◠ 22 - Espada. ◡

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     Alex estava parado em frente à parede de quadros do refeitório, sua atenção fixa em um deles. Permanecia ali, imóvel, concentrado na imagem em uma moldura de madeira envelhecida, de tom escuro e com pequenas fissuras, imperceptíveis a menos que alguém se aproximasse o suficiente para notá-las. Eram marcas deixadas pela limpeza e pelo desgaste do tempo, afinal, aquele era um dos primeiros quadros a ocupar o conforto da parede oposta às janelas. Ali, ele estava há bons dez anos.

Seus dedos longos tocaram a tela, sentindo a textura das pinceladas densas, como se o artista, tomado por um encanto avassalador, tivesse despejado na pintura todas as suas emoções reprimidas. A cada pincelada, formava-se o rosto de uma mulher. Sua pele, de um branco pálido, quase espectral, contrastava com a profundidade dos cabelos pretos, que caíam em ondas irregulares até o limite da tela.

Mas eram os olhos ── sim, os olhos ── que realmente capturavam o observador. Dois poços negros, tão profundos que pareciam absorver a luz ao redor. Não havia brilho, nem sinal de vida. Apenas um vazio abismal, pintado com camadas espessas de tinta. Era um olhar que parecia devorar a luz e o próprio observador, um mistério impresso no nada. Era impossível desviar os olhos facilmente.

Era inquietante, e Alex sentia isso na ponta dos dedos. Ele afastou a mão do quadro e recuou alguns passos. Juntou as mãos atrás das costas, segurando a ponta dos dedos, enquanto continuava a encarar a pintura. Seus pensamentos logo se perderam no abismo dos olhos da mulher. Com um suspiro, fechou os próprios olhos, permitindo que memórias, tão escondidas quanto as fissuras do quadro, emergissem e tomassem novamente seu lugar em sua mente.


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