Lei do Amor

Capítulo 12

(Luke)

Minhas mãos tremem ao lado do meu corpo, meu coração bate forte no meu peito e sinto um medo como nunca senti antes em toda a minha vida. Nem quando estive detido pelas forças inimigas em uma das minhas operações militares. Nem quando os meus pais morreram e entendi que a minha vida nunca mais seria a mesma. Não, o medo que sinto agora é completamente novo e indesejado.

Encaro o homem na minha frente com um ódio cru. Ele tem todos os trejeitos de alguém que veio do dinheiro, dinheiro de verdade do tipo que te dá poder para ter e fazer o que quiser. Sei disso porque o meu pai veio desse mesmo tipo de dinheiro. Sendo herdeiro de uma grande petrolífera, ele também tinha esse ar de superioridade que vejo no homem na minha frente. A diferença é que ele largou tudo quando conheceu a minha mãe e se mudou para uma cidade minúscula porque queria fazê-la feliz.

Meu pai sabia que a sua família e o meio social em que vivia não aceitariam a minha mãe. Uma menina jovem, sem o prestígio de um sobrenome poderoso e vinda do interior não era a escolha ideal para dar continuidade à dinastia Tatum. Ele jamais deixaria que o amor da sua vida sofresse qualquer tipo de rejeição, então simplesmente saiu do controle da empresa da sua família e largou tudo para construir uma nova vida com a minha mãe. O dinheiro o acompanhou, e ele fez questão de dar tudo e qualquer coisa que a sua família quisesse. Mesmo que por muitas vezes o decepcionamos por não pedirmos mais. Porém, ele nunca deixou que a sua riqueza falasse mais alto do que o seu amor por nós.

Eu e meu irmão herdamos tudo que era dele, e poderíamos muito bem vivermos uma vida frívola em qualquer parte do mundo. E no entanto, assim como o meu pai, queremos mais do que isso. Queremos uma família, construir algo para a cidade que sempre foi o nosso lar. Sermos mais do que herdeiros de um dinheiro que nunca fizemos nada para ter.

Mas esse homem na minha frente não. É óbvio que ele usa da sua fortuna para chegar a qualquer lugar que queira. E pela forma como ele olha para a minha Sofia, sinto que ele quer chegar até ela.

Isso me faz ficar cego de raiva, furioso com a ideia de qualquer um achar que pode comprar essa menina linda ao meu lado.

- Luke, esse é o Gregory. - Sofia finalmente quebra o seu silêncio, e odeio a resignação que escuto em sua voz, a forma como ela fala de cabeça baixa sem encontrar os meus olhos - Ele é o meu ex namorado? - acredito que era para ser uma afirmação, mas seu tom faz parecer uma pergunta e sinto o meu corpo ficar ainda mais tenso - Gregory, esse é o chefe de polícia Lucas Tatum.

É ridículo que eu me sinta ferido por ela me apresentar como o chefe de polícia, e não como o seu homem. Sei que é ridículo, porque eu mesmo ainda não a reivindiquei de verdade. Nos conhecemos a pouquíssimo tempo e ainda não deixamos claro que somos um do outro. Mesmo que eu sinta em cada célula do meu corpo que ela é minha, Sofia ainda não entendeu isso.

E até alguns minutos atrás estava disposto a esperar o seu tempo, a ter paciência e calma para conseguir conquistá-la de vez. Agora que vejo esse filho da puta a cobiçando bem na minha frente, agora que sei que ele a teve e que ele obviamente ainda a quer, sinto que todas as minhas boas intenções evaporaram. Poderia me chutar mentalmente por ter ido embora ontem e não ter marcado a minha mulher de vez. Não ter deixado claro para ela que depois de tocá-la ela pertenceria a mim e a mais ninguém. Que eu jamais a deixaria ir.

- Ah, o chefe de polícia. - a maneira condescendente como ele fala me faz dar um passo à frente pronto para quebrar a sua cara, mas sinto a mão de Sofia no meu braço e me detenho arriscando um olhar para o seu rostinho preocupado - Fico feliz que a minha Sofie já seja amiga das autoridades da cidade. Sua segurança é a minha prioridade número um.