Capítulo 6

503 80 75
                                    

(Sofia)

Acordo cansada e irritada pela noite mal dormida. Quando não era acordada pelo calor tropical que se encontrava o meu quarto, era a memória de um policial prepotente que me despertava. Cada vez que pregava os meus olhos a única imagem que aparecia era do chefe Luke Tatum, com o seu corpo enorme e musculoso, seus olhos azuis intensos e a sua boca esperta. Foi maçante passar a noite toda tentando fingir que não estava impressionada por ele, que não senti como se algo me puxasse para aquele homem intolerável. Por fim aceitei o óbvio, ele é um gostoso e é claro que me senti atraída, algo normal para uma mulher solteira. É isso, nada mais. E por sorte, ele é insuportável, então a minha irritação superou e muito qualquer sentimento de desejo que possa ter por ele.

Levanto da cama espreguiçando o meu corpo, sentindo dor nos meus músculos pela noite agitada me revirando nos lençóis. Alcanço o meu celular na mesinha de cabeceira e vejo que já tenho três mensagens do Gregory, todas perguntando porque não retornei as suas ligações e se está tudo bem. Suspiro resignada. O que vou fazer com ele? Concordei em sermos amigos, porque não vejo mesmo a minha vida sem ele. Não depois de tudo que passamos juntos, mas isso é demais. Ele continua me tratando como se eu fosse a sua namorada, me cobrando atenção e satisfação e isso não é o que combinamos. Não quero ferir os seus sentimentos o afastando, e não sei como abordar essa situação sem ofendê-lo.

Para evitar que ele me ligue, mando uma mensagem dizendo que está tudo bem e só estou ocupada arrumando a nova casa, mas em breve ligo para ele. Por enquanto vou levar as coisas assim, mas em algum momento talvez tenha que estabelecer limites mais rígidos.

Me arrumo e saio correndo para fora, tentando não sofrer um choque térmico quando abro a porta e o vento gelado do outono me bate. Alguma coisa aconteceu na caldeira e a casa virou uma sauna de madrugada. Pensei em esperar chegar uma hora razoável para ligar para a Hope, mas então abandonei essa ideia. Preciso começar a tomar conta das minhas próprias coisas. Por muito tempo Greg cuidou de cada aspecto da minha vida, e fui de uma menina que se virava sozinha para sobreviver a uma completa incapaz. Hope me alugou a casa dela, portanto ela será minha pelo tempo devido no contrato. Nada mais justo que eu resolva situações assim, e não fique a enchendo com problemas em um sábado de manhã.

Pesquisei algumas coisas no google e vi que talvez o problema seja simples, mas não sou tonta em achar que eu conseguiria resolver sozinha. Então sigo para a cidade a procura de um faz tudo que pegaria o serviço no fim de semana.

Passo de carro pela estrada que leva ao centro da cidade e sorrio vendo a vista verde intocada. É tudo tão lindo e fresco aqui, sinto que estou dentro de um bosque encantado. Com árvores centenárias, riachos de águas cristalinas e homens de quase dois metros de pura perfeição. Balanço a minha cabeça tentando afastar novamente a imagem de Luke, xingando baixinho por sempre voltar a ele.

Quando finalmente chego na rua principal, estaciono o meu carro em uma vaga e vou direto para a padaria charmosa que vi quando cheguei ontem na cidade e não pude parar. Assim que passo pela porta de vidro, o cheiro de pães e doces me invade e fico com água na boca olhando todas as delícias que estão expostas no balcão.

- Bom dia, posso te ajudar? - uma menina ruiva bonita sorri largamente para mim de trás do balcão - Eu não te conheço. - ela franze o seu nariz adoravelmente.

Dou uma risadinha com a forma direta como ela fala e vejo quando a sua mão delicada bate na testa, como se ela percebesse só agora o que disse.

- Isso foi indelicado. - ela ri e oferece a sua mão por cima do balcão para que eu a pegue - Quis dizer que você é obviamente nova, porque conheço todos aqui. Sou Abby Holt.

Lei do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora