7

68 6 4
                                    

Sanemi POV

Os corredores do hospital pareciam infinitos enquanto eu caminhava com passos rápidos e pesados. O som das minhas botas ecoava pelas paredes brancas e frias, misturando-se ao zumbido dos aparelhos e sussurros de enfermeiras ao longe. Receber a mensagem de [Sn] de que Shinobu havia acordado foi como uma lâmina fria atravessando meu peito. Eu estava apavorado com o que ela poderia dizer. Kanae, minha namorada, ainda estava em coma, e o silêncio em torno daquele acidente era um peso que eu não sabia se estava pronto para carregar.

Ao empurrar a porta do quarto, senti meu coração acelerar. Shinobu estava lá, frágil e abatida, com o corpo ainda cercado de aparelhos, mas consciente. Seus olhos profundos estavam pesados de cansaço, e ao seu lado, [Sn] a observava com uma expressão que misturava compaixão e ansiedade. Assim que entrei, [Sn] me lançou um olhar de encorajamento, como se pedisse para eu ser forte – mas como ser forte diante da verdade que eu estava prestes a ouvir?

Sentei-me ao lado delas, o quarto mergulhado em um silêncio constrangedor. Não consegui olhar diretamente para Shinobu, então fixei meus olhos nas mãos de [Sn], que estavam pousadas gentilmente sobre as de Shinobu. Parecia que aquilo, de alguma forma, era o único elo que a mantinha estável.

— Shinobu... — a voz de [Sn] quebrou o silêncio, suave, mas firme. — Você pode nos contar... sobre o acidente?

Shinobu fechou os olhos por um momento, como se reunisse forças para desenterrar as memórias dolorosas. O ambiente ficou ainda mais denso, e eu podia sentir o medo se instalar no meu peito.

— Eu... eu me lembro... — Shinobu começou, sua voz soando como um sussurro, frágil e entrecortada. — Kanae e eu estávamos tão animadas aquele dia... Voltamos para casa depois da escola para nos arrumar para a viagem. Ela estava linda... sempre estava.

A cada palavra, sentia o peso aumentar sobre meus ombros. [Sn] apertou a mão de Shinobu, encorajando-a a continuar, mas a cada frase que saía da boca dela, minha respiração se tornava mais difícil.

— A viagem começou tranquila. Estávamos felizes... mas depois de algumas horas, eu percebi que Kanae estava ficando com sono... — Shinobu fez uma pausa, seus olhos estavam fixos em um ponto distante, quase como se ela estivesse vendo tudo acontecer de novo. — Eu devia ter insistido para ela parar... mas não fiz.

Houve uma longa pausa, e eu não conseguia mais suportar o silêncio. O ar no quarto estava sufocante, carregado de expectativa e dor. [Sn] olhou para Shinobu, seus olhos implorando por mais detalhes.

— O que aconteceu depois? — [Sn] perguntou, sua voz baixa, mas insistente.

Foi então que a expressão de Shinobu mudou. O leve controle que ela havia demonstrado até aquele ponto começou a desmoronar. Suas mãos tremeram ligeiramente debaixo das de [Sn].

— Ela... ela cochilou no volante... — Shinobu murmurou, a voz tão baixa que quase não ouvi. Seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu tentei... tentei acordá-la, gritei o nome dela, mas... — sua voz falhou completamente.

Nesse momento, algo dentro de Shinobu se quebrou. O desespero em seus olhos era claro. Ela tentou se levantar da cama, como se estivesse sendo puxada por uma força invisível, como se de alguma forma, ela pudesse ir até Kanae e desfazer o que aconteceu. Mas seu corpo, ainda fraco e machucado, não permitiu. Ela quase caiu, e [Sn] imediatamente segurou seus ombros, impedindo-a de se machucar ainda mais.

— Kanae... Kanae! — Shinobu gritava, sua voz desesperada, seu corpo tremendo enquanto as lágrimas corriam por seu rosto. — Eu preciso vê-la... eu... eu não fiz o suficiente!

— Shinobu! — [Sn] a segurava firme, sua voz firme, mas gentil, tentando trazer Shinobu de volta à realidade. — Você fez o que pôde, você a tirou do carro... você salvou a vida dela!

— Mas ela está em coma por minha causa! — Shinobu soluçou, suas mãos agarrando os lençóis da cama com tanta força que seus dedos ficaram brancos. — Eu devia ter... eu devia ter feito mais. Eu falhei com ela!

Cada palavra dela era uma faca que perfurava meu peito. Ouvir aquilo me destruía. Minha cabeça girava com imagens e suposições. Se eu tivesse estado lá, se tivesse insistido para que Kanae não fosse naquela viagem... talvez nada disso tivesse acontecido.

— Não foi sua culpa, Shinobu. — Minha voz saiu rouca, fraca, quase inaudível. Mas eu sabia que ela precisava ouvir aquilo. Mesmo que eu não estivesse convencido de que realmente acreditava nas minhas próprias palavras.

Shinobu não pareceu ouvir. Ela estava perdida em seu próprio mundo de dor, soluçando incontrolavelmente. [Sn], sempre paciente, manteve o braço ao redor dela, permitindo que Shinobu desmoronasse sem julgamento.

A cena diante de mim era quase insuportável. A verdade estava ali, nua e crua, e apesar de tudo o que Shinobu havia feito para salvar sua irmã, a culpa parecia ser um fardo impossível de carregar. E para mim, tudo o que restava era o arrependimento e a sensação de impotência.

࣪𓏲ּ ᥫ᭡ ₊ ⊹ ˑ ִ ֶ 𓂃ִֶָ𓂃 ࣪˖ ִֶָ🐇་༘࿐

Dias depois, Shinobu foi liberada do hospital, mas as coisas nunca voltaram ao normal. Na escola, ela se tornara uma sombra do que costumava ser. Mesmo quando estava cercada por Mitsuri e [Sn], ela parecia distante, como se algo essencial dentro dela tivesse morrido naquele acidente. Cada vez mais, ela parecia adotar o jeito de Kanae — o sorriso calmo, a gentileza excessiva — como se vestir a pele da irmã pudesse de alguma forma mantê-la perto. Mas todos nós sabíamos que aquilo era apenas uma máscara.

O ambiente escolar, que antes era familiar e acolhedor, agora parecia sufocante para mim. Cada canto, cada lembrança, me puxava de volta para o acidente, para o que poderia ter sido. [Sn], Mitsuri e Shinobu mantinham sua amizade, mas eu sabia que, para Shinobu, nada mais seria o mesmo.

Um dia, durante uma tarde comum, fui surpreendido pela voz animada de [Sn] ecoando pelo pátio.

— Kyojuro! — ela exclamou, correndo em direção a um garoto alto, de cabelos flamejantes e um sorriso radiante.

Era Rengoku Kyojuro, um velho amigo de [Sn] dos tempos do fundamental. Ele havia acabado de se transferir para nossa escola, e sua presença parecia iluminar o ambiente. Era quase impossível não notar como [Sn] sorria genuinamente perto dele, um tipo de sorriso que eu não via há muito tempo.

Uma onda de ciúmes inesperada me atingiu com força. Eu observava à distância, os dois rindo e conversando como velhos amigos, e algo dentro de mim se contorcia. Eu sabia que não tinha o direito de sentir aquilo, mas era inevitável. Talvez, no meio de toda essa dor, eu também estivesse tentando encontrar algo — ou alguém — para me salvar de mim mesmo.

⛧°。 ⋆༺♱༻⋆。 °⛧ ⛧°。 ⋆༺♱༻⋆。 °⛧

ɠεɳƭε ɱµเƭσ σɓ૨เɠα∂α ρεℓα αร 201 ℓεเƭµ૨αร..!! εµ εรƭσµ ɱµเƭσ ƒεℓเƶ ρσ૨ เรรσ σɓ૨เɠα∂σ ρσ૨ φµε εรƭá ℓεɳ∂σ α ƒเ૮ ɱεรɱσ ɳãσ รεɳ∂σ ɱµเƭσ ɓσα..

🌸Desculpa qualquer erro de ortográfia lembrando que sou iniciante então relevem se estiver ruim ou o titulo não condizer com o capítulo.
Obrigada por quem leu e se puder votem porque isso me motiva muito a escrever..!🌸

Palavras: 1178🪐

𝓸 𝓷𝓪𝓶𝓸𝓻𝓪𝓭𝓸 𝓭𝓪 𝓶𝓲𝓷𝓱𝓪 𝓶𝓮𝓵𝓱𝓸𝓻 𝓪𝓶𝓲𝓰𝓪  //sanemi x Sn//Onde histórias criam vida. Descubra agora