Capítulo 05

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Sinto a respiração de Kun no meu pescoço assim que acordo, as suas mãos estão firmes na minha cintura e os lábios molhados no meu pescoço.

— Bom dia. — diz bem-disposto.

— Que horas são? — reclamo.

— Hora de matar a saudade do seu marido que passou dias fora. — ele me puxa para mais perto e eu sinto o contorno do seu pênis.

— Você voltou há dois dias. — choramingo estranhando a situação, já que dificilmente o meu marido procura por sexo.

Encaro o relógio digital em cima do móvel ao lado da cama e percebo que não passa das sete da manhã. Kun beija o meu pescoço e suga a pele clara da região, é o meu ponto fraco e ele sabe disso.

Estou quase cedendo ao carinho do meu marido quando lembro que é quinta feira, o afasto para o lado e começo a descer da cama.

— Pra onde vai? — questiona insatisfeito.

— Marquei com a Wanwand hoje cedo. — minto, já deixando uma mensagem para minha melhor amiga.

— O que vocês têm de tão inadiável para conversar?

— Nada tão importante quanto a sua reunião de estado em duas horas. — digo calçando os sapatos e uma roupa confortável. — Te vejo mais tarde. — anúncio já saindo do cômodo.

1.
John dirige quase uma hora até chegarmos na cafeteria predileta de Wanwand e a minha vontade é dispensa-lo pelo resto do dia, mas o entrego algumas notas de dólar e peço que passeie em algum lugar até o meio dia.

Encontro a minha melhor amiga na mesa mais interna do estabelecimento, ela já pediu café e um brownie de chocolate meio amargo e nozes. Faço o pedido igual e me sento.

— Fugindo do seu marido mais uma vez? — minha melhor amiga diz séria enquanto mexe algo em seu notebook.

— Eu pediria perdão por ter te incomodado, mas você merece. — faço uma careta.

— Pensei que não estava mais vendo a Yoko. — ela finalmente fecha o computador e toma um gole do seu café, me olhando fixamente.

— Só estamos tendo dificuldade em conciliar agendas. — dou de ombros.

Wanwand é a minha melhor e mais sincera amiga, além de ser super sisuda e imperturbável. Nos conhecemos ainda adolescentes na aula de teatro, eu precisava de hora extra em uma matéria e ela precisava aprender a lidar com pessoas, nos tornamos próximas e ainda mais próximas, e então madrinhas do casamento uma da outra.

— Como está Eye? — questiono.

— Não sei bem, ela não fala muito comigo.

— Ou você não fala muito com ela. — teorizo. — Só têm um ano de casamento, não estão em momento de crise.

— Talvez eu tenha nascido para ser solteira.

— Não diga isso, Eye te ama do jeito carrancudo que você é.

— Não sei se ama mais. — ela confessa e respira fundo antes de continuar. — Ela falou sobre adotar uma criança, eu não quero ter filhos.

— E não conversaram sobre isso antes de casar?

— É claro que conversamos. Mas eu pensei que ela mudaria de ideia e ela pensou o contrário. — Wan argumenta.

Phi Wan! — eu a reprovo. — Isso não é assunto que se confie ao universo.

— Tanto faz também. — ela dá de ombros e pede mais um café, como quem pede uma rodada de cachaça. — Você está transando de domingo a quarta com o seu marido, não é um bom exemplo de relacionamento.

A amante da primeira damaOnde histórias criam vida. Descubra agora