Capítulo 10

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(Luke)

Observo os dois conversarem e sinto o sorriso no meu rosto o tempo todo. É bonita a amizade que eles construíram e me sinto um pouco melhor sabendo que a Sofia teve pelo menos uma pessoa durante os anos difíceis nos lares adotivos. Passei a noite pensando nas coisas que ela contou, como a sua expressão caiu ao falar da sua adolescência, e detestei saber que ela esteve tão sozinha por todos esses anos. Saber que o seu amigo esteve ao seu lado nos piores momentos, é um alívio. Mesmo que subconscientemente eu tenha certeza que era a minha obrigação estar lá.

Para mim, Sofia é minha e ponto final. Não há a mínima dúvida que ela é a minha outra metade, a mulher que eu vou amar até o meu último suspiro. Então é óbvio que sinto uma profunda culpa por ela ter estado sozinha por tantos anos. Eu deveria ter estado lá de qualquer forma que eu pudesse. E mesmo sabendo que isso não é lógico porque eu não a conhecia, não importa. Meu coração sabe que ela é o seu dono e sofre em pensar no seu sofrimento.

Ela ainda não me contou tudo, e sei que há mais nessa história do que ela esteve disposta a dividir ontem em nosso encontro. Ela foi para a rua com dezoito anos, mas hoje vive bem. Posso ver que as suas coisas são caras, o seu carro é novo e ela não tem nenhuma dificuldade em pagar o aluguel da cabana da Hope, que mesmo não sendo muito, é uma boa quantia. Quero saber absolutamente tudo sobre a vida da mulher que é dona do meu coração, e para isso preciso que ela confie em mim.

Nosso primeiro encontro foi um bom começo. Nunca havia ido em um encontro antes, então não tenho bem com o que comparar, mas tenho certeza que foi perfeito. Nunca me senti tão próximo a outra pessoa na minha vida, e amei cada segundo que passei com ela. Ter a sua total atenção é viciante, e me pego sentindo ciúmes de tudo e qualquer coisa quando se trata dela. Quando tentei entrar em contato com ela hoje o dia inteiro, quase me descontrolei com o seu silêncio. Primeiro pensei que ela poderia estar acordando tarde, então esperei. Na hora do almoço imaginei que talvez ela estivesse comendo e já iria me retornar. No meio da tarde já estava desesperado, gritando com os meus policiais e ameaçando qualquer um que entrasse no meu escritório. Meu único objetivo era encontrá-la e acertar a sua bunda deliciosa até vê-la ficar vermelha e Sofia entender que jamais vai poder me ignorar de novo.

Então esperei até o fim do dia para me acalmar. Não queria passar dos limites e assustá-la com  a minha raiva e possessividade. Consegui chegar mais calmo na casa dela, mas tudo mudou quando um homem mais novo e desbocado abriu a sua porta. O ódio que eu estava sentindo voltou triplicado, e pensei em assassinato. Imaginei todas as formas que eu poderia sumir com o corpo do infeliz, e foi por muito pouco que não acertei o seu rosto bonito. Se Sofia não tivesse chegado naquele momento, eu teria começado com o pé esquerdo com o seu amigo.

- Mas me conta, Luke. - Matthew me oferece um prato com uma torta cheirosa e me empurra para o lugar ao lado da Sofia na mesa - Como você e o seu docinho se conheceram?

Sofia rosna bonitinho do meu lado, e sem conseguir me conter, coloco o meu braço atrás dos seus ombros e inclino beijando de leve atrás da sua orelha. Posso ver a sua pele se arrepiando e sorrio ao ver como o seu corpo reconhece o meu.

- Ele invadiu a minha casa. - ela diz se virando para mim e me dando um sorriso irônico - O chefe Tatum adora entrar na minha casa sem a minha autorização.

- Na verdade a porta estava aberta, e hoje eu bati. - me defendo arrancando uma risadinha do seu amigo - Foi certamente uma surpresa encontrar a mulher mais linda que eu já vi na minha vida praticamente nua. - sorrio para ela me lembrando da primeira vez que nos vimos.

Os olhos de Matthew se arregalam como se ele estivesse chocado, e Sofia dá uma gargalhada ao meu lado. Fico maravilhado com o som, e poderia ouvir ela rindo para o resto da minha vida.

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