CAPITULO 43

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Isaac
                     

Passamos o dia inteiro nós preparos até que chegou a grande hora
...

O som das sirenes diminuiu conforme o túnel nos engolia, deixando para trás o caos das ruas. O ar dentro do carro estava pesado, cheio de adrenalina e tensão, mas sem as luzes piscando no retrovisor, uma nova realidade começava a se formar. Olhei para Bela, que mantinha as mãos firmes no volante, mas eu sabia que ela também estava sentindo o peso de tudo. O pior, aparentemente, tinha passado.

AlbuquerqueA rota de fuga segura está traçada—a voz de Albuquerque soou no rádio, mais tranquila agora—Vocês vão sair numa estrada de serviço. Daí, só seguir o caminho até o ponto de troca.

Isaac—Ótimo trabalho, Albuquerque—respondi, mas ainda não me permiti relaxar completamente—Renan?

A estática preencheu o rádio por alguns segundos antes que a voz de Renan surgisse.

Renan—Tô aqui, Isaac. Dei um bom baile nos tiras, mas levei uns arranhões no carro. Já tô pegando a rota de fuga. Encontro vocês na hora certa.

Isaac—Perfeito. Cuidado com a polícia aérea. Se eles pegarem seu rastro, vá para a segunda rota.

Renan—Entendido—respondeu ele, sem sinais de nervosismo. Renan sabia o que estava fazendo, e eu confiava nele para dar conta da perseguição.

Com o túnel atrás de nós, a escuridão foi substituída pelas luzes fracas da saída de serviço, uma estrada estreita e quase esquecida, afastada do centro da cidade. Bela diminuiu a velocidade, agora cautelosa, seguindo o plano à risca. Não podíamos dar o luxo de chamar atenção. Não depois do que acabamos de passar.

Bela—Estamos quase lá—disse ela com um suspiro discreto, finalmente relaxando um pouco—Como estão os outros?

Isaac—Rafael está tranquilo. Blenda?—Perguntei no rádio.

Blenda—Estou bem, Isaac—a voz de Blenda soou firme como sempre—Esses seguranças não deram muito trabalho. Vocês precisavam de mais tempo, e eu garanti isso.

Ela estava sempre pronta para o que fosse necessário. Entre nós, Blenda era a mais precisa, calculista. Não hesitava em tomar uma vida se isso significasse a sobrevivência do grupo. Sabíamos que era um fardo pesado, mas ela o carregava sem questionar.

Isaac—Bom trabalho. Estamos a menos de cinco minutos do ponto de troca.

O ponto de encontro ficava em uma área rural, fora do alcance das câmeras de vigilância e patrulhas policiais. Ali, iríamos trocar os carros, descarregar as mercadorias e nos separar. Era o momento mais delicado depois da execução do plano. Se a polícia ou qualquer outro desafeto nos seguisse até lá, tudo poderia ir por água abaixo.

Quando finalmente chegamos ao local, um galpão abandonado no meio do nada, Bela parou o carro. O lugar era perfeito: cercado de mato alto e longe de qualquer movimentação suspeita. O carro de Renan já estava lá, e ele estava do lado de fora, encostado na porta, nos esperando.

Renan—Boa corrida—ele disse, com um sorriso exausto, mas satisfeito—A polícia não me seguiu. Acho que distraí eles por tempo suficiente.

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