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Dylan

Fui até meu quarto para trocar de roupa e eu simplesmente não conseguia parar de dar risada.

Provocar a Estela, logo depois dela ter me visto nu foi uma das melhores ideias que eu tive.

Mas algo me pegou de jeito, o olhar dela.

O olhar dela não tinha medo, ela não temia que eu lhe fizesse alguma coisa, muito pelo contrário, tinha desejo.

Ela queria que eu continuasse e por Deus, eu queria continuar, mas não posso fazer isso com ela, não depois de tudo que ela passou essa semana.

Fora que ela é sobrinha do meu chefe, se ele descobrir, ele mesmo procura me matar.

Vesti um samba canção e passei desodorante e um pouco de perfume, estendi a toalha e voltei para sala.

Estela não está mais no sofá, mas quando olhei para o lado vi ela vindo da cozinha com uma compressa de gelo em mãos.

-Ainda bem que você tem compressa, porque gelo que é bom nada.

-Não uso muito gelo, na verdade eu quase não paro em casa, o trabalho me consome, querida.

-Tá bom, querida, deita aí no sofá pra que eu possa cuidar de você.- Ela brincou usando o apelido e eu sorri indo obedecê-la.

Puxei o sofá fazendo virar um sofá cama e deitei no mesmo esticando todo meu corpo.

Dessa vez senti uma puta fisgada na costela e soltei um leve gemido de dor.

-Aí, Dylan, não acha melhor ir ao hospital ver se essa costela não está quebrada?

-Não, não está, te garanto, só machucou mesmo.

-Droga viu, eu te odeio por ter sido louco o suficiente pra lutar com aquele tanto de homem por minha causa.- Ela falou colocando a compressa na minha costela.- Segura aí enquanto cuido do seu rosto.

-Por isso mesmo que não te falei, eu sabia que ia ficar chateada.- Falei enquanto a mesma passava um cotonete com algum remédio em minha sobrancelha cortada.

-Eu estou mais agora que você não me contou.- Falou num tom de chateação.

-Relaxa, gata.- levei minha mão para o seu rosto e ela deu um tapinha sabendo que estou lhe provocando.

-Como será daqui pra frente, Dylan?

-Isso que eu ia te falar, só vou poder te levar embora depois de 2 dias. Pra principalmente evitar desconfianças.

-Mas se tecnicamente agora eu sou sua, você não pode fazer o que bem entende? Como por exemplo, me levar pra onde quiser na hora que quiser??

-Sim, mas vale lembrar que eu não sou um lutador qualquer, eu sou funcionário do Malcon, aquele que estava responsável por você e do nada resolveu lutar pra te ter, então Malcon pensa que eu sei lá, me apaixonei por você e posso ir contra ele por sua causa.

-Caraca, sério?

-Exato. Fora que também ele acha que de alguma forma estou traindo a Ayla.- Revirei os olhos.

-Meu Deus, como você aguenta essa gente?

-Nem sei, se não fosse o Tommy nunca que eu iria pisar aqui.- Falei e então ela começou a passar remédio no corte em minha boca.

Logo meu celular começou a vibrar e eu vi que se tratava de um dos funcionários do Malcon.- Fala!- Atendi.

"E aí, mano. Vi que você ganhou a luta, ganhou na loteria com uma mina gostosa daquela hein"- ele deu uma risada escrota que quase tive vontade de jogar o celular na parede só por conta da voz dele.

Sentei no sofá ainda com a compressa na costela, olhei para a mulher ao meu lado e ela me olhava curiosa.

-pois é, sorte a minha!

"Estou atrapalhando? Eu sei que agora você quer aproveitar ao máximo seu brinquedo novo, mas eu não poderia deixar de te parabenizar."

-Valeu mano, hoje o dia é só pra me recuperar da luta, amanhã a brincadeira começa!- Falei entrando na onda dele.

"Beleza, irmão. Vou indo que aqui tá uma loucura. A Ayla tá se esfregando em uns 5 homens, isso é saudade de você."

-Espero que ela aproveite muito, tenho que ir mano.

"falou"

Desliguei e joguei o celular no sofá.

-Quem era?

-Um dos funcionários do Malcon, e eu só estava esperando essa ligação pra confirmar.

-Confirmar o quê?

-O Malcon que mandou ele ligar para mim e saber se nós dois... Sabe, estamos transando.

-Ué, e pra quê ele quer saber disso?

-Como te falei, se fosse outra pessoa não ia ter nada disso, mas o Malcon está desconfiado que eu poderia trair ele por sua causa e agora ele tá querendo saber tudo o que vou fazer com você.

-Não entendo.

-Simples, ele quer saber se vou me relacionar com você, ou se vou só te usar e ele está torcendo pela segunda opção. Na hora que o Jeffrey perguntou se eu estava aproveitando, ele queria saber se nós estávamos transando e se eu falasse que sim, eles iriam vir até aqui para tirar a prova, mas eu falei que hoje não, só amanhã, e amanhã é o dia para nos prepararmos.

-Pra quê?- Perguntou desconfiada e com os olhos arregalados.

-Eles não querem ver? Nós vamos dar isso a eles, um belo teatro para o Malcon!- Sorri para ela e a mesma ainda continuava sem entender.

-Bom, preciso de um banho!- Ela falou se levantando.

-No meu quarto tem mais toalhas, pode ficar a vontade.

-Ok, obrigada.

Ela levantou-se e foi para o meu quarto e depois passou para o banheiro com uma toalha em mãos.

Rapidamente abri o contato do meu amigo para lhe enviar uma mensagem, mas a Estela gritou meu nome lá do banheiro.

-O que houve?- Perguntei enquanto digitava.

-Vem aqui!!

Levantei do sofá e fui até a mesma.- O que foi?- Perguntei ao chegar na porta do banheiro.

-Você é gay?- Ela perguntou com o cenho franzido.

-Não, por quê?- Dei risada sem entender.

-Eu estava aqui procurando alguma coisa pra tirar essa maquiagem do meu rosto e quando abri a gaveta achei maquiagem, kit fechado de uma marca super cara de cabelo, demaquilante, elástico de cabelo, esfoliante, hidratante corporal, uns 10 tipos de cremes diferentes, óleos tanto de cabelo quanto de corpo... Aí eu cheguei a conclusão, ou você é gay ou recebe mulheres frequentemente em sua casa!- Enquanto ela falava tudo isso, eu só cruzei os braços e me encostei no batente da porta com um sorriso nos lábios.

-Você errou nos seus dois palpites e bom, nada disso é meu. É seu.

-An?

-Estela, eu sabia que ia conseguir tirar você daquele lugar e quando eu fizesse isso, minha casa seria sua por alguns dias, então me certifiquei de comprar tudo que uma mulher gosta para o tempo que você estiver aqui.- O queixo dela caiu.- Por que a surpresa?

-Eu e você não estamos vivendo no mesmo mundo!- Ela falou e eu não entendi.- Dylan, no mundo que eu vivo, os homens mal abrem a porta do carro, quanto mais comprar todos os produtos que uma mulher gosta, apenas porque ela vai passar uns dias em sua casa.

-São escolhas, eu não me importo em abrir a porta do carro, fazer um jantar, fazer uma massagem, não me importo em pagar a conta,  presentear com coisas caras ou não, o fato de eu ser educado e saber tratar uma mulher não vai me matar, mas algumas pessoas pensam que fazer o mínimo é o máximo, por isso você se assustou em ver esse tanto de coisa, você está acostumada com pouco e nem percebeu.

Minhas palavras aparentemente a deixaram de boca aberta e sem palavras.

-Você... Dylan, você deu um murro em meu rosto apenas usando palavras.

-Vai tomar banho, assim que sair vá se trocar em meu quarto, lá tem uma gaveta que eu reservei apenas para você.- Falei e fechei a porta do banheiro lhe dando privacidade.

Genteee, Dylan elevando os nossos padrões...


S.S

Salva-meOnde histórias criam vida. Descubra agora