Três dias haviam se passado desde o confronto com o navio da marinha e, Por conta de toda aquela confusão, a rota que antes seguiam em direção a Rêvea, demoraria um pouco mais. O que foi um saco para Takemichi.
A rotina a bordo dos outros tripulantes do navio havia voltado ao seu ritmo habitual. O sentimento de tensão que tinha acompanhado os garotos havia se dissipado, substituído por uma sensação de normalidade e calmaria.
Takemichi se acostumara com seu papel garoto pintor nesses dias todos que passou usufruindo do cargo. Embora ainda sentisse a pressão de cumprir suas tarefas, sem cometer sequer um erro, para evitar qualquer que fosse sua punição caso fizesse algo errado.
Mesmo que, surpreendentemente nesse meio tempo, ele tivesse perdido o medo de Mikey e esquecido o que era auto conservação. Pois ofendiam um ao outro 'indiretamente' quase o tempo todo. Não que de fato Mikey ficasse bravo, - o que era uma surpresa - mas o outro tacava pedra em si em dobro e ameaçava o jogar para fora do barco o tempo inteiro. Realmente o tempo em excesso que passaram juntos naquela cabine fechada o enjoaram da cara um do outro.
Mas para compensar, estava se dando bem com todos os outros tripulantes. Principalmente com Chifuyu e Emma. Os dois eram cativantes e divertidos. Foram ele que o distrairam do tédio nesses três dias.
No quarto dia, claro e ensolarado, Takemichi estava no convés, observando o horizonte. O vento fresco que atingia seu rosto, o cheiro gostoso do oceano que atingiam suas narinas e as ondas que brilhavam sob a luz do sol eram reconfortantes. Ele poderia passar horas desse mesmo jeito, que não se cansaria nunca. A vida a bordo parecia ter encontrado um ritmo mais tranquilo, e o moreno tentava aproveitar a calma antes que a próxima tragédia acontecesse.
Chifuyu, animado e sorridente, se aproximou de Takemichi com uma expressão entusiasmada. – Ei, Takemichy, o que está planejando para hoje? – perguntou, olhando para o vasto oceano que se estendia.
– Acho que nada. Não tem muito o que fazer por aqui. – olhou para o lado para encarar Chifuyu. Riu baixinho, sendo seguido pelo outro que afirmava suavemente com a cabeça e dava de ombros. Se virando para encostar suas costas na borda e olhar ao redor do navio.
– Quando você se acostuma, não fica tão entediante. – Chifuyu deu um sorriso satisfeito. – Sabe, ouvi que chegamos ainda hoje em Rêvea.
Takemichi ergueu uma sobrancelha. – sério? Estive tão distraído que mal tive tempo de calcular a distância. – suspirou e se curvou, apoiando os braços sobre a borda e fechando os olhos quando uma onda forte de vento passou.
– Sim. Você tem passado o dia inteiro dentro da cabine trocando farpas com o Mikey. – Chifuyu deu uma piscadela e gargalhou alto. Takemichi soltou um longo suspiro desgastado e bufou mau humorado, encarando Chifuyu com os olhos semi cerrados. Causando mais gargalhadas do outro.
Mais tarde, ao final da tarde, o navio estava em movimento para a ilha. Já estava à vista por Kazutora, ao longe. Takemichi não negaria, mas estava realmente animado para chegar.
Já leu sobre Rêvea antes e, parecia um local incrível. Rêvea era conhecida por ser a ilha da festa, um local frequentado apenas por piratas e legalmente permitida. Festejam dia e noite no local e você raramente encontraria mais de 6 pessoas sóbrias ou completamente puras. Ela era cercada por bares e alguns bordéis de alta e baixa qualidade.
Essas coisas não eram muito a praia de Takemichi, mas não era por causa de tudo isso que queria ir. Ouviu dizer que no local possuí uma das melhores safras de vinhos de todo Starlit West e adorava vinho. Já bebeu de todos os tipos, menos esse, por ser apenas de posse dos piratas. Esperava que finalmente pudesse provar um pouco.
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Corsário da meia noite (Mitake)
RomanceNo vasto e misterioso oceano, o temido pirata Manjiro Sano reina absoluto. Conhecido por sua força invencível, ele vive uma vida de aventuras e pilhagens, nunca permitindo que ninguém se aproxime de seu coração. Porém, tudo muda quando, em plena luz...