CAPITULO 49

5 2 0
                                    

Bela

O relógio marcava 14:39 quando parei o carro na entrada do ginásio para deixar a beca no treino de vôlei. Ela me fala aquelas coisas e sai  rapidamente. Fico parada pensando no que ela me falou. Quando me dei conta estava atrasada para ir para a mansão e hoje o Herrera não está de bom humor então tenho que chegar lá o mais rápido possível, ligo o carro e pego um atalho para a mansão

Assim que voltei para a rua principal, algo me chamou a atenção pelo retrovisor. Um carro preto, discreto demais, estava parado do outro lado da rua, como se esperasse por alguma coisa. Na mesma hora, meu estômago revirou. Eu conhecia aquele carro. Já o tinha visto antes, semanas atrás, quando vi que ele me seguia aquele dia em que busquei as crianças.

Bela—merda

Tentei ignorar, mas a ideia de estar sendo observada não saía da minha cabeça.

Acelerei um pouco, tentando me concentrar na estrada, mas percebi que o carro preto começou a se mover também. Ele vinha atrás de mim, mantendo a mesma distância, como se não quisesse ser notado. Minhas mãos suaram no volante, e o coração começou a bater mais rápido. Cada curva que eu fazia, cada rua em que eu entrava, ele estava lá. Não era coincidência. Ele estava realmente me seguindo.

Bela— Ah, que droga… — murmurei, tentando manter a calma, mas o pânico começava a se infiltrar.

Eu precisava fazer alguma coisa. Decidi que o melhor seria sair das ruas principais e tentar despistar ele em um caminho mais silencioso para tentar me livrar dele, entrei em um labirinto de ruas pequenas e estreitas onde ele talvez se perdesse ou desistisse. Era arriscado, mas eu não via outra opção.

Virei bruscamente para a direita, entrando em uma rua estreita e mal iluminada, cheia de subidas e descidas. O carro preto virou logo atrás, implacável. Pisando fundo no acelerador, tentei ganhar distância. Minha mente trabalhava a mil, calculando cada curva, cada pedestre que surgia inesperadamente na calçada. Mas ele não se afastava; pelo contrário, parecia estar cada vez mais perto, me encurralando.

A adrenalina tomou conta. Pisava fundo no acelerador e sentia o carro tremer com o esforço, enquanto tentava manter o controle nas curvas fechadas. Em cada esquina, eu arriscava uma olhada pelo retrovisor, apenas para ver aqueles faróis ainda colados em mim.

Em um momento de desespero, tive a ideia de pegar uma avenida mais larga e movimentada, acreditando que o fluxo de carros me ajudaria a despistá-lo. Mudei bruscamente de direção, quase atropelando um ciclista que apareceu do nada. Ouvi o grito de protesto dele, mas estava tão focada que só conseguia pensar em me livrar do carro preto.

Quando finalmente cheguei na avenida, o trânsito estava mais carregado do que esperava. Mas ele continuava ali, como uma sombra, me forçando a acelerar ainda mais, costurando entre os carros. Senti o suor frio escorrendo pela minha testa enquanto tentava me manter calma, mas sabia que estava perdendo o controle.

Foi então que, ele parou de me seguir e vou voltei as ruas fechas. Foi então que quando viro uma curva eu dou de cara com o carro preto na minha frente, acelerei para frente fazendo ele sair de ré, entao escuto um dispari.O carro começa a girar e vai para cima do carro preto, os pneus dele gritaram contra o asfalto, e tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Tentei segurar o volante, mas o carro começou a girar, descontrolado. O barulho de metal se esmagando, de vidro se quebrando, de freios falhando se misturou à minha respiração ofegante e aos gritos que nem percebi que estava dando.

O impacto foi forte. Tudo ao meu redor ficou turvo, uma névoa de dor e confusão. O último som que ouvi antes de perder a consciência foi o grito de dor do cara do carro preto

.....

Quando finalmente acordei, tudo estava envolto em uma escuridão pesada, o único som era o meu coração batendo forte e a respiração ofegante. Minhas pálpebras estavam pesadas, e uma dor intensa corria pela minha cabeça e pelo meu corpo. Meu peito estava apertado, e a boca estava seca, com um gosto metálico, como se tivesse mordido algo que não deveria.

Primeiro, não consegui entender onde estava. O que tinha acontecido? Aos poucos, as lembranças começaram a se formar, fragmentadas: o carro preto atrás de mim, o desespero, a aceleração, a curva fechada... e então, o impacto. Lembro do som ensurdecedor do metal se batendo, da dor súbita e de ver o carro preto se esmagando contra o meu. Depois disso, uma escuridão total.

Me forcei a abrir os olhos e percebi que estava presa no carro. O cinto de segurança ainda estava apertado no meu peito, me impedindo de me mover, mas, quando tentei me mexer, uma dor lancinante percorreu minhas costelas e minhas pernas. O carro estava praticamente de lado, o vidro quebrado, e a lataria amassada de maneira irreconhecível.

Tentando ignorar a dor, consegui liberar o cinto, mas quando olhei ao redor, o que vi me deixou gelada. O carro preto, que tinha me seguido, estava ainda mais destruído do que o meu, o capô amassado e o vidro quebrado. Eu podia ver uma sombra dentro do carro, algo que eu sabia sem precisar de confirmação: ele não estava mais vivo.

Minha garganta ficou seca. Ele estava morto. Eu tinha batido nele, mas... ele já tinha me seguido até o fim, até aqui. Meu corpo tremia, não só de dor, mas do medo que começava a tomar conta de mim. Eu precisava sair daquele carro, precisava de ajuda, mas onde estavam os socorristas? O que havia acontecido?

O ambiente estava estranhamente quieto. O som de trânsito? Não havia. Não se ouvia nada além da minha respiração e do som do vento cortando a rua deserta. O que parecia uma eternidade tinha se passado desde o acidente. Olhei desesperada para fora do meu carro e, mesmo com a visão turva, não vi ninguém. Não havia sirenes, não havia carros passando, ninguém ao meu redor. Estava completamente sozinha.

A dor na minha perna era insuportável, mas mesmo assim consegui empurrar a porta do carro com dificuldade, sentindo meu corpo vacilando enquanto tentava sair. O chão estava frio e instável sob os meus pés, mas algo dentro de mim me empurrou a continuar. Eu precisava sair daquele lugar. O medo de que algo pior acontecesse me fez continuar, mesmo sem forças.

Me aproximei lentamente do carro preto. Cada passo era uma luta, mas a vontade de saber o que havia acontecido com o motorista me impulsionava. Quando cheguei perto o suficiente, vi que ele estava completamente imóvel, com o rosto virado para o vidro quebrado, um vulto pálido e sem vida. Ele... ele não estava respirando.

Foi então que percebi a gravidade da situação. O que eu faria agora? Não tinha sinal no celular, ninguém tinha chegado para me socorrer, e eu estava ali, sozinha, com um homem morto no carro e um acidente que, de alguma forma, parecia ser o fim de algo maior. A angústia tomou conta de mim. Será que o perseguidor ainda estava por perto? Será que havia mais alguém no jogo que eu não conhecia?

A mente estava à deriva, tentando entender o que fazer enquanto o medo e a solidão apertavam meu peito. Eu tentei gritar, mas a voz me faltou. O tempo parecia se arrastar lentamente, e tudo o que eu queria era que alguém, qualquer pessoa, aparecesse para me tirar dali. Mas ninguém veio. Só restavam as luzes do meu carro e do carro preto, iluminando a rua deserta sob a escuridão da noite. Entrei novamente o meu carro atrás do meu celular ou alguma coisa que pudesse me ajudar mais acabei desmaiando novamente

Deixem estrelinhass
⭐⭐⭐

O Casamento Da Redenção Onde histórias criam vida. Descubra agora