𝐀 𝐅𝐋𝐄𝐂𝐇𝐀 𝐃𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 | 𝐿𝑒𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑑𝑒𝑧

7

[LEO]

Eu podia estar ficando louco. Tudo bem, talvez eu já tivesse passado do ponto há algum tempo. Mas, se era loucura acreditar que eu poderia trazer Ariadne de volta, que assim fosse. Porque eu não ia desistir. Não importava se Cupido havia decidido brincar com meu destino como se fosse um tabuleiro de xadrez. Não importava que o universo parecia ter uma aposta secreta contra mim. Eu ia conseguir.

Mesmo que, no momento, meu plano fosse mais como uma lista caótica de passos mal pensados.

Passo 1: Fazer com que Ariadne parasse de me odiar. Ok, fácil de dizer, difícil de fazer. Afinal, a última vez que tentei conversar ela quase me transformou em pó.
Passo 2: Livrar-se de Connor Stoll. Não literalmente, claro — porque, apesar de ser incrivelmente irritante, o cara não era exatamente um vilão. Mas ele era um problema, e problemas precisam ser resolvidos.
Passo 3: Fazer Ariadne se apaixonar por mim novamente, por conta própria.

Simples, né? Só que não.

Enquanto eu estava mergulhado nos meus pensamentos — e sendo dramaticamente derrotado pelo peso da minha missão impossível — Piper me observava com uma expressão cética.

— Você tá com essa cara de quem tá planejando algo totalmente estúpido — comentou ela, cruzando os braços e inclinando a cabeça como uma mãe prestes a dar sermão.

— Eu não diria estúpido — retruquei, tentando parecer mais confiante do que realmente estava. — É mais... inovador. Estratégico.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Estratégico. Certo. Porque você é um gênio da estratégia agora, né? — Seu tom era puro sarcasmo, mas o sorriso no canto da boca mostrava que ela estava se divertindo às minhas custas.

Ignorei a provocação. Piper podia achar que meu plano era maluco, mas eu sabia que precisava dela. Se tinha alguém que entendia Ariadne, era ela. E isso era exatamente o que eu precisava.

— Olha, Piper, vou precisar da sua ajuda.

Ela inclinou a cabeça, desconfiada.

— Minha ajuda? — repetiu, como se já soubesse que ia se arrepender de ouvir o resto.

— Sim. Você é a melhor amiga dela. Você sabe como ela pensa, o que pode ou não fazer ela mudar de ideia. Se alguém pode me ajudar a sair do buraco em que fui metido, é você.

Piper cruzou os braços, avaliando minhas palavras como se estivesse tentando decidir se era melhor me ajudar ou me deixar quebrar a cara sozinho. Finalmente, ela suspirou.

— Tudo bem, eu te ajudo. Mas já vou avisando: isso vai ser muito difícil. Ariadne tá... diferente. Não vai mudar da noite pro dia.

— Eu sei — murmurei. A ideia de como ela estava agora me dava um nó no estômago. Mas se eu podia consertar alguma coisa, eu precisava tentar. — Mas vale a pena.

Ficamos em silêncio por alguns momentos. Estávamos sentados na cama de Piper, no chalé de Afrodite. O ambiente era... exagerado, para dizer o mínimo. Perfumes no ar, almofadas em excesso e espelhos demais. Toda vez que olhava para o lugar, lembrava de que a deusa do amor era a culpada por tudo isso. E aquilo me irritava profundamente. Parecia tão injusto que eu tivesse que "provar" o meu amor só para ela se divertir às minhas custas.

— Piper — comecei, quebrando o silêncio. — Você acha que ela ainda tá... daquele jeito? Você sabe, tipo, querendo arrancar minha cabeça?

Piper coçou o queixo, pensativa.