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Amélia Thornton

Depois da saída repentina de Jj eu e os Pogues decidimos continuar no local e aproveitar o resto do dia até escurecer. Acho que aproveitei até demais pois meus olhos estavam avermelhados e meu nariz e bochechas levemente queimados, confesso que estava ardendo mas ignorei completamente a dor assim que vi Rafe Cameron se aproximando de mim com o sorriso e os olhos mais lindos do mundo.

— Como foi sua tarde? - indaga depois de me cumprimentar com um beijo na bochecha.

— Foi boa, mas não é sobre isso que eu quero falar agora. - ele arqueia uma sobrancelha e me olha um pouco confuso. — Sarah quer conversar com você!

Rafe parece tão surpreso que nem esboça uma reação.

— Você... Você conseguiu! - exclama se aproximando para me abraçar.

— Sim, você tem que chamar ela, que tal agora? - dou a idéia animada.

— Não, quero fazer direito. Vou chamar Sarah e Wheezie para tomar um café no meu apartamento, posso arrumar uma mesa cheia de coisas que elas gostam e-

— Rafe, não se esquece que o que importa mesmo é o seu arrependimento e o seu pedido de desculpas. - ele me olha como se tivesse voltado a raciocinar.

— Você é incrível. - afirma baixinho e me surpreende com um selinho demorado. — Vamos ir direto pro meu apartamento?

— Preciso pegar algumas roupas em casa antes. - afirmo andando até o carro e sendo seguida por ele.

— Quer que eu dirija?

— Claro. - atiro a chave para o loiro que apenas levanta seu braço musculoso e a pega no ar.

(...)

— Chegamos. - murmura batucando os dedos no volante.

— Quer descer? - lembro de perguntar assim que minha mão toca maçaneta do carro.

— Você sabe que a sua mãe vai sacar na hora que estamos... É... Bom estamos... - Rafe se enrola para falar e eu franzo o cenho achando a cena engraçada. — Juntos?

— Você tá me perguntando ou afirmando? - indago completamente confusa e ele dá de ombros.

— Interprete como quiser. - afirma como se não ligasse, mas estava estampado em seus olhos que ele ligava e muito. O loiro me olha impaciente, como se esperasse alguma resposta.

— Tá bom. - fecho a porta do carro e dou as costas em direção à minha casa.

— "Tá bom"? - ele diz indignado batendo a porta do carro e indo até mim.

— Se você se importa por que tentou fingir que não? - paro no meio do caminho para observa-lo. Ele abre a boca algumas vezes para responder mas nada sai. — Na verdade, nem precisa responder. - falo mudando de idéia. — Nós não temos nada sério mesmo.

— Vai falar isso logo quando estamos bem? - a voz de Rafe já não era tão baixa.

— Não quero ter essa conversa agora. - afirmo me virando e voltando a andar mas o loiro fica parado no mesmo lugar. — Ainda quer que eu durma com você? - me viro novamente para ele, minha mão já tocava a porta da casa.

 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍, 𝖱𝖺𝖿𝖾 𝖢𝖺𝗆𝖾𝗋𝗈𝗇.Onde histórias criam vida. Descubra agora