Capítulo 5

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(Luke)

Mexo na comida do meu prato sem vontade alguma de prová-la. Isso é completamente anormal, já que todas as semanas conto os dias para vir jantar na minha avó e saborear a comida deliciosa dela. E no entanto, hoje sinto o meu estômago cheio e ao mesmo tempo completamente vazio. Estou morrendo de fome, mas a única coisa que me satisfaria fez de tudo para me expulsar da casa dela há alguns minutos atrás.

Sorrio pensando na forma decidida como ela tentou lidar com toda a situação. Ela é mesmo uma garotinha atrevida, falando comigo de igual para igual como se pudesse me intimidar com a sua pequena estatura e o seu rosto angelical. Não posso negar que ela conseguiu me impressionar com a forma corajosa como me enfrentou. Poucas pessoas não sentem medo do meu tamanho ou do meu distintivo. Não ela. Sofia Monroe não podia se importar menos, e ela fez questão de me deixar ciente disso.

E ainda assim, eu sei que ela é doce. Simplesmente sei e não me conformo por ela não ter me mostrado esse lado da sua personalidade. Sei que fui um filho da puta intransigente, e até merecia o tratamento frio que ela me dispensou, mas tenha paciência. Um homem só experimenta esse tipo de reação uma vez na vida se muito. Quando a vi, tão linda ali na minha frente, não consegui raciocinar direito. Não tenho culpa se não soube lidar em encontrar a mulher perfeita para mim seminua numa casa aberta para qualquer um entrar.

Um docinho. Sinto o meu sorriso aumentar quando lembro da sua carinha de brava. Não a chamei assim para irritá-la, pelo contrário. O apelido me pareceu adequado, porque tenho certeza que ela é doce em todos os lugares. Não há dúvidas que se eu beijasse aquela boca rosada dela, e descesse pelo o seu pescoço esguio, passando por todo o seu corpo delicioso até chegar aos seus pézinhos, que cada centímetro da sua pele sedosa seria doce como açúcar. Balanço a minha cabeça tentando afastar a imagem do seu corpo molhado a minha mercê, para não ter a porra de uma ereção na mesa com a minha família.

A verdade é que agora que sei que ela odeia, o apelido é definitivo. Além da certeza da sua doçura, pelo jeito que ela se comportou já vejo que ela vai tentar de alguma forma me ignorar. Não que ela vá conseguir, mas se sei que usar o seu apelido vai irritá-la, vou continuar usando sem vergonha alguma. Nem que seja para ter uma reação dela. Eu bem sei como já estou viciado em tudo que sai da sua boca perfeita.

- Esse sorriso... - minha avó joga um pedaço de pão em mim, me tirando dos meus devaneios - Você não sorri desse jeito, Luke.

- Como assim? - rio achando graça do seu olhar desconfiado - Eu sempre sorrio.

- É, mas não igual um bobo. - meu avô concorda - Eu só comecei a sorrir como um bobo quando eu conheci a sua avó. - ele sorri para a sua esposa que ainda me encara intrigada.

- AH, MEU DEUS! - minha avó se levanta subitamente nos assustando - Você está apaixonado!

- Quem está apaixonado?

Meu irmão entra na sala de jantar tirando a sua jaqueta e indo direto dar um beijo na nossa avó e um abraço de lado no nosso avô. Ele para ao meu lado me dando um tapinha no ombro e se senta na sua cadeira de sempre. Ótimo, agora vou ter toda a família presente para sofrer uma inquisição.

- Ninguém está apaixonado. - tento mudar de assunto - E por que chegou tão tarde? Não somos bons o bastante para ter a graça da presença do doutor Connor Tatum?

Meu irmão me dá um soco no ombro enquanto é servido com uma incrível quantidade de comida pela nossa avó. A mulher sabe cozinhar e nunca pouca comida, então estamos acostumados a sermos supernutridos quando estamos na casa em que crescemos. De sua própria maneira, acho que é a forma que ela mais demonstra o seu amor pelos netos e pelo marido. Senhora Bárbara Keller fez o possível para suprir a ausência dos nossos pais depois que eles se foram. Ela também havia perdido a sua filha e o seu genro, e ainda assim nunca a vi derramar uma lágrima sequer. Em vez disso ela cozinhava. Bolos, biscoitos, um jantar de três pratos. Sua terapia preferida é cozinhar, e por sorte ela sempre teve três famintos para alimentar.

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