5. Fujona.

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Acordo assustada

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Acordo assustada. Meu corpo todo está suado, sinto um calor ainda maior quando olho para baixo e percebo que Jennie está adormecida no meu colo, agarrada com minhas coxas. Olho para frente e vejo que na televisão estão passando os créditos de homem aranha... não passou muito tempo, e por este exato motivo eu resolvo me levantar e ir embora. Não posso fazer isto comigo, nem com Jennie, nem com nós duas. Não quero foder minha vida por causa de uma garota, e não quero foder a dela que já está toda arrumada. Definitivamente não.

Levanto de fininho, deixando-a deitada em cima dos diversos e muito macios travesseiros espalhados na cama. Começo a recolher minhas roupas espalhadas no quarto, desde as que estão no banheiro até as que ficaram jogadas no meio do caminho. Coloco minha calcinha dentro de um saquinho plástico, o jogo dentro da minha bolsa e visto o vestido, em seguida o casaco imenso para me esconder da friagem. Olho uma última vez para Jennie largada na cama, dou pause nos créditos do filme para que o som não atrapalhe seu sono e, em passos leves e ainda sem sapato, saio devagar do quarto e acelero até a porta imensa de saída. Olho para a maçaneta digital, empurro o cartão de saída sobre ela e faço uma careta com o barulho de sino que ela reproduz ao abrir, mas graças a Deus Jennie não dá nem sinal de vida.

Fecho a porta, coloco meus tênis de volta e vou andando rapidamente até o elevador, pressionando o botão do térreo. Minha nuca ainda está pinicando com o álcool, parece que bebi cinco garrafas inteiras, quando na verdade só tomei duas taças e nada além disto.

Desço do elevador e, antes de sair, deixo o cartão de visita com a recepcionista, desejo boa noite e saio andando rapidamente nas ruas escuras. Minha casa não fica tão longe daqui, por este motivo vim andando e voltarei da mesma forma. As ruas estão vazias, não há sinal de carros ou pessoas, e não sei se isto me tranquiliza ou me deixa mais preocupada. Sigo andando com o capuz imenso cobrindo a cabeça e de cabeça baixa, fingindo ignorar o mundo ao meu redor, quando na verdade estou louca pra sair correndo até estar dentro do meu quarto. O que eu tenho na cabeça? Deveria ter pedido um Uber, seria mais fácil do que sair desesperada no meio da rua como uma fugitiva.

Esse lado da cidade não é perigoso, há policiais rondando o bairro sempre que podem, o índice de criminalidade por aqui é bem baixo... mas nunca zero por cento.

Agradeço em um suspiro quando coloco os pés pra dentro de casa e posso respirar fundo outra vez. O cheiro de madeira velha impregna meu nariz e meu cérebro se da conta de que finalmente estamos em segurança outra vez. Tiro os sapatos, pego-os na mão e vou até meu quarto no fim do corredor, jogando-me na cama em seguida. Meus pais não fazem ideia que sai essa noite, não contei pra eles que estava indo me encontrar com uma suposta psicopata, mas deu tudo certo, graças a Deus. Algo em mim gritava para confiar naquelas mensagens, só não imaginei que seria justamente Jennie. Pensei em qualquer garota daquele colégio, até mesmo Olivia, menos nela. Mas agora não consigo tirá-la da cabeça... merda.

Estar no colégio depois de uma noite como ontem é assustador. Eu acabo de chegar, estou tentando andar rápido para não acabar vendo o que não quero, mesmo que não me interesse nem um pouco, vai ser desconfortável vê-la com aquele Zé-mané, mesmo que eu não admita.

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