◠ 23 - Ganância. ◡

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    Os olhos amarelos espreitavam, ariscos desde o nascimento. A pelagem, negra e lustrosa, destacava-se. Fauna estava encolhida sob a raiz de uma das árvores fantasmagóricas, desta vez com o porte de um cachorro médio ── uma comparação que ela, se ao menos se importasse, consideraria ofensiva.

Lambia a pata, a língua áspera e rosada deslizando entre os vãos dos dedos, num gesto rotineiro que ocupava boa parte do seu dia. De tempos em tempos, interrompia-se, erguendo a postura, esticando o espinhaço e apurando os ouvidos para captar o que a mulher enfaixada dizia à garota, que caminhava despreocupada pelo solo da floresta que ela habitava.

Quando a conversa parecia cair no tédio, Fauna voltava à sua missão banal de lambidas em busca de limpeza. Pousou uma pata e esticou a outra, mas hesitou, voltando a atenção à conversa. O vento, como um velho amigo, trouxe-lhe a voz da garota ── cheia de nuances, perspicaz, mas com traços de hesitação. Escutou algo sobre magia onírica. O sopro do vento intensificou-se, envolvendo sua pelagem densa. Ela passou a língua no canto da pata e esfregou-a no rosto. A conversa entre as duas parecia esfriar; Fauna observou a mulher mais velha recolher uma caixa e se levantar da mesa.

Por mais um tempo, ficou a observar Ametista, reparando no leve sorriso da garota. Preguiçosa, levantou-se para ir embora, mas parou ao perceber que a jovem se aproximava. Virou o rosto de soslaio, vendo-a parada entre a linha que separava o mundo exterior da floresta fantasmagórica. Seus bigodes tremularam, e então deixou que as palavras fossem sopradas pela brisa:

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