Entre Dois Mundos

A amizade

Sophia estava sentada em um campo florido próximo à mansão, onde gostava de buscar um momento de paz e se reconectar com a natureza. Desde que voltou para esta realidade ao lado de Dominic, as coisas haviam sido intensas e emocionantes, mas também desafiadoras. Entre as batalhas e as ameaças que enfrentavam, ela sentia falta de ter uma amiga, alguém com quem pudesse conversar além de Dominic.

Enquanto olhava para o horizonte, perdida em seus pensamentos, algo chamou sua atenção. Um pequeno brilho dançava entre as flores, movendo-se rápido demais para ser apenas um reflexo da luz do sol. Intrigada, Sophia se levantou e caminhou na direção do brilho, apenas para perceber que se tratava de uma pequena criatura.

Era uma jovem duende com pele clara, cabelos negros como a noite e olhos de um azul profundo e hipnotizante. Ela estava vestida com roupas feitas de folhas e flores, que pareciam perfeitamente moldadas ao seu corpo pequeno e delicado.

"Ei! Quem é você?" Sophia perguntou, um pouco desconfiada, mas também curiosa.

A criatura sorriu de um jeito travesso e inclinou a cabeça para o lado. "Meu nome é Wendy," ela disse, com uma voz melodiosa e encantadora. "Sou um duende, e estava me perguntando quem era essa humana tão fascinante que voltou para esta terra."

Sophia riu um pouco, surpresa pela abertura e pela atitude amigável de Wendy. "Eu sou Sophia," respondeu ela, estendendo a mão como se fosse um cumprimento tradicional. Wendy olhou para a mão estendida por um momento, depois deu um salto gracioso, pousando levemente sobre ela.

"Prazer em conhecê-la, Sophia!" disse Wendy, com um brilho divertido nos olhos. "Ouvi muitas histórias sobre você e Dominic. Vocês dois são praticamente lendas para o nosso povo."

Sophia arqueou uma sobrancelha. "Lendas? Não sei se eu diria tanto assim," respondeu ela, um leve rubor surgindo em suas bochechas. "Acho que só estamos tentando viver nossas vidas e sobreviver às ameaças que nos cercam."

Wendy riu e pulou de volta para o chão, rodopiando com alegria. "Você é modesta, não é? Mas eu posso ver algo especial em você, Sophia. Você tem um brilho diferente, uma aura que os outros humanos não têm."

Sophia olhou para a pequena duende com um sorriso mais suave, sentindo uma conexão imediata. Havia algo reconfortante na energia de Wendy, uma leveza e um toque de magia que fazia Sophia se sentir menos sozinha, como se finalmente tivesse encontrado alguém que a compreendesse de uma forma diferente.

"Você parece ser alguém que eu gostaria de ter por perto," disse Sophia, sentindo uma alegria genuína que há muito tempo não experimentava com uma amiga. "Você quer ser minha amiga, Wendy?"

Wendy sorriu de orelha a orelha, os olhos azuis cintilando de emoção. "Eu adoraria! Posso te ensinar alguns truques do mundo dos duendes. E, quem sabe, posso te ajudar a manter o Dominic sob controle," disse ela, piscando um olho com malícia.

Sophia riu alto dessa vez, um som que parecia acalmar seu coração. "Eu acho que vou precisar de toda a ajuda que puder para lidar com aquele homem teimoso," admitiu, pensando no quanto Dominic era protetor e possessivo. "Será bom ter uma amiga como você ao meu lado."

As duas passaram o resto do dia conversando, trocando histórias e risadas. Wendy contou a Sophia sobre os segredos do mundo dos duendes, sobre suas travessuras e truques, e sobre como eles se divertiam pregando peças em quem se achava esperto demais. Sophia, por sua vez, abriu seu coração para a nova amiga, falando sobre suas inseguranças, seus medos e a profunda conexão que sentia com Dominic.

Wendy ouviu tudo com paciência, sem julgar, e, ao final, disse algo que tocou Sophia profundamente: "Você pode ser poderosa e ter muita magia, Sophia, mas o maior poder que eu vejo em você é o amor que sente pelo Dominic. E isso é algo que ninguém pode tirar de você, nem mesmo as forças das trevas."

Sophia sorriu, sentindo-se acolhida e aceita de uma maneira que não sentia desde que deixou sua antiga realidade. Era como se Wendy tivesse enchido um vazio que ela nem sabia que estava lá, um vazio deixado pela falta de amizade e de alguém com quem pudesse compartilhar seus pensamentos mais profundos.

"Obrigada, Wendy," disse Sophia, tocando suavemente o ombro da pequena duende. "Acho que essa foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido comigo desde que voltei. Estou muito feliz por ter te encontrado."

"Ah, não me agradeça ainda," disse Wendy, rindo e cruzando os braços com um ar travesso. "Espere até eu te ensinar alguns truques para colocar Dominic na linha. Ele nunca vai saber o que o atingiu!"

Sophia riu novamente, e naquele momento soube que, apesar de todos os desafios e perigos que enfrentava, com amigos como Wendy ao seu lado e o amor de Dominic para guiá-la, ela poderia enfrentar qualquer coisa.