Quartel do BOPE, Rio de JaneiroRoberto vinha agindo estranho comigo há dias. Frio, seco... o olhar dele parecia desviar sempre que eu tentava me aproximar. Hoje, quando fui levar os papéis da próxima missão, não foi diferente. Ele mal olhou pra mim, como se algo o incomodasse. E a tensão no ar entre nós era inegável. Isso me deu uma ideia.
Eu havia deixado o mapa na mesa de relatórios de propósito. Uma desculpa perfeita para voltar e provocar. Da última vez que toquei nele, o ar ficou pesado entre nós, e eu sabia que, por mais que ele tentasse resistir, ele estava no meu controle. E eu adorava isso.
Peguei o mapa, ajeitei o cabelo, com um sorriso malicioso surgindo nos meus lábios, e caminhei em direção à sala do Capitão. Cheguei na frente da porta, bati e, antes mesmo de ouvir a resposta, já estava me preparando para encarar ele.
— Entra.
A voz grave dele veio de dentro, e eu abri a porta devagar, entrando e fechando-a atrás de mim. Ele estava sentado na cadeira, com o olhar sério, como sempre. Seu controle quase me fazia rir, mas mantive a compostura.
— Esqueci o mapa na mesa de relatórios, mas já peguei. — Falei, num tom casual, mas com uma provocação velada. Coloquei o mapa na mesa dele, me posicionando bem ao lado.
Aproximei-me um pouco mais do que o necessário, inclinando meu corpo e sentindo o calor da presença dele. Queria que ele sentisse meu perfume, que ele percebesse que, por mais que tentasse, não conseguiria me ignorar.
— Além disso, queria conversar sobre outra coisa com você.
Ele ergueu uma sobrancelha, já com um olhar desconfiado.
— Que coisa?
Sorri de canto, sabendo exatamente o efeito que minhas palavras teriam.
— Sobre nós dois. Aquele beijo na viatura... E quando você me levou pra casa.
A reação foi imediata. Ele se levantou da cadeira num movimento rápido, a expressão endurecida, o corpo inteiro tenso. A tensão no ar crescia a cada segundo, quase palpável.
— Que palhaçada é essa? — A voz dele saiu baixa, mas afiada, carregada de raiva.
— Não finja que não lembra. — Rebati, cruzando os braços, mantendo minha postura firme.
— Quer falar a mesma coisa que falou pro Coronel? — O tom dele era cortante, e havia algo mais profundo ali. — Ou acha que sou mais um brinquedo seu?
As palavras dele me pegaram de surpresa, mas eu não recuei. Estava claro que ele tinha algo em mente, uma desconfiança que eu não sabia de onde vinha.
— Você tá maluco? — Ri, cruzando os braços. — Não tem nada entre mim e o Coronel. Por que você tá falando isso?
Ele deu um passo na minha direção, e eu senti o calor do corpo dele se aproximando, a respiração pesada.
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Coração Implacável - Capitão nascimento
FanfictionCamila Monteiro, uma mulher irresistível e astuta, se junta ao BOPE como parte de uma nova iniciativa para recrutar agentes femininas em uma das unidades mais temidas do Rio de Janeiro. Desde o início, ela percebe que a equipe, predominantemente mas...