando sua pele e o oceano ao fundo. Era uma imagem que transmitia paz e força ao mesmo tempo. Sem hesitar, postou a foto no Twitter.

Enquanto esperava o Uber para ir embora, Mariah rolou o feed do Twitter, sem grandes expectativas

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Enquanto esperava o Uber para ir embora, Mariah rolou o feed do Twitter, sem grandes expectativas. Até que, de repente, viu uma postagem de Apollo.

Mariah riu sozinha ao perceber que era uma indireta para ela

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Mariah riu sozinha ao perceber que era uma indireta para ela. Era o tipo de coisa que ele costumava fazer, jogar uma frase ambígua que só eles dois entenderiam. Ela conhecia Apollo o suficiente para saber que ele estava tentando processar o que havia acontecido entre eles.

Apesar do riso momentâneo, a lembrança da conversa da noite anterior voltou à sua mente. Mariah se pegou refletindo sobre tudo o que haviam discutido. Aquilo ainda a machucava, mas, ao mesmo tempo, ela sabia que era necessário passar por essa dor. "Esse sentimento vai passar, tem que passar", ela pensou, tentando convencer a si mesma de que superar Apollo era a melhor escolha. Afinal, era isso que ela precisava: seguir em frente, encontrar seu caminho sozinha, sem as amarras do passado.

Quando o Uber chegou, Mariah se despediu da praia com um último olhar. Ela sabia que voltaria em breve, mas, por enquanto, precisava lidar com seus sentimentos, enfrentá-los de frente. Enquanto o carro seguia em direção ao seu apartamento, ela olhou pela janela, tentando se distrair com as paisagens da cidade. Mas, por mais que tentasse, as lembranças de Apollo ainda estavam lá, invadindo seus pensamentos.

Ela sabia que não seria fácil. Afinal, como esquecer alguém com quem você compartilhou tantos sonhos e planos? Casar na praia, ter um filho, tudo isso fazia parte da história deles, uma história que parecia impossível de apagar. Mas Mariah era forte. Ela sempre foi. E por mais que ainda doesse, ela sabia que essa dor passaria. O que ela precisava era de tempo.

Ao chegar em casa, Mariah tomou um banho quente para lavar o sal do corpo e, com ele, tentar lavar também as mágoas. Deitou-se no sofá, pegou um livro de poesia que tanto amava e começou a ler, buscando nas palavras dos outros um pouco de conforto para o próprio coração.

As próximas semanas seriam desafiadoras, ela sabia disso. A festa da BDA estava chegando, e com ela, a pressão de estar bem, de parecer feliz e confiante. Mas, por dentro, Mariah ainda estaria lidando com as consequências de uma história que não terminou como ela imaginava. Mesmo assim, ela estava disposta a se curar, um passo de cada vez.

Entre Ódio e Saudade - Apollo MCOnde histórias criam vida. Descubra agora