Capítulo 38

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Quando a porta se abriu novamente, meu coração deu um salto. Eu sabia quem estava no quarto agora. Joe, o único que ainda não tinha entrado.

Um frio percorreu minha espinha e senti um nervosismo diferente tomando conta de mim.

Ele se aproximou silenciosamente e, para minha surpresa, tirou a venda dos meus olhos. Ele foi o único que fez isso. Pisquei, meus olhos ajustando-se à luz fraca e ao reflexo no espelho estrategicamente colocado à minha frente. A imagem refletida me chocou. Meu corpo estava coberto de marcas, meus seios adornados com cera seca, meus olhos borrados pelas lágrimas, os lábios inchados. Eu parecia destruída. Desviei o olhar de minha própria imagem, fixando-o em Joe.

Ele estava com a balaclava, escondendo seu rosto, mas eu conhecia bem aqueles olhos azuis. Ele colocou duas coisas no meu colo: uma faca e uma pena. Engoli em seco, encarando aqueles dois objetos em cima dos meus joelhos.

Joe puxou uma cadeira e a colocou em frente a mim. Ele não disse nada, apenas me observava. Seus olhos fixos em cada detalhe, desde os seios marcados até os lábios trêmulos. Eu me sentia mais exposta do que nunca, mas estranhamente satisfeita e elétrica. Era como se estivesse correndo uma maratona, prestes a ganhar um prêmio.

O silêncio dele era mais pesado do que qualquer palavra. Sentia meu peito subindo e descendo rapidamente. Meu corpo estava fervendo, uma mistura de medo, excitação e uma curiosidade insaciável sobre o que viria a seguir.

Ele me observou e, em seguida, falou:

— Escolha, Adeline. Pena ou faca?

Meu coração disparou, e por um momento, hesitei. Mas o desejo de mostrar coragem, de não parecer fraca diante dele, me fez tomar uma decisão. Respirei fundo e disse, tentando soar firme:

— A faca.

Ele não esboçou nenhuma reação, apenas balançou a cabeça lentamente.

— Como queira — respondeu, a voz carregada de uma calma perturbadora. — Lembre-se da palavra de segurança.

Assenti, meu corpo tremendo de antecipação e medo. Ele puxou um isqueiro do bolso e acendeu, usando a chama para aquecer a lâmina da faca. O brilho da lâmina aquecida refletia em seus olhos, criando uma visão assustadoramente hipnótica.

Meu Deus, tomei no cu.

Joe se aproximou.

— Isso deve doer — ele murmurou, com uma voz quase carinhosa.

Ele começou a deslizar a lâmina quente sobre minha pele, removendo a cera seca de forma lenta e meticulosa. A mistura do calor e da lâmina afiada contra minha pele era quase insuportável, uma dor ardente que se misturava com uma sensação estranhamente prazerosa.

Engoli em seco, meus lábios trêmulos. Cada movimento da faca me fazia ofegar, lutando para não gritar. Era um teste de resistência, de força de vontade, e eu estava determinada a não usar a palavra de segurança. Não usei com os outros, não usei quando Ian me fez confessar coisas vergonhosas e íntimas enquanto respingava cera quente em meus seios. Não usei quando Dave fez suas sombras me punirem e me negou um orgasmo. Não usei quando Kasper confessou algo assustador sobre si mesmo. Não usei quando Max me fez chupá-lo violentamente, e não usaria enquanto Joe brincava com a porra da faca perigosamente perto do meu mamilo.

— Você confia em mim?

— Confio.

Eu podia sentir meu corpo se contorcer involuntariamente, uma mistura de dor e desejo que parecia corroer cada nervo. Cada corte na cera fazia minha pele arder, mas também despertava uma sensação profunda de prazer perverso. Minhas pernas tremiam, meu corpo inteiro estava em chamas, não apenas pelo calor da faca, mas pela intensidade de tudo o que estava acontecendo.

Sombras De Esqueleto- Harém Reverso (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora