A noite já esfriava e eles continuavam ali.
Juliette uma ou outra vez tremeu de frio e então Rodolffo sentou-se de modo a que ela ficou entre as suas
pernas e rodeou-a com os braços.- Melhor assim?
- Muito melhor concordou ela.
- Quando quiseres podemos ir embora, mas eu estou a adorar a nossa noite.
- Só mais um pouquinho. O mar está tão lindo. Olha como parece prata.
Era verdade. A noite estava maravilhosa principalmente porque ela estava comigo. Pousei a minha cabeça no seu ombro e ela virou a sua para mim. Estávamos tão perto que não resisti a beijá-la.
Ela mudou de posição e sentou-se de frente para mim.
- Porquê isso? - perguntou.
- Porque sonho com isso há muito tempo.
- Como, se não me conhecias?
- Desde aquele dia no parque nunca saíste do meu pensamento. Voltei lá tantas vezes, mas não vieste. Procurei-te na tua casa e tinhas ido embora.
- Então eu consegui o trabalho por isso?
- Não. Não sou eu que selecciono o pessoal, mas quando te vi a primeira vez soube que eras tu. Os teus olhos ficaram gravados na minha mente.
- Não sei o que diga.
- Diz-me só que pode haver chance para mim na tua vida
- É tudo tão novo.
- Para mim também, mas finalmente a minha busca terminou. Pode ser que nem resulte entre nós, mas eu quero tentar se tu quiseres.
Namora comigo Juliette.- Ai meu Deus. Era para ser um simples jantar!
- Para ti. Para mim não. Eu precisei ganhar coragem para fazer o pedido e não penses que foi fácil. Não é fácil. Ainda tenho medo que não aceites.
- Eu aceito. O problema é o trabalho. Não quero confusões com ninguém.
- Estás a referir-te à Andreia? Se for necessário demito-a.
- Ela mesmo.
- Não providenciei o anel, mas depois eu compro e programo um pedido à tua altura.
- Melhor que isto? Eu amei o momento e o local. Dizer um sim com este mar e esta lua como testemunhas é tudo o que eu queria.
- Amo-te Ju.
Rodolffo deu-lhe um beijo e ela abraçou-o. Dizer um amo-te também era muito para ela. Gostava dele, mas jamais ponderou estar nesta situação.
Regressaram ao carro e mais uma vez foi iniciativa dele beijá-la.
- Vamos para minha casa? - perguntou Juliette.
- Posso dormir lá? - questionou ele com um sorriso atrevido.
Agora foi a vez dela o beijar e depois ele deu partida no carro em direcção à casa dela.
Juliette acordou na manhã seguinte marcada pela noite anterior. No pescoço e ombros a marca de chupões. Olhou para o lado.
Rodolffo ainda dormia. De costas para ela e com o lençol cobrindo só da cintura para baixo, Juliette viu as costas dele cobertas de arranhões. Olhou para as suas mãos e então começou a beijá-lo.- Uhmm! Que delícia acordar assim.
- Rodolffo, desculpa. Tens as costas todas arranhadas. Deve doer.
- Não dói. Adorei minha gata. Sou o homem mais feliz desde ontem.
- Eu nunca fiz assim como nós fizemos. Era sempre toma toma e já está.
- Nunca foste amada. Nunca ninguém esperou por ti tantos anos.
- E vai ser assim para sempre?
- Se depender de mim vai.
Juliette subiu em cima dele e iniciou uma sucessão de beijos no corpo dele que logo demonstrou estar pronto para começar o dia.