10 - Notícia

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Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

Estacionei o carro na garagem de casa e, enquanto desligava o motor, aquela sensação estranha de expectativa me invadiu. Rosane tinha falado que precisava me contar uma coisa importante, e pelo tom de voz, dava pra sentir que era sério. Desci do carro, ainda com a mente a mil, e fechei a porta com um pouco mais de força do que o necessário. O silêncio na garagem contrastava com o barulho que geralmente dominava meu dia a dia no batalhão. Aqui, o ambiente era outro, mais calmo... mas, naquele momento, a minha cabeça tava inquieta.

Passei pelo hall de entrada com passos pesados, minha mente ainda processando tudo o que poderia estar por vir. Será que era algo sobre o trabalho dela? Algum problema de saúde? Porra, eu sempre me preparei pra qualquer tipo de situação no campo, mas, dentro de casa, as coisas eram bem diferentes.

Assim que entrei na sala, o que vi me paralisou. Rosane estava em pé, me olhando com os olhos marejados, e tinha um sorriso no rosto que eu não via há muito tempo. Na mesinha de centro, um cenário que parecia uma cena de filme, mas que, naquele momento, era a porra da minha vida. Um teste de gravidez, uma roupinha pequena, com sapatinhos e uma plaquinha que dizia: “Vamos ser papais”.

Fiquei em choque. Travei.

O sorriso dela aumentou quando viu minha reação, e, porra, eu não sabia nem o que falar. Fiquei plantado ali, sem expressão, sem saber o que fazer. Meu corpo não se mexia. Parecia que a minha mente tinha levado um baque, e eu, acostumado a lidar com a pressão de estar na linha de frente, ali estava, completamente vulnerável, diante da notícia mais importante da minha vida.

— Roberto... — Ela disse, com a voz embargada, dando um passo à frente, os olhos brilhando, cheios de lágrimas. — A gente vai ter um filho...

Porra. A palavra filho me atingiu de um jeito que eu não esperava. Por alguns segundos, senti um nó se formando na garganta, um peso que eu não conseguia controlar. Depois de tantas tentativas, depois de tantos meses de frustração... agora estava acontecendo. A gente ia ser pai e mãe.

— Caraca, Rosane... — Foi só o que saiu da minha boca. Eu sabia que tinha que dizer mais, que ela esperava mais de mim, mas, porra, a cabeça não acompanhava. Era uma porrada de informação, uma virada de jogo que, até então, eu não tava pronto pra processar.

Ela se aproximou, devagar, com aquele sorriso que não escondia a felicidade, mas também o alívio. Eu sabia que esse era um sonho que a gente vinha tentando alcançar há anos. E agora que estava ali, bem na minha frente, a ficha demorava a cair.

Rosane me abraçou, apertando forte, e eu, ainda travado, senti o corpo relaxar um pouco. Meu braço se moveu quase por reflexo, envolvendo a cintura dela, enquanto eu tentava recuperar o controle. Porra, eu tinha enfrentado traficante, tortura psicológica, caos no campo de batalha, mas nunca uma situação como essa. Ser pai... a missão mais cabulosa que já me deram na vida.

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⏰ Última atualização: Oct 17 ⏰

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