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Rodolffo esperava na frente do altar.  As mãos nos bolsos e por momentos esfregava uma na outra.

- Calma que ela não vai fugir. - dizia Afonso ao lado dele.

- Eu sei que não,  mas não consigo evitar o nervosismo.

- Quem diria!  O Rodolffo casado.

- Teria casado mais cedo se a tivesse encontrado.  Ela sempre foi a minha paixão de infância.

- Não entendo.  Viste-a apenas uma vez.

- E foi quanto bastou.  Sempre foi ela.

A entrada da noiva foi anunciada pelo início da música escolhida, Aleluia.

A silhueta de Juliette surgiu na porta  após Lurdes chegar ao altar.

Rodolffo sorriu ao vê-la.  Vinha deslumbrante no seu vestido princesa completado pelo enorme véu que varria o chão da igreja. Entrou sózinha e de rosto erguido.

Os poucos familiares que tinha recusaram estar presentes.  Na igreja estavam apenas alguns amigos dos dois e os funcionários da empresa de Rodolffo.

Rodolffo foi ao encontro dela antes dela terminar a distância que a levava ao altar.  Beijou-a na testa e deu-lhe a mão.   Fizeram o resto do percurso juntos.

- Estás linda minha princesa.

- Tu também meu príncipe.

O padre não se alongou muito na cerimónia conforme eles pediram.  Trocaram alianças e disseram os votos sendo abençoados e declarados casados.

O beijo foi aplaudido pelos presentes e logo saíram debaixo de uma chuva de pétalas de flores e confetis.

Enquanto todos se dirigiam para o local da recepção,  os noivos ficaram para algumas fotos.

- Tenho uma surpresa para ti, Rodolffo.

- Eu quero saber já.

- Não.   Quando estivermos só nós dois.

- Já sei.  Uma lingerie sexy. Tem cinto ligas?  Eu adoro.

- Mas tu és mesmo um safado.  Olha lá se isso era surpresa que eu fizesse?

- Calcinha comestível?  Calçona?  Estás sem lingerie?

- Pára Rodolffo.   Só pensas nisso?

- Não.   Também penso em levar-te para  a cama.  Aliás,  podíamos fugir já e não aparecer mais.

- Pára de gracinha.  Não tem nada a ver com isso.  É coisa grande e muito boa.  Agora vamos lá alimentar os nossos amigos e eu por sinal estou esfomeada.

A festa foi linda.  Simples e com pouca gente, mas havia um clima muito gostoso.  Todos pareciam divertir-se e os noivos estavam bem dispostos.

Após o corte do bolo, trataram de se esgueirar dali para o hotel reservado por Afonso.

- Finalmente sós.  Vou tirar estes sapatos que me estão a matar.

Rodolffo desabotoava um a um a corrente de botões nas costas dela para retirar o vestido.

- Isto é a maior sacanagem das costureiras.  Não  podiam colocar um zipper?

- E era a mesma coisa?  Claro que não.   Coisas difíceis têm outro sabor.
Vamos para a hidromassagem?

- Vamos, mas e a surpresa?

- Conto lá.  Deixa-me ajudar-te a despir.

Juliette começou a desabotoar a camisa dele.  Havia uma música ambiente no quarto, que ele tinha colocado, e ela abanava as ancas ao ritmo.

- Assim não há rodolffinho que resista.  Esse menear de ancas dá-me um tesão!

- Aquieta-te.  A noite ainda só está a começar e a nossa viagem é só amanhã à noite.

Rodolffo pegou-lhe ao colo e juntos entraram na hidro.

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