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O vento frio do outono soprava suavemente, carregando consigo as folhas secas que dançavam pelo chão de pedras. O tempo passara sem pressa, e ao longo dos últimos meses, [Sn] e Sanemi haviam se aproximado muito. Mesmo sem um rótulo claro, todos à sua volta sabiam que algo havia se formado entre eles. Seus amigos murmuravam que eram "ficantes", mas, para [Sn], a relação era muito mais que um título. Sanemi a fazia se sentir viva, especial, e cada momento que passavam juntos parecia agridoce, como se cada sorriso pudesse ser o último.

Mas ultimamente, Sanemi parecia estar mudando. Seus olhos, antes cheios de uma intensidade que a envolvia, agora pareciam distantes. As palavras que saíam de sua boca carregavam um peso que antes não existia. Ela percebia isso em pequenos detalhes: ele se afastava nos momentos que antes seriam íntimos e, quando estavam juntos, o silêncio entre eles parecia mais denso, desconfortável. Algo estava errado.

Mesmo assim, [Sn] não deixava de tentar. Naquele dia em particular, ela decidiu que o surpreenderia, tentando reverter aquele afastamento gradual. Caminhou até onde sabia que Sanemi estaria, e, com o coração cheio de esperança, encontrou-o entre seus amigos. A risada deles ecoava no campo aberto, e por um instante, ela achou que talvez estivesse imaginando toda aquela frieza.

Sem pensar muito, [Sn] aproximou-se por trás e, com um gesto carinhoso, envolveu Sanemi em um abraço pelas costas. Era algo que sempre fazia para ele, um gesto simples de afeto, mas que carregava um mundo de sentimentos. Seus braços o envolveram, e ela sorriu.

— Oi, Sanemi! — sua voz era leve, cheia de ternura.

No entanto, o corpo de Sanemi enrijeceu imediatamente. Ele não correspondeu ao abraço, e, em vez disso, afastou os braços dela de forma abrupta e fria. Seus amigos pararam de conversar instantaneamente, e o riso antes presente desapareceu, deixando o ar pesado.

— O que você está fazendo? — Sanemi virou-se para ela, sua expressão fechada, quase dura.

A surpresa no rosto de [Sn] foi clara. Ela piscou, confusa, tentando entender por que ele reagira de forma tão severa.

— Eu... só queria te cumprimentar — disse ela, tentando esconder a dor que crescia em seu peito.

Sanemi bufou, como se estivesse irritado com a própria existência do momento. Seus amigos trocaram olhares desconfortáveis, e o silêncio ao redor tornou-se constrangedor.

— Não estou no humor para isso hoje, — ele respondeu, voltando-se para seus amigos sem olhar para ela.

As palavras de Sanemi a atingiram como uma pedra, e ela sentiu o rosto queimar de vergonha. Sem saber o que dizer ou como reagir, [Sn] deu alguns passos para trás, seus olhos começando a marejar. Ela não queria fazer uma cena, então se afastou, engolindo as lágrimas enquanto virava as costas e caminhava para longe.

Mais tarde, já com o sol se pondo, [Sn] decidiu ir até a casa de Sanemi. A tarde havia deixado uma sensação incômoda em seu peito. Ela precisava entender o que estava acontecendo. O comportamento de Sanemi a preocupava, e ela se recusava a deixá-lo afastá-la sem ao menos uma explicação.

Ao chegar à casa dos Shinazugawa, ela hesitou em frente à porta por alguns momentos, criando coragem para bater. Quando o fez, foi Genya quem a atendeu. O irmão mais novo de Sanemi sempre fora gentil com ela, e isso a confortava um pouco naquele momento.

— Ah, [Sn]! — Genya sorriu, abrindo a porta para ela entrar. — Entre, por favor.

— Obrigada, Genya, — ela respondeu, tentando manter o sorriso no rosto, embora seu coração estivesse apertado.

Enquanto ela entrava, a tensão que sentia só aumentava. Estava preparada para conversar com Sanemi, mas algo dentro dela a avisava de que aquilo não seria fácil.

𝓸 𝓷𝓪𝓶𝓸𝓻𝓪𝓭𝓸 𝓭𝓪 𝓶𝓲𝓷𝓱𝓪 𝓶𝓮𝓵𝓱𝓸𝓻 𝓪𝓶𝓲𝓰𝓪  //sanemi x Sn//Onde histórias criam vida. Descubra agora