Sinto a respiração de Kun no meu pescoço assim que acordo, as suas mãos estão firmes na minha cintura e os lábios molhados no meu pescoço.
— Bom dia. — diz bem-disposto.
— Que horas são? — reclamo.
— Hora de matar a saudade do seu marido que passou dias fora. — ele me puxa para mais perto e eu sinto o contorno do seu pênis.
— Você voltou há dois dias. — choramingo estranhando a situação, já que dificilmente o meu marido procura por sexo.
Encaro o relógio digital em cima do móvel ao lado da cama e percebo que não passa das sete da manhã. Kun beija o meu pescoço e suga a pele clara da região, é o meu ponto fraco e ele sabe disso.
Estou quase cedendo ao carinho do meu marido quando lembro que é quinta feira, o afasto para o lado e começo a descer da cama.
— Pra onde vai? — questiona insatisfeito.
— Marquei com a Wanwand hoje cedo. — minto, já deixando uma mensagem para minha melhor amiga.
— O que vocês têm de tão inadiável para conversar?
— Nada tão importante quanto a sua reunião de estado em duas horas. — digo calçando os sapatos e uma roupa confortável. — Te vejo mais tarde. — anúncio já saindo do cômodo.
1.
John dirige quase uma hora até chegarmos na cafeteria predileta de Wanwand e a minha vontade é dispensa-lo pelo resto do dia, mas o entrego algumas notas de dólar e peço que passeie em algum lugar até o meio dia.Encontro a minha melhor amiga na mesa mais interna do estabelecimento, ela já pediu café e um brownie de chocolate meio amargo e nozes. Faço o pedido igual e me sento.
— Fugindo do seu marido mais uma vez? — minha melhor amiga diz séria enquanto mexe algo em seu notebook.
— Eu pediria perdão por ter te incomodado, mas você merece. — faço uma careta.
— Pensei que não estava mais vendo a Yoko. — ela finalmente fecha o computador e toma um gole do seu café, me olhando fixamente.
— Só estamos tendo dificuldade em conciliar agendas. — dou de ombros.
Wanwand é a minha melhor e mais sincera amiga, além de ser super sisuda e imperturbável. Nos conhecemos ainda adolescentes na aula de teatro, eu precisava de hora extra em uma matéria e ela precisava aprender a lidar com pessoas, nos tornamos próximas e ainda mais próximas, e então madrinhas do casamento uma da outra.
— Como está Eye? — questiono.
— Não sei bem, ela não fala muito comigo.
— Ou você não fala muito com ela. — teorizo. — Só têm um ano de casamento, não estão em momento de crise.
— Talvez eu tenha nascido para ser solteira.
— Não diga isso, Eye te ama do jeito carrancudo que você é.
— Não sei se ama mais. — ela confessa e respira fundo antes de continuar. — Ela falou sobre adotar uma criança, eu não quero ter filhos.
— E não conversaram sobre isso antes de casar?
— É claro que conversamos. Mas eu pensei que ela mudaria de ideia e ela pensou o contrário. — Wan argumenta.
— Phi Wan! — eu a reprovo. — Isso não é assunto que se confie ao universo.
— Tanto faz também. — ela dá de ombros e pede mais um café, como quem pede uma rodada de cachaça. — Você está transando de domingo a quarta com o seu marido, não é um bom exemplo de relacionamento.
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A amante da primeira dama
RomanceFaye Peraya, a primeira-dama dos Estados Unidos, mantém um caso secreto com Yoko Apasra, uma talentosa aluna de direito. O que começa como uma fuga da solidão logo se transforma em algo mais intenso. Agora, Faye deve escolher entre continuar a viver...