O sol estava começando a se pôr, tingindo os jardins da mansão com um brilho suave e alaranjado. Sophia, Wendy e Dominic estavam sentados em um pequeno banco de pedra, cercados pelas flores do jardim. Desde que Wendy havia se tornado parte de suas vidas, momentos como aquele se tornaram comuns. Dominic estava lá para proteger e observar, sempre vigilante, enquanto Sophia e Wendy conversavam animadamente.Mas, naquela tarde, Sophia notou que Wendy estava mais silenciosa do que o normal. A duende, sempre tão alegre e travessa, parecia distante, como se seus pensamentos estivessem em outro lugar. Dominic também percebeu a mudança no comportamento da amiga de Sophia e franziu a testa, observando-a com uma expressão de curiosidade.
"Wendy, você está bem?" Sophia perguntou, tocando de leve a mão da amiga, demonstrando preocupação. "Você está estranhamente quieta hoje."
Dominic, que estava ao lado de Sophia, cruzou os braços e lançou um olhar atento para Wendy. "Sim, até eu estou notando," disse ele, com aquele tom meio sério, meio provocador que só ele conseguia usar. "Você nunca fica assim tão calada. Isso me faz pensar que algo está te incomodando."
Wendy respirou fundo, seu olhar azul fixo no chão, antes de levantar os olhos e encontrar os de Sophia. "É, tem algo me incomodando sim," confessou ela, a voz baixa e hesitante. "Mas não sei se devo falar."
Sophia deu um leve sorriso encorajador. "Pode falar, Wendy. Somos amigos agora, e você sabe que pode confiar em nós," ela disse, apertando suavemente a mão da duende.
Dominic apenas deu um aceno firme com a cabeça, mas seu olhar permaneceu afiado, como se tentasse descobrir o que passava pela mente de Wendy. "Sim, desembuche logo," ele disse, um traço de impaciência misturado com curiosidade. "Se for algo que afete a Sophia ou você, eu quero saber."
Wendy suspirou novamente e finalmente deixou as palavras escaparem. "Eu... estou apaixonada," ela admitiu, quase em um sussurro. "Apaixonada por Merlin, o duende de cabelos brancos e olhos negros."
Sophia arregalou os olhos de surpresa, enquanto um sorriso surgia em seus lábios. "Merlin? Sério?" perguntou, com empolgação evidente na voz. "Ele é aquele duende que sempre parece estar perdido em seus próprios pensamentos, não é?"
Dominic arqueou uma sobrancelha e soltou um leve bufar de riso. "Merlin? Aquele que parece que sempre está tendo um diálogo profundo consigo mesmo? Esse é o cara que conseguiu te fisgar, Wendy?" disse ele, com um meio sorriso que revelava um pouco de diversão.
Wendy deu um sorriso tímido, mas também ligeiramente irritado com a reação de Dominic. "Sim, ele mesmo," disse ela, tentando não se deixar abater pelo tom provocador dele. "Eu sei que ele é sério e reservado, mas é isso que me atrai. Ele é diferente, profundo, e... nunca parece notar minha existência."
Sophia apertou a mão de Wendy com mais firmeza e disse: "Ah, Wendy, aposto que Merlin só precisa de um empurrãozinho para perceber o que está bem na frente dele. Você é incrível! Ele estaria cego se não percebesse isso."
Dominic olhou para Wendy, então para Sophia, e depois voltou para Wendy com um olhar um pouco mais sério. "Se Merlin não te nota, é porque é um tolo," disse ele, com a franqueza que lhe era característica. "Mas você realmente gosta dele, não é? Você está disposta a fazer ele perceber?"
Wendy deu de ombros, um sorriso misto de tristeza e esperança surgindo em seu rosto. "Eu faria qualquer coisa para ele me ver como eu vejo ele," ela disse suavemente. "Mas tenho medo de que nunca serei boa o suficiente para alguém como Merlin. Ele é tão sábio, tão... além de mim."
Sophia não conseguiu evitar a compaixão que sentiu pela amiga. "Wendy, você é maravilhosa do jeito que é! Merlin precisa te conhecer pelo que você realmente é. E Dominic tem razão, se ele não vê isso, é um grande tolo," disse Sophia, com um brilho confiante nos olhos.
Dominic riu levemente, olhando para Wendy com uma expressão mais suave, mas ainda carregando aquele ar protetor. "Vou te dizer uma coisa, Wendy," disse ele, inclinando-se um pouco para frente. "Se Merlin não acordar logo e perceber a sorte que tem por você gostar dele, eu mesmo faço questão de dar um jeito de abrir os olhos daquele cabeçudo."
Wendy riu, sua risada musical e alegre preenchendo o ar, e ela olhou para Dominic com gratidão. "Obrigada, Dominic. Eu posso contar com você para me ajudar a bater um pouco de juízo nele, então," ela disse, piscando brincalhona.
Sophia riu junto e puxou Wendy para um abraço apertado. "É isso aí, Wendy! Estamos todos juntos nessa. E não importa o que aconteça, você não está sozinha. Eu e Dominic sempre estaremos aqui para você."
Wendy suspirou aliviada e sorriu, sentindo-se fortalecida pela amizade e pelo apoio que havia encontrado em Sophia e Dominic. "Obrigada, vocês dois," ela disse, com sinceridade. "Se eu tiver coragem de me declarar para Merlin, vai ser por causa de vocês. Vocês são os melhores amigos que alguém poderia pedir."
Dominic olhou para Sophia e Wendy, e apesar de não demonstrar muita emoção, seus olhos brilhavam com um toque de afeto. "Só não deixe Merlin esquecer que você tem apoio por aqui, Wendy," disse ele, a seriedade retornando à sua voz. "Porque ninguém mexe com nossos amigos sem enfrentar as consequências."
E assim, os três amigos passaram o resto da tarde planejando e rindo, pensando em como Wendy poderia fazer Merlin perceber que o amor estava bem diante de seus olhos. E embora a jornada pudesse ser difícil, ela sabia que não estava sozinha — não com Sophia e Dominic ao seu lado, prontos para enfrentarem qualquer desafio juntos.
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Entre Dois Mundos
RomanceEm uma noite chuvosa, Sophia, uma jovem apaixonada por podcasts de mistério, encontra um áudio enigmático que a leva a uma realidade paralela. Ao ouvir a gravação, ela se vê transportada para um mundo onde o tempo flui de maneira diferente e os sent...