Capítulo 4

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(Sofia)

Fecho a porta do meu quarto e descanso as minhas costas contra a madeira tentando recuperar o meu fôlego. O que acabou de acontecer? Quem aquele homem pensa que é para entrar na minha casa mandando em mim? E por último e não menos importante, ele é o homem mais lindo e gostoso do mundo? Para as duas primeiras perguntas não tenho respostas, mas a última tenho certeza que é sim.

Descarto a toalha em uma cadeira perto da cama e vou em direção ao closet. Coloco um conjunto de moletom e penteio os meus cabelos com pressa, aflita pensando que quanto antes sair daqui antes coloco aquele homem impossível para fora. Devo estar imaginando a beleza dele, meu cérebro não soube filtrar bem o que viu e minha memória está exagerada.

Sinto um calafrio quando tento me lembrar de cada detalhe de suas feições, seu cabelo escuro sem corte caindo em seu rosto, seus olhos azuis quase cinzas de tão intensos que me queimaram quando ele me encarou intensamente. E seu corpo, caramba! Ele deve ter quase dois metros de altura só de músculo. Seria de se pensar que um homem gostoso assim não teria também um rosto de dar inveja em um modelo, mas não, ele é completo. Nunca vi um homem tão lindo! Sua barba é grande, mas bem cuidada, dando a ele um ar de homem das montanhas. Forte e duro. Meu Deus, não sei se posso confiar cem por cento na minha memória. Devo ter percebido ele melhor do que realmente é. Tenho certeza que depois que esse torpor passar, assim que vê-lo novamente, não vou ficar tão impressionada.

A presença dele é enervante, quando o vi na sala não senti medo como seria o normal de se sentir, sendo uma mulher sozinha com um homem desconhecido em sua sala. Pelo contrário, senti como se um imã me puxasse para ele, e fiquei atônita em como a sua presença me afetou. Agora, quando ele abriu a sua boca, e começou a gritar comigo como se fosse o dono do lugar, aí sim consegui acordar e finalmente entender que um homem desconhecido estava dentro da minha casa. E mais uma vez não senti medo, pelo contrário, senti uma irritação como nunca havia sentido antes. Esse homem me deixou com tanta raiva, tanto ódio, que quase joguei algo nele. O que não é algo inteligente de se fazer com um policial na cidade que você acabou de chegar.

Mesmo que ele seja um policial, ele não pode ir invadindo a casa das pessoas assim. Sei que em cidades pequenas a lei pode ser um pouco diferente, mas a dona da casa em que estou é a prefeita, então devo ter algum tipo de proteção. A verdade é que eu detesto polícia em geral. Quando estava nas ruas, todas as experiências que tive com policiais foram de humilhação ou assédio. Sei que estou em uma posição completamente diferente agora, mas ainda tenho um preconceito terrível com qualquer trabalhador da área da segurança.

Balanço a cabeça tentando parar o meu fluxo interminável de pensamentos. Me olho no espelho e vejo que estou apresentável o bastante para expulsar o homem lindo que está na minha nova sala. Respirando fundo, abro a porta e vou andando pelo corredor até vê-lo de costas para mim. Ele está apoiado na ilha de mármore, seus fortes braços segurando o seu corpo e a sua cabeça baixa, como se ele estivesse perdido em seus pensamentos. Tenho uma vista privilegiada de suas costas largas e sua bunda perfeita e decido que não só não imaginei a sua beleza arrebatadora, como não fiz justiça a coisa real. Ele é ainda melhor do que eu me lembrava.

Mais um motivo para eu mandá-lo embora e ficar bem longe dele.

- Bom, agora estou vestida e quero que você saia da minha casa. - tento colocar força nas minhas palavras, enquanto cruzo os meus braços sobre o meu peito para demonstrar severidade.

Ele fica alguns segundos na mesma posição, e quase acho que não me escutou, até que se vira em toda a sua glória e me encara fixamente com o seu olhar implacável. Seus olhos passam pelo meu corpo como fez a poucos minutos atrás, e mesmo totalmente vestida agora, sinto como se estivesse completamente nua sob o seu escrutínio. Ele tem esse dom de me desnudar com os seus olhos, me sinto desprotegida e totalmente à sua mercê. É como se ele pudesse me ver inteiramente, e odeio isso.

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