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[LEO]

Acordei atrasado, é claro. O despertador parecia ter conspirado contra mim, como se o próprio Cronos tivesse decidido que eu merecia mais alguns minutos de sono. Enquanto eu tentava abrir os olhos, ouvi um batida desesperada na porta.

Leo! — gritou Piper, com a voz ecoando pelo chalé como um alerta de incêndio. — Vai começar o treino de combate de espadas! Você ainda nem tomou café da manhã!

Me levantei rapidamente, quase derrubando a mesinha ao lado da cama. A adrenalina me fez correr. Peguei a primeira camiseta do acampamento meio-sangue que encontrei pela frente, que provavelmente nem era minha — na verdade, eu nem me lembrava mais de quantas camisetas havia perdido ao longo do caminho. Enquanto me vestia, gritei de volta: "Já estou indo!".

— Ariadne está brava que você não apareceu! — Piper continuou, sua voz carregada de uma mistura de preocupação e diversão.

Droga. Droga. Eu sabia que Ariadne odiava quando eu me atrasava. O que eu não sabia era que essa informação poderia ser usada como uma forma de tortura emocional. Pensei na expressão dela — uma mistura de desapontamento e aquele olhar de "Você sabe que eu não posso acreditar que você fez isso de novo".

Assim que me vesti, abri a porta e fui metralhado pelo olhar crítico de Piper, que me avaliou de cima a baixo com a expressão de quem estava prestes a se tornar a juíza da moda dos semideuses.

— Você esqueceu de tirar a calça de pijama — disse ela, emburrada, como se eu tivesse cometido um crime.

Olhei para baixo e percebi que ainda estava com a minha calça listrada branca e azul. Bufei, desdenhando da própria situação.

— Dane-se! É melhor eu ir logo ou Ariadne vai me matar — respondi, segurando a calça como se fosse um escudo que pudesse me proteger da ira dela.

Piper riu, e seu riso era contagiante, mas eu não tinha tempo para isso. Eu precisava me apressar. Em minha cabeça, imaginei Ariadne com a espada na mão, pronta para me atacar, e isso era o suficiente para me fazer correr em direção à saída.

— Leo! — ela gritou novamente, e o som da voz dela me fez hesitar. — Não esqueça de pegar alguma coisa para comer!

Era um aviso que valia a pena seguir, mas o meu estômago já estava tão repleto de ansiedade que eu poderia jurar que não havia espaço para mais nada. Com isso em mente, saí do chalé, me dirigindo ao campo de treinamento, pronto para enfrentar o dia.

— A vida de um semideus é cheia de perigos — murmurei para mim mesmo. — Mas nada se compara a perder o respeito da minha namorada.

E assim, em uma corrida apressada e com a calça de pijama listrada ainda vestida, me lancei para mais um dia no Acampamento Meio-Sangue, onde espadas, monstros e, claro, a garota mais incrível que eu conhecia, me aguardavam.

Quando finalmente cheguei ao campo, arfando como se tivesse corrido uma maratona (que, para ser justo, poderia muito bem ter acontecido, dado o jeito que eu me movia), notei um grupo de campistas formando um círculo, todos com os olhos vidrados na batalha de espadas que se desenrolava diante deles. Dentre a multidão, avistei Ariadne. Ela era uma visão impressionante em sua armadura reluzente e na camiseta do acampamento, o cabelo trançado de maneira elegante. Ela parecia uma verdadeira deusa — não que eu fosse suspeito para falar, claro.

Ariadne estava enfrentando Connor Stoll, do chalé de Hermes, que tinha cabelos ondulados castanhos e olhos que brilhavam com um misto de determinação e um toque de travessura. Ele era um pouco mais baixo que seu irmão, Travis Stoll, mas ainda assim era alto e atlético — exatamente o oposto de mim, que era mais como um palito de fósforo. Mas, claro, eu tinha Ariadne como namorada, e isso já era uma vitória. Ele não podia dizer o mesmo, então a vida era justa.

𝐀 𝐅𝐋𝐄𝐂𝐇𝐀 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 | 𝐿𝑒𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑑𝑒𝑧Onde histórias criam vida. Descubra agora